Elaboração de ração para pirarucu (Arapaima gigas (Cuvier,1829)) utilizando farinha de sangue, resíduo de castanha e farinha de carne e ossos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Ricardo do Amaral
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7188521153911655
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3119
Resumo: O pirarucu, Arapaima gigas, é uma espécie nativa da Amazônia de alto valor comercial despertando grande interesse no seu cultivo em cativeiro. Por ser um peixe carnívoro, necessita de ração com alto teor protéico. O Objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho zootécnico de juvenis de pirarucu, Arapaima gigas, alimentados com dietas contendo ingredientes disponíveis no Estado do Acre, em particular a farinha de sangue spray-dried (FSSD), o resíduo de castanha-do-brasil Bertholletia excelsa (RC) e a farinha de carne e ossos (FCO) combinados com duas fontes energéticas (banha e óleo de soja). O trabalho de pesquisa foi realizado em três etapas, com delineamento inteiramente casualizado, utilizando três diferentes lotes de alevinos, sendo estes previamente submetidos a treinamento alimentar para aceitação de ração seca. No final de cada fase, os peixes foram submetidos à biometria sendo sacrificados um ou dois animais de cada unidade experimental para realização de análise de carcaça (peixes inteiros), sendo determinados: umidade, proteína bruta, lipídio e cinza. Durante todas as fases os peixes foram submetidos a um fotoperíodo de 12 h luz:12 h escuro. No primeiro experimento foram testadas dietas extrusadas com (0, 3, 6, 9, 12, 15, 18 e 21%) de farinha de sangue spray dried e banha de suíno como fonte de energia. Foram utilizados 192 alevinos 8,5±0,4g, distribuídos em 24 caixas em fibra de vidro abastecidas com 250 L (8 peixes/caixa) sendo monitorados os seguintes parâmetros: temperatura da água (8:00 e 14:00h) diariamente, além de oxigênio, amônia, nitrito e pH (semanalmente). Os peixes alimentados com dietas contendo até 9% de FSSD não apresentaram diferença significativa (P>0,05) em relação à testemunha (0% FSSD) nos parâmetros de desempenho zootécnico avaliados. Este grupo (3, 6 e 9%) de FSSD tiveram desempenho superior (P 0,05) às dietas com (12, 15, 18 e 21%) de FSSD. Na segunda etapa foram elaboradas cinco rações experimentais objetivando avaliar o desempenho do resíduo de castanha (RC) nos teores de (2 e 4%) como ingrediente capaz de viabilizar um incremento para 12% no teor de FSSD possível de ser utilizado, superior portanto aos 9% identificados na primeira etapa como o máximo admissível. Foram utilizadas 20 caixas em fibra de vidro, com capacidade de 500 litros e abastecidas com 300 litros de água cada. Estas foram povoadas com 120 alevinos (6 por caixa) oriundos de uma mesma ninhada com peso médio inicial de 13,10±1,9g. Nesta xiii etapa foi utilizado óleo de soja como fonte de energia. Além da testemunha com 0% de FSSD e 0% de RC, foram testadas quatro formulações: (9% FSSD - 2% RC, 9% FSSD- 4% RC) e (12% FSSD - 2% RC, 12% FSSD - 4% RC). Não foi observada melhora no desempenho dos peixes alimentados com ração contendo 12% de FSSD em função da adição de 2 ou 4% de RC. Ocorreu ainda, um pior desempenho em alguns parâmetros em relação à testemunha, mesmo nos animais arraçoados com dieta contendo 9% de FSSD. Na terceira etapa foram avaliados três níveis de inclusão de farinha de carne e ossos (FCO) (6, 9 e 12%) além de duas fontes de energia (banha de suíno e óleo de soja). Foram utilizados 192 alevinos (9,21±1,7g), distribuídos por 24 caixas em fibra de vidro, com capacidade de 500 litros e abastecidas com 300 litros de água cada. Não foi observada diferença estatística significativa no ganho de peso, sobrevivência e fator de condição entre os tratamentos (P>0,05). O consumo voluntário apresentou diferença significativa (P 0,05) nos dois tratamentos com 12% de FCO e com 9% de FCO com óleo de soja em relação aos demais. A eficiência protéica apresentou melhor desempenho nos dois tratamentos com 6% de FCO e no com 9% de FCO e banha em relação aos demais. Foi identificada a possibilidade de inclusão de até 9% de FSSD e 9% de FCO quando utilizada banha como fonte energética. A utilização do RC nos níveis de 2% e 4% não viabilizou o aumento no teor de FSSD na dieta de 9 para 12%.
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O trabalho de pesquisa foi realizado em três etapas, com delineamento inteiramente casualizado, utilizando três diferentes lotes de alevinos, sendo estes previamente submetidos a treinamento alimentar para aceitação de ração seca. No final de cada fase, os peixes foram submetidos à biometria sendo sacrificados um ou dois animais de cada unidade experimental para realização de análise de carcaça (peixes inteiros), sendo determinados: umidade, proteína bruta, lipídio e cinza. Durante todas as fases os peixes foram submetidos a um fotoperíodo de 12 h luz:12 h escuro. No primeiro experimento foram testadas dietas extrusadas com (0, 3, 6, 9, 12, 15, 18 e 21%) de farinha de sangue spray dried e banha de suíno como fonte de energia. 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Foram utilizadas 20 caixas em fibra de vidro, com capacidade de 500 litros e abastecidas com 300 litros de água cada. Estas foram povoadas com 120 alevinos (6 por caixa) oriundos de uma mesma ninhada com peso médio inicial de 13,10±1,9g. Nesta xiii etapa foi utilizado óleo de soja como fonte de energia. Além da testemunha com 0% de FSSD e 0% de RC, foram testadas quatro formulações: (9% FSSD - 2% RC, 9% FSSD- 4% RC) e (12% FSSD - 2% RC, 12% FSSD - 4% RC). Não foi observada melhora no desempenho dos peixes alimentados com ração contendo 12% de FSSD em função da adição de 2 ou 4% de RC. Ocorreu ainda, um pior desempenho em alguns parâmetros em relação à testemunha, mesmo nos animais arraçoados com dieta contendo 9% de FSSD. Na terceira etapa foram avaliados três níveis de inclusão de farinha de carne e ossos (FCO) (6, 9 e 12%) além de duas fontes de energia (banha de suíno e óleo de soja). Foram utilizados 192 alevinos (9,21±1,7g), distribuídos por 24 caixas em fibra de vidro, com capacidade de 500 litros e abastecidas com 300 litros de água cada. Não foi observada diferença estatística significativa no ganho de peso, sobrevivência e fator de condição entre os tratamentos (P>0,05). O consumo voluntário apresentou diferença significativa (P 0,05) nos dois tratamentos com 12% de FCO e com 9% de FCO com óleo de soja em relação aos demais. A eficiência protéica apresentou melhor desempenho nos dois tratamentos com 6% de FCO e no com 9% de FCO e banha em relação aos demais. Foi identificada a possibilidade de inclusão de até 9% de FSSD e 9% de FCO quando utilizada banha como fonte energética. A utilização do RC nos níveis de 2% e 4% não viabilizou o aumento no teor de FSSD na dieta de 9 para 12%.The pirarucu, Arapaima gigas is an Amazon native species with high market value and crescent interest by aquaculturists in its rears. As a carnivorous fish, it needs a high level protein diet. The goal of this study was to evaluate the growth performance of pirarucu, Arapaima gigas, juveniles fed with diets produced with ingredients available in the State of Acre-Brazil, notably; blood meal (BM), Brazil nut residue Bertholletia excelsa (BNR) and meat and bone meal (MBM) combined with two energetic sources (animal fat and soybean oil). The study was driven into three phases in a complete randomized design, using different juveniles batch, previously conditioned to feed training to accept dry ration. At the end of each phase, the fish were measured, and one or two were sacrificed in each experimental unit for carcass analysis (whole body), for: moisture, protein, lipid and ash content. During the experiment, fish were kept under a natural photoperiod (12 light: 12 dark). In the first experiment were tested using diets with (0, 3, 6, 9, 12, 15, 18 or 21%) spray-dried blood meal and animal fat as an energy source. A total of 192 pirarucu juveniles(8,5±0,4g) were randomly distributed into the 24 circular fiber glass tanks, supplied with 250 L water (8 fish/tank). Parameters monitored were water temperature (daily, 8:00/14:00h) and pH, dissolved oxygen, ammonia, nitrite, weekly. The fishes fed diets with 9% BM did not present a statistical difference (P>0,05) for evaluated body variables as compared with control diet (0% BM). At the second experiment five experimental rations were used to assess the Brazil nut residue performance at two levels (2 and 4%) as an ingredient able to allow up to 12% of the BM above, the 9% level indicated in the first experiment. One hundred twenty fish (13.10±1,9g) were stocked into 20 circular fiber glass tanks (6/tank) supplies with 300 L water. At this phase, soybean oil was used as energy source. Besides the control treatment with 0% BM and 0% BNR, four diets were tested: (9% xv BM - 2% BNR, 9% BM - 4% BNR) and (12% BM - 2% BNR, 12% BM - 4% BNR). No improvement at the fish performance was observed in animals feed with rations produced with 12% BM as a result of the addition of 2 or 4% BNR. A worse performance was detected in some variables compared with the control diet; even in animals feed with 9% BM diets. In the third set of experiments, three levels of MBM (6, 9 and 12%) were tested besides two energetic sources (animal fat and soybean oil). One hundred ninety two fish (9.21±1,7g) were stocked into 24 fiber glass tanks (8/tank) supplies with 300 L water. No significant statistical difference between treatments (P>0.05) on weight gain, survival and condition faction were detected. The voluntary fed intake showed significant difference among the two treatments with 12% and the 9% MBM + soybean oil compared with the others. The two diets with 6% MBM and the diet with 9% MBM + animal fat showed better protein efficiency rate performance compared to the others. It was concluded that is possible to include BM and MBM up to 9% when animal fat is used as energy source. The inclusion of BNR at 2% or even 4%,Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências BiológicasBRUFAMPrograma de Pós-Graduação em BiotecnologiaPereira Filho, Manoelhttp://lattes.cnpq.br/3401804314221658Ribeiro, Ricardo do Amaralhttp://lattes.cnpq.br/71885211539116552015-04-20T12:31:45Z2013-07-312008-12-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfRIBEIRO, Ricardo do Amaral. Elaboração de ração para pirarucu (Arapaima gigas (Cuvier,1829)) utilizando farinha de sangue, resíduo de castanha e farinha de carne e ossos. 2008. 150 f. 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