Uma "pretensa intentona": ANL, AIB e a cultura política anticomunista no Estado do Amazonas (1935-1937)

• Autor(a) principal: Abreu, Davi Monteiro
• Data de Publicação: 2019
• Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9824191755355820
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
• Texto Completo: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7834
• topic: Revolução de 1930; Anticomunismo; Aliança Nacional Libertadora; Intentona Comunista; Comunismo - Amazonas; CIÊNCIAS HUMANAS: HISTÓRIA; ANL; Levantes de Novembro de 1935; Anticomunismo

A década de 1930 evidenciou disputas encarniçadas no plano político mundial, tais como a ascensão do nazismo na Alemanha, as organizações das frentes populares, a consolidação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticos (URSS) e a deflagração da Segunda Guerra Mundial. Em nível nacional, as disputas iniciadas nos anos de 1920 – contra o jogo político da Primeira República – desaguaram na “revolução de 1930” e na implantação do Governo Provisório, tendo à frente Getúlio Dorneles Vargas. Foi no bojo dessas disputadas que surgiram novos personagens no cenário político brasileiro. Por um lado, surgiu a Ação Integralista Brasileira (AIB), articulada por Plínio Salgado, sob forte influência do fascismo italiano. Por outro lado, surgiu a Aliança Nacional Libertadora (ANL), reunindo em torno de si pessoas de várias classes sociais que colocavam em pauta a luta contra o fascismo, em contraposição ao latifúndio e o contra imperialismo. As duas entidades se faziam presentes no cenário político amazonense, sendo inauguradas entre 1934-1935, disputando mentes e corações. No entanto, a ANL foi colocada na ilegalidade e, com isso, seus membros remanescentes – comunistas e tenentistas – prepararam um levante contra o governo Vargas. Em novembro de 1935, estourou na cidade de Natal uma rebelião que logo se espalharia para outras cidades brasileiras, em especial, Rio de Janeiro e Recife – esse evento ficou conhecido pela memória oficial como “Intentona Comunista”. Além do fato de essas cidades levarem a insurreição a cabo, foi elaborado um plano para derrubar o governador do Amazonas, Álvaro Maia; no entanto, o plano não foi efetivado. Durante os dias de levante, as ações dos rebeldes geraram uma gama de discursos, representações e imaginários, repetidos e cristalizados até os dias de hoje. Dessa forma, objetivamos com esta pesquisa contribuir historiograficamente para a compreensão da história política no Estado do Amazonas a partir da análise dos Levantes de novembro de 1935. Nesse mote: (1) apresentar o quadro político do Amazonas na década 1930, destacando as eleições de 1933, 1934 e 1935 e os agentes envolvidos nas disputas políticas em níveis nacional e local; (2) investigar o surgimento dos núcleos da Ação Integralista Brasileira (AIB) e da Aliança Nacional Libertadora (ANL) no Amazonas; (3) evidenciar os levantes no Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rio de Janeiro e, por fim, a tentativa de levante armado no estado do Amazonas; e (4) analisar as representações anticomunistas (ação e imaginário) veiculadas na imprensa do estado do Amazonas. Para alcançar tais objetivos, faz-se necessária uma abordagem teórico-metodológica coerente e eficiente. Nesse sentido, este trabalho busca se filiar ao campo da Nova História Política, utilizando periódicos e processos criminais, pois tais fontes são de suma importância para quem pesquisa as camadas populares da sociedade, visto que, geralmente, é onde eles aparecem, na maioria das vezes, quando infringem a lei ou quando são acusados de alguma infração.