Morfoanatomia do desenvolvimento do fruto de Isertia hypoleuca Benth. (Rubiaceae - Cinchonoideae)

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Autor(a) principal: Giacomin, Andressa Cristine
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5055140442561259
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5737
Resumo: Isertia é um gênero peculiar de Rubiaceae por estar associado às florestas tropicais secundárias ou em processo de regeneração, representado por quinze espécies distribuídas principalmente nas florestas tropicais da América Central e do Sul. O fruto de Isertia hypoleuca Benth. apresenta peculiaridades morfológicas que somadas ao emprego impreciso da terminologia e tipologia de frutos dificultam sua classificação. Dessa forma, foram estudados aspectos morfológicos e anatômicos do pericarpo e semente de I. hypoleuca para estabelecer os principais estádios ontogenéticos do desenvolvimento do fruto e possibilitar a interpretação correta de sua tipologia. Foram registrados quatro estádios, cujas principais características que marcam cada estádio estão associadas ao processo de esclerificação do endocarpo e exotesta e ao desenvolvimento dos demais tecidos da semente. Isertia hypoleuca possui ovário ínfero, sincárpico com quatro a seis lóculos multiovulados, a placentação é axial com óvulos hemianátropos inseridos em toda a extensão do septo. O estádio I é representado pelo fruto recém-formado com um a 20 dias, o exocarpo tem coloração grená o mesocarpo é consistente, o endocarpo é indiferenciado. A parede do pericarpo é unisseriada com células papilosas e glândulas poliédricas. O mesocarpo é parenquimático com muitas drusas e idioblastos. O endocarpo contém cerca de cinco camadas celulares em intenso processo de divisão anticlinal. A semente é unitegumentada e ocorre intensa atividade meristemática na mesotesta. Neste estádio, o teor de umidade é o mais elevado, 86.92%. No estádio II, o fruto tem de 77 a 97 dias, a coloração do exocarpo é verde amarelado, o endocarpo e exotesta iniciam o processo de esclerificação. O estádio III, fruto com 90 a 210 dias, é marcado pela acentuada esclerificação do endocarpo e testa da semente, pela formação da endotesta. O endosperma e embrião estão bem desenvolvidos. Neste estádio o fruto apresenta o maior tamanho. No estádio IV o fruto está maduro, com 230 a 250 dias, o odor é muito semelhante ao do açaí e a coloração é violeta intenso. O fruto sofre redução de seu tamanho, 9.56 x 8.80 mm, e também apresenta o menor teor de umidade 31.9%. O exocarpo é formado por células epidérmicas e células subjacentes do mesocarpo. A região do mesocarpo que corresponde à polpa é uma massa carnosa de células total ou parcialmente desintegradas, idioblastos e fibras. O endocarpo é ósseo, e forma de quatro a seis pirênios polispermos livres entre si. As sementes são marrom avermelhado, angulares, com 1 mm, apresentam testa enrijecida de aspecto foveolado, o endosperma é carnoso. O embrião é cilíndrico branco e opaco e ocupa a região central da semente. Com base na morfogênese, o fruto de I. hypoleuca foi classificado como drupa.
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Foram registrados quatro estádios, cujas principais características que marcam cada estádio estão associadas ao processo de esclerificação do endocarpo e exotesta e ao desenvolvimento dos demais tecidos da semente. Isertia hypoleuca possui ovário ínfero, sincárpico com quatro a seis lóculos multiovulados, a placentação é axial com óvulos hemianátropos inseridos em toda a extensão do septo. O estádio I é representado pelo fruto recém-formado com um a 20 dias, o exocarpo tem coloração grená o mesocarpo é consistente, o endocarpo é indiferenciado. A parede do pericarpo é unisseriada com células papilosas e glândulas poliédricas. O mesocarpo é parenquimático com muitas drusas e idioblastos. O endocarpo contém cerca de cinco camadas celulares em intenso processo de divisão anticlinal. A semente é unitegumentada e ocorre intensa atividade meristemática na mesotesta. Neste estádio, o teor de umidade é o mais elevado, 86.92%. No estádio II, o fruto tem de 77 a 97 dias, a coloração do exocarpo é verde amarelado, o endocarpo e exotesta iniciam o processo de esclerificação. O estádio III, fruto com 90 a 210 dias, é marcado pela acentuada esclerificação do endocarpo e testa da semente, pela formação da endotesta. O endosperma e embrião estão bem desenvolvidos. Neste estádio o fruto apresenta o maior tamanho. No estádio IV o fruto está maduro, com 230 a 250 dias, o odor é muito semelhante ao do açaí e a coloração é violeta intenso. O fruto sofre redução de seu tamanho, 9.56 x 8.80 mm, e também apresenta o menor teor de umidade 31.9%. O exocarpo é formado por células epidérmicas e células subjacentes do mesocarpo. A região do mesocarpo que corresponde à polpa é uma massa carnosa de células total ou parcialmente desintegradas, idioblastos e fibras. O endocarpo é ósseo, e forma de quatro a seis pirênios polispermos livres entre si. As sementes são marrom avermelhado, angulares, com 1 mm, apresentam testa enrijecida de aspecto foveolado, o endosperma é carnoso. O embrião é cilíndrico branco e opaco e ocupa a região central da semente. Com base na morfogênese, o fruto de I. hypoleuca foi classificado como drupa.Isertia is a peculiar genus of Rubiaceae due to its association with secondary tropical forests and recovering forests. It is represented by fifteen species distributed mainly in the rainforests of Central and South America. The morphological peculiarities and the inaccurate use of terminology and typology of Isertia hypoleuca Benth. fruits tends to hinder their classification. Thereby, morphological and anatomical aspects of pericarp and seeds of I. hypoleuca were studied in order to establish the main ontogenetics stages of fruit development, leading to the correct interpretation of its typology. Four stages were registered which main characteristics of each of them are associated with endocarp and exotesta sclerification and seed tissues development. Isertia hypoleuca shows inferior ovary, sincarpic with four to six multi-locular ovary, axial placentation with hemianatrop ovum inserted all along the septum extension. The stage 1 is represented with a newly formed fruit within 1 to 20 days, the exocarp shows maroon coloring, the mesocarp is consistent and the endocarp is undifferentiated. The uniseried mesocarp cell wall shows papilous cells and polyhedral glands. The mesocarp is parenquimatic with many drusen and idioblasts. The endocarp contains about five cell layers in intense process of anticlinal division. The seed is unitegumented and there is intense meristematic activity in the mesotesta. At this stage, the moisture content is the highest, 86.92%. In stage II, the fruit has 77-97 days, exocarp colloring is yellowish green, cored and the exotesta starts the sclerification process. Stage III, fruit with 90 to 210 days, is marked by a sharp sclerification of the endocarp and seed coat, due to the development of endotesta. The endosperm and embryo are well developed. At this stage the fruit has the largest size. In stage IV the fruit is ripe, with 230-250 days, the odor is very similar to the acaí and the color is the deep violet. A reduction of the fruit size occurs showing 9.56 x 8.80 mm, and also the lowest moisture content 31.9% is observed. The exocarp is formed by pericarp wall and underlying mesocarp cells. The mesocarp region corresponding to the fleshy pulp mass comprise a completely or partially disintegrated cells, idioblasts and fibers. The endocarp is osseous and forms four to six pyrenes polispermes disconnected between each other. The seeds are reddish brown angular, with 1 mm, showing a thick testa with foveolad aspect, the endosperm is fleshy. The embryo is white, cylindrical and opaque and occupies the central area of the seed. Based on morphogenesis, the fruit of I. hypoleuca was classified as drupe.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências BiológicasBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em Diversidade BiológicaAraújo, Maria Gracimar Pacheco dehttp://lattes.cnpq.br/4592312984714083Giacomin, Andressa Cristinehttp://lattes.cnpq.br/50551404425612592017-07-25T12:40:32Z2015-03-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfGIACOMIN, Andressa Cristine. Morfoanatomia do desenvolvimento do fruto de Isertia hypoleuca Benth. (Rubiaceae - Cinchonoideae). 2015. 32 f. Dissertação (Mestrado em Diversidade Biológica) - Universidade Federal do Amazonas, mnaus, 2015.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5737porhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2017-07-26T05:03:30Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/5737Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922017-07-26T05:03:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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