Macrofungos amazônicos produtores de fenol-oxidases para descoloração de corantes têxteis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Jéssica Souza da
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6894177255535649
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5090
Resumo: Os efluentes produzidos pela indústria têxtil apresentam coloração intensa causando grande impacto em corpos d’agua. Os métodos utilizados no tratamento desses rejeitos industriais são, muitas vezes, ineficazes, sendo necessário buscar novas estratégias mais eficientes. Uma destas, a biodegradação, consiste no uso de microrganismos ou suas enzimas na degradação dos corantes presentes nos efluentes industriais. Neste trabalho foi estudada a produção de enzimas fenol-oxidases por Auricularia sp., Coriolopsis sp. e Lentinus crinitus em cultivo líquido e em estado sólido durante 14 dias. A caracterização enzimática de lacases foi realizada com as amostras que apresentaram os picos de atividade enzimática para cada um dos isolados selecionados, em cultivo em estado sólido e submerso. Para avaliar o potencial de descoloração, 23 corantes foram expostos a ação enzimática durante 72 h. Para este teste foram selecionadas as amostras com maior atividade de lacase. Após a degradação enzimáticas, foram realizados ensaios de toxicidade dos efluentes com Daphnia magna. No cultivo em estado sólido a maior produção de lacase (502, 7 U/g) foi dosada no substrato marupá por Auricularia sp. No cultivo líquido, Coriolopsis sp. obteve maior atividade (567,14 Ul/ml). As lacases obtidas do cultivo líquido apresentaram temperatura ótima de 45 oC, enquanto a maiores atividades de lacases foram entre 35o C e 45 o C, para cultivo em estado sólido. Quanto ao pH, em tampão acetato de sódio as maiores atividades ficaram entre 4, 0 - 4, 5. No tampão McIlvaine ficaram entre 3, 0 - 4,0. No teste de descoloração, os extratos enzimáticos de Coriolopsis sp. e L. crinitus degradaram os corantes Brillante green e Bromocresol green. Os corantes Acid Blue 80, Remazol brillant blue, Azul Reativo Kn, Reactive blue 220 e Acid green, da classe antraquinona, após tratamento com lacases de L. crinitus descoloriram quando comparados ao controle. Os extratos de lacase não foram eficientes na degradação dos azocorantes, apenas o Congo red foi degradado por lacases de Auricularia sp. e L. crinitus. Para o ensaio de toxicidade foram utilizados os extratos brutos de cultivo líquido dos três Agaricomycetes. Os resultados obtidos nos ensaios de toxicidade aguda sobre D. magna permitem demonstrar que após ação das enzimas sobre o corante RBBR a solução com maior nível de toxicidade foi a de Coriolopsis sp. (Fator de toxidade FT= 32), seguida por L. crinitus (FT= 16) e Auricularia sp. (FT= 8). Por outro lado a solução com RBBR não apresentou morte dos indivíduos a partir da concentração de 50% (FT=2). Tal fato demostra que o corante puro foi menos tóxico do que quando degradado pelas enzimas fúngicas. Deste modo a remoção da cor de um efluente não pode ser interpretada como detoxificação. Os resultados indicam o potencial de Auricularia sp., Coriolopsis sp. e L. crinitus para aplicação industrial e constituem o ponto de partida para a utilização de lacases provenientes destas linhagens em processos de remoção de corantes de efluentes têxteis.
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Para avaliar o potencial de descoloração, 23 corantes foram expostos a ação enzimática durante 72 h. Para este teste foram selecionadas as amostras com maior atividade de lacase. Após a degradação enzimáticas, foram realizados ensaios de toxicidade dos efluentes com Daphnia magna. No cultivo em estado sólido a maior produção de lacase (502, 7 U/g) foi dosada no substrato marupá por Auricularia sp. No cultivo líquido, Coriolopsis sp. obteve maior atividade (567,14 Ul/ml). As lacases obtidas do cultivo líquido apresentaram temperatura ótima de 45 oC, enquanto a maiores atividades de lacases foram entre 35o C e 45 o C, para cultivo em estado sólido. Quanto ao pH, em tampão acetato de sódio as maiores atividades ficaram entre 4, 0 - 4, 5. No tampão McIlvaine ficaram entre 3, 0 - 4,0. No teste de descoloração, os extratos enzimáticos de Coriolopsis sp. e L. crinitus degradaram os corantes Brillante green e Bromocresol green. Os corantes Acid Blue 80, Remazol brillant blue, Azul Reativo Kn, Reactive blue 220 e Acid green, da classe antraquinona, após tratamento com lacases de L. crinitus descoloriram quando comparados ao controle. Os extratos de lacase não foram eficientes na degradação dos azocorantes, apenas o Congo red foi degradado por lacases de Auricularia sp. e L. crinitus. Para o ensaio de toxicidade foram utilizados os extratos brutos de cultivo líquido dos três Agaricomycetes. Os resultados obtidos nos ensaios de toxicidade aguda sobre D. magna permitem demonstrar que após ação das enzimas sobre o corante RBBR a solução com maior nível de toxicidade foi a de Coriolopsis sp. (Fator de toxidade FT= 32), seguida por L. crinitus (FT= 16) e Auricularia sp. (FT= 8). Por outro lado a solução com RBBR não apresentou morte dos indivíduos a partir da concentração de 50% (FT=2). Tal fato demostra que o corante puro foi menos tóxico do que quando degradado pelas enzimas fúngicas. Deste modo a remoção da cor de um efluente não pode ser interpretada como detoxificação. Os resultados indicam o potencial de Auricularia sp., Coriolopsis sp. e L. crinitus para aplicação industrial e constituem o ponto de partida para a utilização de lacases provenientes destas linhagens em processos de remoção de corantes de efluentes têxteis.The effluent produced by the textile industry have intense coloration causing great impact on bodies of water. The methods used in the treatment of these industrial wastes are often ineffective, being necessary to seek new and more effective strategies. One of these, biodegradation refers to the use of microorganisms or their enzymes in the degradation of dyes present in the effluent. In this work the production of phenol oxidase enzymes by Auricularia sp., Coriolopsis sp. and L. crinitus in liquid cultivation and solid state for 14 days. The laccase enzyme characterization was performed using samples which showed the enzyme activity peaks for each of the selected isolates, both in submerged in a solid state. To evaluate the potential of discoloration, 23 dye were exposed to enzymatic action for 72 h. For this test the samples with the highest laccase activity were selected. After enzymatic degradation, toxicity to Daphnia magna effluent assays were performed. In cultivating a solid to increased production of laccase (502, 7 U / g) was measured in marupá substrate by Auricularia sp. In liquid culture, Coriolopsis sp. obtained the highest activity (567,14 IU / ml). Laccases obtained from liquid culture showed optimum temperature of 45 °C, while the highest activities of laccases were between 35 C and 45 C, for cultivation in the solid state. The pH in sodium acetate buffer the highest activities were between 4,0 – 4,5. In McIlvaine buffer were between 3,0 – 4,0. In the bleaching test, enzyme extracts Coriolopsis sp. and L. crinitus degraded dyes Brillante green and Bromocresol green. The dye Acid Blue 80, Remazol brillant blue, Reactive Blue Kn, Reactive Blue 220 and Acid green, the anthraquinone class, after treatment with laccase L. crinitus decolorized when compared to the control. The laccase extracts were not effective in the degradation of azo-dyes, only the Congo red was degraded by laccase Auricularia sp. and L. crinitus. For the toxicity test were used crude extracts liquid cultivation of the three Agaricomycetes. The results obtained in acute toxicity tests on D. magna establish that after the action of enzymes on the dye RBBR the solution with the highest level of toxicity was the Coriolopsis sp. (Toxicity factor (TF) = 32), followed by L. crinitus (TF = 16) and Auricularia sp. (TF = 8). On the other hand the solution with RBBR showed no death of individuals from the concentration of 50% (TF = 2). This fact demonstrates that the pure dye was less toxic than when degraded by the fungal enzymes. Thus removal of an effluent color can not be interpreted as detoxification. The results indicate the potential of Auricularia sp., Coriolopsis sp. and L. crinitus for industrial application and are the starting point for the use of laccases from these strains in processes of removal of dyes from textile effluents.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências BiológicasBrasilUFAMPrograma de Pós-Graduação em BiotecnologiaCampos, Ceci Saleshttp://lattes.cnpq.br/9752987836124768Costa, Jéssica Souza dahttp://lattes.cnpq.br/68941772555356492016-07-14T12:40:54Z2015-10-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCOSTA, Jéssica Souza da. Macrofungos amazônicos produtores de fenol-oxidases para descoloração de corantes têxteis. 2015. 122 f. Tese (Mestrado em Biotecnologia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2015.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5090porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2016-10-07T12:50:02Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/5090Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922016-10-07T12:50:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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