Compreensão fenomenológica da concepção de saúde/doença de ribeirinhos na região metropolitana de Manaus

• Autor(a) principal: Vásquez, Carlos Adonai Chacon
• Data de Publicação: 2019
• Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3628074326582060
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
• Texto Completo: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7395
• topic: Comunidades ribeirinhas - Saúde - Amazonas (Estado); CIÊNCIAS HUMANAS: PSICOLOGIA; Processo saúde/doença; Ribeirinhos; Fenomenologia; Método fenomenológico

Os habitantes dos beiradões e comunidades junto aos rios da Amazônia são chamados ribeirinhos. Possuem – elemento transgeracional – todo um arcabouço de conhecimento acerca do processo saúde-doença. Dada a exiguidade de material bibliográfico produzido sobre o olhar desse amazônida para essa díade é que esta pesquisa teve como objetivo compreender o sentido atribuído por pessoas de duas comunidades ribeirinhas da região metropolitana da cidade de Manaus sobre a díade saúde/doença a partir da filosofia de Martin Heidegger. É uma pesquisa sob o viés qualitativo e utilizou os pressupostos do método fenomenológico, com caráter descritivo e exploratório. Foi realizada entrevista fenomenológica, áudio gravada, partindo de uma questão norteadora e seus desdobramentos. Para a compreensão das vivências foi utilizado o referencial teórico de Martin Heidegger. São considerados colaboradores desta pesquisa 10 participantes (5 homens e 5 mulheres) que vivem na região metropolitana de Manaus e se identifiquem com as especificidades ribeirinhas. Os resultados originaram cinco categorias: “Cuidado: mundo humano e mundo próprio”, “Corpo e Hábitos”, “Estrutura dos serviços de saúde”, “Religiosidade – o cara lá de cima” e “Facticidade: O ser-para-a-morte é expresso ou a possibilidade de não-poder-ser”, e suas subcategorias. A concepção de saúde e doença que surgiu dos dados nos leva a compreendê-la em dois eixos, o relacional: cuidado consigo mesmo e seu corpo, sua relação com os outros, ao cuidarem e serem cuidados, com o divino/religioso e no contato com a morte; e no eixo estrutural: nos elogios e críticas aos serviços de saúde e profissionais e à estrutura de sua comunidade. Conclui-se que é premente buscar a compreensão mais profunda de como esses sujeitos enxergam e vivenciam as questões relativas à saúde/doença, do locus de onde expressam e do olhar que lançam sobre essa díade considerando, nesse compreender, a sociedade em geral, os pares acadêmicos e os profissionais de saúde que futuramente empreendam contato com essa população denominada ribeirinhos.