O trabalho terceirizado de mulheres numa escola municipal de Manaus: estigma e marcas de violência simbólica
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM |
Texto Completo: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8519 |
Resumo: | Este estudo assume o desígnio de analisar a violência simbólica sofrida pelas mulheres no contexto do mercado de trabalho terceirizado, buscando perceber de que forma essa violência se manifesta e como os sujeitos envolvidos contribuem para potencializar esse mal estar que atinge a vida dessas mulheres. Trata-se de um tema ancorado na temática de gênero que estabelece diálogo com saberes interdisciplinares como a Antropologia Social, Sociologia e a Educação. A terceirização como parte da reestruturação produtiva é um fenômeno mundial nas sociedades capitalistas. Concentra-se como uma política organizada por empregos flexíveis e tem gerado muitos conflitos por ser uma modalidade apontada como uma forma de exploração e precarização da força de trabalho na contemporaneidade que tem aprofundado as desigualdades sociais e não se distancia da lógica do capital que sempre se valeu das violências para obter acúmulo. A terceirização difundiu-se nas instituições públicas e vem ampliando-se nos setores da limpeza e manipulação de alimentos. Nesse processo, as violências estão bem presentes e afetam fortemente as mulheres que estão em nichos, onde a força de trabalho delas prevalece. O trabalho de campo assumiu a orientação das abordagens qualitativas sem excluir os aspectos quantitativos. A coleta dos dados empíricos foi realizada sob a técnica da entrevista profunda e semiestruturada. O locus da pesquisa concentrou-se na Escola Municipal Presidente João Goulart, situada na Zona Norte da cidade de Manaus, no Amazonas. A investigação revelou a existência e recorrência da violência simbólica impetrada nas perdas de direitos trabalhistas no campo da cidadania. As trabalhadoras são acometidas a calotes, atrasos de salários, remuneração inferior e incertezas; essa modalidade de trabalho afeta a saúde, interfere na subjetividade e autoestima, causa dor e sofrimento que configuram violência simbólica e a feminização da pobreza ao qual elas estão sujeitas. É um elemento causado pelas estruturas de poder econômico, político e de Estado. Essas mulheres são sujeitos sociais que também constroem suas histórias de lutas e resistências frente aos ataques do capital. Deve-se reconhecer, por fim, que a violência simbólica tem raízes sólidas nas relações desiguais de gênero, na divisão sexual do trabalho e sua continuidade sendo legitimada pela violência institucional e capitalista, perpetradas nas novas relações de trabalho. |
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Concentra-se como uma política organizada por empregos flexíveis e tem gerado muitos conflitos por ser uma modalidade apontada como uma forma de exploração e precarização da força de trabalho na contemporaneidade que tem aprofundado as desigualdades sociais e não se distancia da lógica do capital que sempre se valeu das violências para obter acúmulo. A terceirização difundiu-se nas instituições públicas e vem ampliando-se nos setores da limpeza e manipulação de alimentos. Nesse processo, as violências estão bem presentes e afetam fortemente as mulheres que estão em nichos, onde a força de trabalho delas prevalece. O trabalho de campo assumiu a orientação das abordagens qualitativas sem excluir os aspectos quantitativos. A coleta dos dados empíricos foi realizada sob a técnica da entrevista profunda e semiestruturada. O locus da pesquisa concentrou-se na Escola Municipal Presidente João Goulart, situada na Zona Norte da cidade de Manaus, no Amazonas. A investigação revelou a existência e recorrência da violência simbólica impetrada nas perdas de direitos trabalhistas no campo da cidadania. As trabalhadoras são acometidas a calotes, atrasos de salários, remuneração inferior e incertezas; essa modalidade de trabalho afeta a saúde, interfere na subjetividade e autoestima, causa dor e sofrimento que configuram violência simbólica e a feminização da pobreza ao qual elas estão sujeitas. É um elemento causado pelas estruturas de poder econômico, político e de Estado. Essas mulheres são sujeitos sociais que também constroem suas histórias de lutas e resistências frente aos ataques do capital. Deve-se reconhecer, por fim, que a violência simbólica tem raízes sólidas nas relações desiguais de gênero, na divisão sexual do trabalho e sua continuidade sendo legitimada pela violência institucional e capitalista, perpetradas nas novas relações de trabalho.This study assumes the purpose of analyzing the symbolic violence suffered by women in the context of the outsourced labor market, seeking to understand how this violence manifests itself and how the subjects involved contribute to potentiate this malaise that affects the lives of these women. It is a theme anchored in the gender theme that establishes dialogue with interdisciplinary knowledge such as Social Anthropology, Sociology and Education. Outsourcing as part of productive restructuring is a worldwide phenomenon in capitalist societies, it is concentrated as a policy organized by flexible jobs and has generated many conflicts, as it is a modality considered as a form of exploitation and precariousness of the workforce in contemporary times. it has deepened social inequalities and is not far from the logic of capital, which has always used violence to obtain accumulation. Outsourcing has spread to public institutions and has been expanding in the sectors of cleaning and food handling. In this process, violence is very present and strongly affects women who are in niches where their workforce prevails. The fieldwork assumed the orientation of the qualitative approaches without excluding the quantitative aspects. The collection of empirical data was carried out using the technique of a deep and semi-structured interview. The locus of the research was concentrated at the Presidente João Goulart Municipal School, located in the North Zone of the city of Manaus, in Amazonas. The investigation revealed the existence and recurrence of symbolic violence caused by the loss of labor rights in the field of citizenship, the workers are affected by defaults, wage arrears, inferior remuneration and uncertainties; this type of work affects health, interferes in subjectivity and self-esteem, causes pain and suffering that configure symbolic violence and the feminization of poverty to which they are subjected is an element caused by the structures of economic, political and state power. These women are social subjects who also build their stories of struggles and resistance in the face of attacks by capital. Finally, it must be recognized that symbolic violence has solid roots in unequal gender relations, in the sexual division of labor and its continuity being legitimized by institutional and capitalist violence, perpetrated in new labor relations.Universidade Federal do AmazonasInstituto de Filosofia, Ciências Humanas e SociaisBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na AmazôniaTorres, Iraildes Caldashttp://lattes.cnpq.br/2677966121712850Costa, Renilda AparecidaOliveira, Marcia Maria deAndrade, Elisiane Sousa dehttp://lattes.cnpq.br/89892656437980022021-11-04T16:32:17Z2021-03-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfO trabalho terceirizado de mulheres numa escola municipal de Manaus: estigma e marcas de violência simbólica, 2021, [154], Dissertação, Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia, Universidade Federal do Amazonas, [Manaus pela plataforma meet]https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8519porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2021-11-05T05:03:28Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/8519Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922021-11-05T05:03:28Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false |
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