O Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas e os itinerários da construção de um campo intelectual em Manaus-AM

• Autor(a) principal: Falcão, Charles Maciel
• Data de Publicação: 2019
• Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3462581060964558
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
• Texto Completo: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7511
• topic: Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas; Vida intelectual - Manaus - Século XX; Cultura - Manaus - Século XX; CIÊNCIAS HUMANAS; Campo intelectual; Campo cultural; Institutos históricos

Compreender o processo de constituição de um campo intelectual, no cenário cultural da Manaus do início do século XX, é uma tarefa que exige o esforço por perceber as conexões entre o universo intelectual e a esfera política, entendida enquanto campo do poder. Exemplo dessa conexão, a fundação do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), representa a iniciativa de um grupo de intelectuais que, num contexto de dificuldades para a permanência de instituições de caráter científico-cultural, ousaram fundar uma entidade com intenções claras de pensar acerca da realidade e propor caminhos possíveis ao momento de crise econômica verificado naqueles anos da década de 1910. Surgindo na paisagem cultural de Manaus em 1917, o IGHA passa a congregar intelectuais e personalidades de outras esferas sociais da realidade propondo, dentre outras atividades, a edição de uma revista para a publicação dos trabalhos de seus associados. Seguindo o modelo pioneiro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), fundado em 1938 no Rio de Janeiro, o IGHA trilhará um caminho de proximidade com o campo político, no sentido de lançar mão do volume de capital de relações acumulado por seus associados para, em seguida, se constituir como um lugar de fala reconhecido e capaz de reconhecer posições internamente assumidas pelos fundadores e sócios efetivos. A partir da conexão entre os trâmites internos de estabelecimento de um modus operandi e de um habitus orientador de condutas e as pressões oriundas da ordem social mais ampla, sobretudo do mundo político-econômico, o trabalho buscou perceber as intenções em jogo na fundação do Instituto, as redes de relações estabelecidas ao longo de sua história e o papel que ele assumiu no processo de desenvolvimento de um campo intelectual relativamente autônomo na cidade de Manaus e no Amazonas, desde a sua fundação até a década de 1950.