Memórias, cotidianos e histórias: retalhos de identidades de mulheres negras em construção
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM |
Texto Completo: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7349 |
Resumo: | Pesquisas na psicologia tendo como temática principal as mulheres negras têm sido mínimas se considerarmos a diversidade étnico-racial, de gênero, social e econômica brasileira. Estudos críticos apontam para a participação histórica da psicologia como protagonista e cúmplice de produções hegemônicas que fortalecem a reprodução das conjunturas de opressão. Diante desse cenário e, somando à maneira como a mulher negra é evidenciada no contexto histórico e social do país, constata-se que as conjunturas do racismo patriarcal foram sendo atualizadas em cada período histórico, cabendo à ciência identificar e elaborar reflexões acerca dos dispositivos de opressão existentes e formas de enfrentamento. Com aporte teórico da Psicologia Social Crítica, da Interseccionalidade e da Psicologia da Libertação, referenciados pelos autores Aluísio de Lima, Antônio Ciampa, Stuart Hall, Prado, Kimberlé Crenshaw, Conceição Nogueira e Ignacio Martín-Baró, o presente estudo pretende conhecer os processos identitários de mulheres negras em três gerações, através de um resgate da memória histórica e de uma análise sobre estes registros, tendo como eixos a desideologização do senso comum e a potencialização das virtudes. A pesquisa de cunho qualitativo, contou com 11 participantes com idades entre 17 e 60 anos. Os instrumentos utilizados para a produção dos dados foram: diários autobiográficos, grupos focais e entrevistas. Os dados foram analisados através da Teoria Fundamentada dos Dados, que permitiu apreender através de hipóteses contrastadas, os nuances identitários de cada participante e a construção de uma hipótese integradora abarcando o universal, o singular e particular acerca de seus processos. Os resultados apontaram que a vivência de mulher negra está associada à demarcação de características raciais (fenótipos), sendo estes e suas subjetividades, ‘alvos’ de preconceito racial. As estratégias de resistências são apresentadas ora como fuga à imposição do lugar de mulher negra, ora como potência emancipatória na positivação da negritude. Espera-se que o estudo contribua para a ampliação do diálogo sobre os processos identitários de mulheres negras, implicando a dinâmica social e os processos históricos na constituição subjetiva, visando favorecer o rompimento dos mecanismos de violência racial e de gênero que incidem sobre as subjetividades. |
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Memórias, cotidianos e histórias: retalhos de identidades de mulheres negras em construçãoMemories, daily life and stories: identity patchwork of black women in constructionMulheres - Identidade racialNegras - IdentidadeCIÊNCIAS HUMANAS: PSICOLOGIAMulheres negrasIdentidadePsicologia social críticaNegritudePesquisas na psicologia tendo como temática principal as mulheres negras têm sido mínimas se considerarmos a diversidade étnico-racial, de gênero, social e econômica brasileira. Estudos críticos apontam para a participação histórica da psicologia como protagonista e cúmplice de produções hegemônicas que fortalecem a reprodução das conjunturas de opressão. Diante desse cenário e, somando à maneira como a mulher negra é evidenciada no contexto histórico e social do país, constata-se que as conjunturas do racismo patriarcal foram sendo atualizadas em cada período histórico, cabendo à ciência identificar e elaborar reflexões acerca dos dispositivos de opressão existentes e formas de enfrentamento. Com aporte teórico da Psicologia Social Crítica, da Interseccionalidade e da Psicologia da Libertação, referenciados pelos autores Aluísio de Lima, Antônio Ciampa, Stuart Hall, Prado, Kimberlé Crenshaw, Conceição Nogueira e Ignacio Martín-Baró, o presente estudo pretende conhecer os processos identitários de mulheres negras em três gerações, através de um resgate da memória histórica e de uma análise sobre estes registros, tendo como eixos a desideologização do senso comum e a potencialização das virtudes. A pesquisa de cunho qualitativo, contou com 11 participantes com idades entre 17 e 60 anos. Os instrumentos utilizados para a produção dos dados foram: diários autobiográficos, grupos focais e entrevistas. Os dados foram analisados através da Teoria Fundamentada dos Dados, que permitiu apreender através de hipóteses contrastadas, os nuances identitários de cada participante e a construção de uma hipótese integradora abarcando o universal, o singular e particular acerca de seus processos. Os resultados apontaram que a vivência de mulher negra está associada à demarcação de características raciais (fenótipos), sendo estes e suas subjetividades, ‘alvos’ de preconceito racial. As estratégias de resistências são apresentadas ora como fuga à imposição do lugar de mulher negra, ora como potência emancipatória na positivação da negritude. Espera-se que o estudo contribua para a ampliação do diálogo sobre os processos identitários de mulheres negras, implicando a dinâmica social e os processos históricos na constituição subjetiva, visando favorecer o rompimento dos mecanismos de violência racial e de gênero que incidem sobre as subjetividades.Research in Psychology involving black women has been minimal in the face of racial, ethnic, social and economic diversity in the Brazilian context, especially when we observe the historical participation of Psychology as protagonist and accomplice of hegemonic productions, strengthening the reproduction of conjunctions of oppression. Against this background and adding the way the black woman is evidenced in the historical context of the country, it shows that the conjunctures of patriarchal racism have been updated in each historical period. With the theoretical contribution of Critical Social Psychology, Intersectionality and Liberation Psychology, the present study intends to know the identity processes of black women in three generations, through a rescue of the historical memory and an analysis of the records, having as an axis the de-ideologization of common sense and the potentialization of the virtues. The study includes 11 participants, ranging in age from 17 to 60. The instruments used to collect the data consisted of autobiographical diaries, focus groups and interviews. The data were analyzed through Grounded Theory, which allowed us to see, through the contrasted hypotheses, the nuances of identity of each participant, helping in the construction of an integrating hypothesis encompassing the universal, the singular and particular about its processes. The results indicate that the experience of black women is associated in the demarcation of their racial characteristics (phenotypes) and that these and their subjectivities are 'targets' of racial prejudice. However, the strategies of resistance are presented as a release from the imposition of the place of a black woman, or as an emancipatory power in the positivation of blackness. It is expected that the study will contribute to the expansion of the dialogue about the identity processes of black women, implying the social dynamics and historical processes in the subjective constitution, aiming to favor the disruption of the mechanisms of racial and gender violence that affect their subjectivities.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do AmazonasFaculdade de PsicologiaBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em PsicologiaSampaio, Cláudia Regina Brandãohttp://lattes.cnpq.br/9255099700096438Santos, Jennifer Simpson doshttp://lattes.cnpq.br/5059407284270470Silva, Iolete Ribeiro dahttp://lattes.cnpq.br/6024598140248335Silva, Andreza Cristina da Costahttp://lattes.cnpq.br/02739922664532602019-09-03T18:58:20Z2019-05-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSILVA, Andreza Cristina da Costa. Memórias, cotidianos e histórias: retalhos de identidades de mulheres negras em construção. 2019. 125 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2019.https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7349porhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2019-09-04T05:03:47Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/7349Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922019-09-04T05:03:47Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false |
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