O conceito de areté no Livro I da Ethica Nichomaquea
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFAM |
Texto Completo: | http://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/1821 |
Resumo: | Aristóteles distingue em sua filosofia três aspectos sobre os quais incide a reflexão filosófica: o teórico, o prático e o produtivo. Tal divisão concentra-se sobre o próprio conceito de razão e, dessa forma, Aristóteles distingue a Razão Teórica da Razão Prática. A razão teórica ou intelecto teórico apreende, distingue e conceitua os primeiros princípios e definições enquanto a razão prática ou intelecto prático incide sobre a ação humana, operando sobre o campo do concreto. Por isso, a Ética aristotélica não encontra problemas em incluir entre as fontes da ação humana, as paixões ou emoções. Entretanto, a despeito da rigorosa distinção aristotélica, observamos, desde o Livro I da Ethica Nichomaquea, quando Aristóteles determina que todas as ações humanas visam um bem e que este bem supremo é a eudaimonia (costumeiramente traduzida para o português como felicidade) nota-se uma interconexão forte entre os dois aspectos da razão, o teórico e o prático. Para demonstrar que o campo das ações humanas são determinados pela busca da felicidade faz-se necessário, para Aristóteles, definir e determinar os princípios a partir dos quais se caracteriza a ação ou ações humanas. Isto porque, nas mais das vezes, os homens não se põem de acordo sobre em que consiste a felicidade. Uma vez que a noção antiga de felicidade não supõe qualquer estado de espírito subjetivo e indeterminado, a felicidade é primeiramente definida por Aristóteles como "a atividade da alma segundo a virtude." (EN I 6 1098a 16-17). Assim, vemos que a felicidade implica antes em uma atividade do que em um estado da alma. A areté ou excelência das ações humanas, embora não possa ser precisada do mesmo modo e com o mesmo rigor racional que são atribuídos à excelência das atividades teóricas precisam ser, nas mais das vezes, operada por uma modalidade da razão seja ela qual for. Isto fica mais claro quando, ao final do Livro I, a felicidade é redefinida como "uma certa atividade segundo perfeita virtude." (EN I 13 1102a 5-6). A dificuldade reside, portanto, em saber o que é a perfeita virtude. Trata-se o termo perfeição, na Ethica Nichomaquea, segundo a modalidade da razão teórica ou segundo a modalidade da razão prática? Nosso trabalho pretende, a partir da problematização do conceito de virtude, no Livro I, pensar como estas duas modalidades da razão operam e se articulam entre si. |
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