Poesia-a-dias: um percurso poético em Adília Lopes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM |
Texto Completo: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8803 |
Resumo: | O texto apresenta uma discussão acerca da literatura produzida por Adília Lopes, escritora contemporânea portuguesa, cuja inscrição literária se deu em 1985, com o livro Um jogo bastante perigoso. Considerando o cânone literário, deparamo-nos com poucas mulheres ocupando os espaços de frequente debate, e isso nada tem que ver com a qualidade de suas obras, mas com as relações de poder no ambiente academicista, que colocam à margem as produções de autoria feminina. Adília Lopes, não diferentemente, tem sua literatura inicialmente desprestigiada pela crítica literária, porque esta considera que seus versos prosaicos demais, bem como a referência constante aos textos tradicionais – canônicos, e a aparente associação entre sujeito empírico e lírico configuram-se como um amadorismo, funcionando apenas como um projeto, não consolidado, de autoria. Não por acaso, Osvaldo Silvestre (1999) aponta que, se Adília é autora, que seria, então, um autor? E acrescenta uma resolução: um nome entre aspas, talvez. Em torno disso, e em observância à trajetória percorrida para sua inserção no cânone, propomos traçar um panorama acerca da recensão à obra, buscando atrelar à esta dificuldade as questões de gênero, que, como autora das margens – autoria feminina – precisou subverter as formas fixas dos poemas e das estruturas de poder que são impostas às mulheres. Resgatando a análise de Anna Klobucka (2009), com sua vasta obra, a autora pratica um terrorismo discursivo, que se propõe a embaraçar os que se fecham na categoria de pessoas sérias, dignas e leitoras de poesia. Além disso, buscamos ainda lançar um olhar sobre a produção de Adília, que a enxergue não somente como uma autora com vasta leitura dos clássicos, com as citações constantes, mas também como aquela que inscreve no âmbito literário novas formas de fazer poesia, e, por isso mesmo, inaugura uma literatura própria de autoria feminina. Para dar sustentação a nossa abordagem, apoiamo-nos nas reflexões de Ana Bela Almeida, Anna Klobucka, Joan Scott, Rosa Maria Martelo, Linda Hutcheon, Antonio Candido, Octávio Paz, João Gomes Esteves, entre outros. |
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Poesia-a-dias: um percurso poético em Adília LopesLINGUISTICA, LETRAS E ARTES: LETRASAdília LopesCânoneParódiaRevisitação LiteráriaGêneroO texto apresenta uma discussão acerca da literatura produzida por Adília Lopes, escritora contemporânea portuguesa, cuja inscrição literária se deu em 1985, com o livro Um jogo bastante perigoso. Considerando o cânone literário, deparamo-nos com poucas mulheres ocupando os espaços de frequente debate, e isso nada tem que ver com a qualidade de suas obras, mas com as relações de poder no ambiente academicista, que colocam à margem as produções de autoria feminina. Adília Lopes, não diferentemente, tem sua literatura inicialmente desprestigiada pela crítica literária, porque esta considera que seus versos prosaicos demais, bem como a referência constante aos textos tradicionais – canônicos, e a aparente associação entre sujeito empírico e lírico configuram-se como um amadorismo, funcionando apenas como um projeto, não consolidado, de autoria. Não por acaso, Osvaldo Silvestre (1999) aponta que, se Adília é autora, que seria, então, um autor? E acrescenta uma resolução: um nome entre aspas, talvez. Em torno disso, e em observância à trajetória percorrida para sua inserção no cânone, propomos traçar um panorama acerca da recensão à obra, buscando atrelar à esta dificuldade as questões de gênero, que, como autora das margens – autoria feminina – precisou subverter as formas fixas dos poemas e das estruturas de poder que são impostas às mulheres. Resgatando a análise de Anna Klobucka (2009), com sua vasta obra, a autora pratica um terrorismo discursivo, que se propõe a embaraçar os que se fecham na categoria de pessoas sérias, dignas e leitoras de poesia. Além disso, buscamos ainda lançar um olhar sobre a produção de Adília, que a enxergue não somente como uma autora com vasta leitura dos clássicos, com as citações constantes, mas também como aquela que inscreve no âmbito literário novas formas de fazer poesia, e, por isso mesmo, inaugura uma literatura própria de autoria feminina. Para dar sustentação a nossa abordagem, apoiamo-nos nas reflexões de Ana Bela Almeida, Anna Klobucka, Joan Scott, Rosa Maria Martelo, Linda Hutcheon, Antonio Candido, Octávio Paz, João Gomes Esteves, entre outros.El texto presenta una discusión sobre la literatura producida por Adília Lopes, escritora portuguesa contemporánea, cuya inscripción literaria ocurrió em 1985, con el libro Um jogo bastante perigoso. Considerando el canon literario, encontramos pocas mujeres ocupando los espacios de debate frecuente, y esto no tine que ver con la calidad de sus obras, sino con las relaciones de poder en el ámbito académico, que ponen al margen las producciones femeninas. Adília Lopes, no muy diferente, tiene su literatura inicialmente desacreditada por la crítica literaria, por considerar que sus versos son demasiado prosaicos, así como la constante referencia a textos tradicionales – canónicos, y la aparente asociación entre temas empíricos y líricos se configuran como un amauterismo, funcionando sólo como un proyecto no consolidado de autoría. No es casual que Osvaldo Silvestre (1999) señale que, si Adília es autora, qué seria un autor? Y anãde una resolución: un nombre entre comillas, quizás. En torno a ello, y en cumplimiento del caminho recorrido para su inserción en el canon, nos proponemos trazar un panorama de la reseña de la obra, buscando vincular a esta dificultad las cuestiones de género, que como autor de los márgenes – autoría femenina – había que subvertir las formas de los poemas y de las estructuras de poder que inponen a las mujeres. Rescatando el análisis de Anna Klobucka (2009), con su vasta obra, la autora practica un terrorismo discursivo, que pretende avergonzar a quienes caen en la categoría de personas serias, dignas y lectores de poesía. Además, también buscamos dar una mirada a la procción de Adília, que la ve no sólo como una autora con uma vasta lectura de los clássicos, con constantes citas, sino también como una que inscribe nuevas formas de hacer poesía en el campo literario, y, por eso mismo, inaugura su propia literatura de autoría femenina. Para apoyar nuestro enfoque, nos apoyamos en las reflexiones de Ana Bela Almeida, Anna Klobucka, Joan Scott, Rosa Maria Martelo, Linda Hutcheon, Antonio Candido, Octávio Paz, João Gomes Esteves, entre otros.Universidade Federal do AmazonasFaculdade de LetrasBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em LetrasZucolo, Nicia Petrecelihttp://lattes.cnpq.br/4572857563677466Costa, Yasmin Serafim dahttp://lattes.cnpq.br/2920774515542742Alves, Elis Regina Fernandeshttp://lattes.cnpq.br/6663555645904107http://lattes.cnpq.br/3417348911138090https://orcid.org/ 0000-0002-0202-60662022-04-11T01:18:12Z2022-03-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfCOSTA, Rayesley Ricarte. Poesia-a-dias: um percurso poético em Adília Lopes. 2022. 74 f. 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