Feminização de tambaqui Colossoma macropomum (Cuvier, 1818) com administração de 17β-estradiol na dieta
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM |
Texto Completo: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4795 |
Resumo: | O tambaqui Colossoma macropomum é o peixe mais produzido em cativeiro dentre as espécies nativas brasileiras. A fêmea se destaca por pesar cerca de 18% a mais que o macho em sistema de cultivo intensivo (dados não publicados). Quando as características zootécnicas de um gênero são mais rentáveis que de outro é comum o cultivo monosexo. As técnicas de inversão sexual podem ser utilizadas no direcionamento da diferenciação sexual para o gênero desejado. Este trabalho teve como objetivo identificar a melhor dose de 17β-estradiol (E2) para a feminização direta de tambaqui. O experimento foi dividido em dois ensaios (setembro/novembro e outubro/dezembro de 2014). Para cada ensaio utilizou-se 500 pós-larvas de tambaqui (100/tratamento), com trinta dias pós-eclosão (dpe) e com comprimento médio 14,87 mm. Foram alimentadas com dietas contendo diferentes doses de E2 na ração (0, 20, 40, 80 e 120 mg/Kg) por seis semanas. Após os tratamentos os peixes foram transferidos para tanques-rede onde permaneceram até a realização da amostragem. Sessenta dias após o tratamento foi realizada coleta de sangue. A coleta das gônadas foi realizada quando os peixes tinham entre cinco e sete meses. Nos animais com comprimento padrão (CP) médio de 13,96 ± 1,29 cm não foi possível a identificação do sexo, devido à ausência de evidências histológicas comprovatórias de ovários ou testículos. Nos animais sexados, o E2 demonstrou grande influência no aumento de fêmeas na dose mais elevada. A concentração de E2 no plasma dos animais mostrou que este esteroide foi totalmente metabolizado pelo organismo dos peixes, sendo estatisticamente igual para 20, 40 e 80 mg E2/Kg de ração e o controle. Para dose de 120 mg/Kg os animais apresentaram uma concentração plasmática de estradiol significativamente menor que o controle e demais tratamentos. Sugerindo que para essa concentração o organismo dos peixes não só metabolizou todo o esteroide consumido, mas também diminuiu a produção endógena desse hormônio. As análises da água utilizada nos tratamentos, antes e após cloração, demonstraram a eficiência deste método na eliminação total dos resquícios hormonais de estradiol. Nossos resultados mostraram que 120 mg de E2 por quilograma de ração, administrados durante seis semanas, é o tratamento mais eficaz para a feminização de larvas de tambaqui a partir de 14 mm de comprimento. E a cloração da água após o tratamento com estradiol é 100% eficaz na eliminação de resíduos deste esteroide. |
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Feminização de tambaqui Colossoma macropomum (Cuvier, 1818) com administração de 17β-estradiol na dietaTambaquiCultivo intensivoPiscicultura17β-estradiolIntensive farmingCIÊNCIAS AGRÁRIAS: RECURSOS PESQUEIROS E ENGENHARIA DE PESCAO tambaqui Colossoma macropomum é o peixe mais produzido em cativeiro dentre as espécies nativas brasileiras. A fêmea se destaca por pesar cerca de 18% a mais que o macho em sistema de cultivo intensivo (dados não publicados). Quando as características zootécnicas de um gênero são mais rentáveis que de outro é comum o cultivo monosexo. As técnicas de inversão sexual podem ser utilizadas no direcionamento da diferenciação sexual para o gênero desejado. Este trabalho teve como objetivo identificar a melhor dose de 17β-estradiol (E2) para a feminização direta de tambaqui. O experimento foi dividido em dois ensaios (setembro/novembro e outubro/dezembro de 2014). Para cada ensaio utilizou-se 500 pós-larvas de tambaqui (100/tratamento), com trinta dias pós-eclosão (dpe) e com comprimento médio 14,87 mm. Foram alimentadas com dietas contendo diferentes doses de E2 na ração (0, 20, 40, 80 e 120 mg/Kg) por seis semanas. Após os tratamentos os peixes foram transferidos para tanques-rede onde permaneceram até a realização da amostragem. Sessenta dias após o tratamento foi realizada coleta de sangue. A coleta das gônadas foi realizada quando os peixes tinham entre cinco e sete meses. Nos animais com comprimento padrão (CP) médio de 13,96 ± 1,29 cm não foi possível a identificação do sexo, devido à ausência de evidências histológicas comprovatórias de ovários ou testículos. Nos animais sexados, o E2 demonstrou grande influência no aumento de fêmeas na dose mais elevada. A concentração de E2 no plasma dos animais mostrou que este esteroide foi totalmente metabolizado pelo organismo dos peixes, sendo estatisticamente igual para 20, 40 e 80 mg E2/Kg de ração e o controle. Para dose de 120 mg/Kg os animais apresentaram uma concentração plasmática de estradiol significativamente menor que o controle e demais tratamentos. Sugerindo que para essa concentração o organismo dos peixes não só metabolizou todo o esteroide consumido, mas também diminuiu a produção endógena desse hormônio. As análises da água utilizada nos tratamentos, antes e após cloração, demonstraram a eficiência deste método na eliminação total dos resquícios hormonais de estradiol. Nossos resultados mostraram que 120 mg de E2 por quilograma de ração, administrados durante seis semanas, é o tratamento mais eficaz para a feminização de larvas de tambaqui a partir de 14 mm de comprimento. E a cloração da água após o tratamento com estradiol é 100% eficaz na eliminação de resíduos deste esteroide.The tambaqui Colossoma macropomum is the main farmed fish among the Brazilian native species. The female tambaqui stands out because it grows 18% more than the male in intensive farming fish system (unpublished data). When monosex cultivation is more profitable is fish industry, techniques of sex reversal can be used for directing the sexual differentiation towards to desired gender. The objective of this research was to identify the best dose of 17β-estradiol (E2) for direct feminization of tambaqui, as the first step in developing a protocol for effective sex reversal for the specie. Due to experimental control and to avoid the possible genetic effects on the results, the study was divided into two tests (September / October and November / December 2014). In every test, it was used 500 tambaqui fries (100 fries/treatment) of 30 days post hatch (dph) with an average length 14.87 ± 2.85 mm. The fries were fed diets containing different doses de E2 (0 - control, 20, 40, 80 and 120 mg/kg of E2 diet) for six weeks. After the treatments, the fish were transferred to cages where they remained growing for the sampling. Sixty days after the end of the treatment, blood sample was collected to determine the concentration of E2 in plasma. Sampling of the gonads was performed when the fish was around seven months. In the animals with standard length (SL) mean of 13.96 ± 1.29 cm it was not possible to identify the sex, due to lack of histological evidence of ovaries or testes. In the individuals in which sex could be determined, E2 demonstrated great influence on the increase in females at the highest dose. The E2 concentration in the plasma of the animals showed that this hormone was fully metabolized by the fish body, as treated (20, 40 and 80 mg/kg E2 feed) and control presented similar plasma E2 values. However, in the treatment 120 mg of E2 kg of feed the animals presented a lower plasma concentration and statistically different from the control and other treatments. This suggests that the higher dose of E2 was not only fully metabolized by the organism, but also decreased the endocrine production of this hormone (negative feed-back). The water of the treatment was analyzed before and after coloration. Results showed that there was a residual presence of E2 after the experiment which disappeared after chlorine. Our results indicate that 120 mg/kg E2 of diet administered for six weeks is the most effective treatment for tambaqui feminization from 14 mm length, and that water chloration after estradiol treatment eliminates every residue of this steroid.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do AmazonasFaculdade de Ciências AgráriasBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em Ciências Pesqueiras nos TrópicosAlmeida, Fernanda Ferreira Loureiro dehttp://lattes.cnpq.br/1190817093943782Reis, Vanessa Ribeirohttp://lattes.cnpq.br/82904849393431052016-01-20T18:46:34Z2015-08-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfREIS, Vanessa Ribeiro. Feminização de tambaqui Colossoma macropomum (Cuvier, 1818) com administração de 17β-estradiol na dieta. 2015. 77 f. Dissertação(Mestrado em Ciências Pesqueiras nos Trópicos) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2015.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4795porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2018-04-12T18:57:25Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/4795Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922018-04-12T18:57:25Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false |
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