As representações sociais de nordestinos em Manaus sobre o caboclo Amazônico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM |
Texto Completo: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2302 |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo conhecer as representações sociais de nordestinos em Manaus sobre o caboclo amazônico. Uma tentativa de entender a história da palavra caboclo revela que o primeiro significado da expressão pode ter sido formulado no tupi, o que vem da floresta , para designar os assim chamados índios que, desregrados, passaram a conviver nas vilas. É um termo que carrega hostilidade para com os grupos assim chamados, e que segundo os estudos de comunidade realizados no baixo Amazonas na década de 1940 parece ser aplicado somente aos outros, nunca ao próprio interlocutor. Entretanto, a partir da década de 1980 em Manaus, observa-se um movimento basicamente levantado em propaganda política, no sentido de entender o caboclo como uma identidade original, tomando a chamada floresta amazônica como sua referência geográfica ou região natural. O caboclo seria então identidade de um povo e o sentido depreciativo da palavra não seria mais que preconceito. Nossa abordagem, por outro lado, entende que os estigmatizados não podem ser identificados como pessoas reais. A teoria das representações sociais é empregada, portanto, para se entender não apenas o produto, mas também o processo de construção da suposta identidade cabocla. Nossa hipótese inicial é que não seria possível entender o caboclo sem considerar a participação nordestina em Manaus, e assim, nordestinos residentes na cidade são entrevistados na condição suposta de um grupo que não compartilharia dos preconceitos locais, na tentativa de uma outra visão, de fora do problema. As nove entrevistas aqui reunidas, porém, acrescentam que nordestinos e caboclos não se relacionam diretamente, que apesar de considerado um tipo regional, o caboclo não detém condição privilegiada, e que as representações, ao mesmo tempo em que re-apresentam um termo historicamente consolidado, ajudam a manter a estigmatização, deixando o outro na condição de estranho. |
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As representações sociais de nordestinos em Manaus sobre o caboclo AmazônicoIdentidade caboclaEstigmaPreconceitoCaboclo identityStigmaPrejudiceOUTROSEste trabalho tem como objetivo conhecer as representações sociais de nordestinos em Manaus sobre o caboclo amazônico. Uma tentativa de entender a história da palavra caboclo revela que o primeiro significado da expressão pode ter sido formulado no tupi, o que vem da floresta , para designar os assim chamados índios que, desregrados, passaram a conviver nas vilas. É um termo que carrega hostilidade para com os grupos assim chamados, e que segundo os estudos de comunidade realizados no baixo Amazonas na década de 1940 parece ser aplicado somente aos outros, nunca ao próprio interlocutor. Entretanto, a partir da década de 1980 em Manaus, observa-se um movimento basicamente levantado em propaganda política, no sentido de entender o caboclo como uma identidade original, tomando a chamada floresta amazônica como sua referência geográfica ou região natural. O caboclo seria então identidade de um povo e o sentido depreciativo da palavra não seria mais que preconceito. Nossa abordagem, por outro lado, entende que os estigmatizados não podem ser identificados como pessoas reais. A teoria das representações sociais é empregada, portanto, para se entender não apenas o produto, mas também o processo de construção da suposta identidade cabocla. Nossa hipótese inicial é que não seria possível entender o caboclo sem considerar a participação nordestina em Manaus, e assim, nordestinos residentes na cidade são entrevistados na condição suposta de um grupo que não compartilharia dos preconceitos locais, na tentativa de uma outra visão, de fora do problema. As nove entrevistas aqui reunidas, porém, acrescentam que nordestinos e caboclos não se relacionam diretamente, que apesar de considerado um tipo regional, o caboclo não detém condição privilegiada, e que as representações, ao mesmo tempo em que re-apresentam um termo historicamente consolidado, ajudam a manter a estigmatização, deixando o outro na condição de estranho.The present work intends to know the social representations of Brazilian north-east men, residents in the city of Manaus, on the Amazonian caboclos. An analysis about the first meanings of caboclo reveals that it could be an original tupi word, which means the man who came from the forest . It was used so, to designate people called indigenous who, messy, started to live at towns. Caboclo is a word used in a hostile mean, and, according the community studies realized at the decade of 1940, it is a word which is always applied to other persons. However, from the decade of 1980 so far, caboclo seems to be a political term, used to indicate a identity supposed as original of the Amazonian rain forest. In this point of view, the pejorative meanings for caboclo would be no more than prejudice. In our approach we understand that stigmatized people can not be identified as real persons. So, the theory of social representations helps us to understand the process, and not only the product, presented in the construction of the caboclos identity. Initially, we thought we can not understand caboclo without considering the presence of the Brasilian north-east groups at Manaus. So we started to investigate the Brazilian north-east men representations because this group was supposed to be outside of the problem, and able to contribute with a non pejorative representation of caboclos. The nine interviews chosen here reveals that both social groups do not encounters each other directly. Reveals that even caboclo is elected as an Amazonian original identity, the people called as caboclos has no privileged condition. Reveals finally that even representations re-presents a concept historically well-made, also keeps stigmatization, treating the other in the condition of a stranger.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências Humanas e LetrasBRUFAMPrograma de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na AmazôniaCosta, Selda Vale dahttp://lattes.cnpq.br/6121537994767311Marques, Alexandre de Oliveirahttp://lattes.cnpq.br/96761119540816462015-04-11T13:41:10Z2015-04-092007-09-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMARQUES, Alexandre de Oliveira. As representações sociais de nordestinos em Manaus sobre o caboclo Amazônico. 2007. 197 f. Dissertação (Mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2007.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2302porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2016-04-22T14:23:50Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/2302Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922016-04-22T14:23:50Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false |
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