Respostas fisiológicas à hipóxia gradual em neonatos e juvenis da arraia cururu Potamotrygon cf. histrix

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pastório, Paula Caroline Camargo
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3912555390528650
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4586
Resumo: Este estudo teve como objetivo verificar a resposta das propriedades do sangue e das reservas de glicogênio em tecidos de indivíduos neonatos e juvenis da arraia cururu (Potamotrygon cf. histrix) frente à diminuição progressiva dos níveis de oxigênio dissolvido na água (hipóxia). Para isso, indivíduos neonatos e juvenis da espécie foram submetidos a três tratamentos distintos: grupo de animais mantidos em normóxia (NO), em concentrações de O2 em torno de 80% de saturação (~6,0 mg/L) e dois grupos expostos à hipóxia gradual, nos quais os níveis de O2 decaíram (até pelo menos 1 mg/L) pela respiração da própria arraia, sendo hipóxia com acesso à superfície (HC), onde as arraias tinham acesso livre a toda coluna d’água, e hipóxia sem acesso à superfície (HS). Nos aquários deste último grupo foram instaladas telas plásticas 5 cm abaixo da superfície, para impedir que os animais tivessem acesso à camada mais oxigenada da coluna d´água. Seis indivíduos foram utilizados em cada tratamento, tanto no experimento com neonatos quanto com juvenis. Foi avaliada a frequência espiracular (FE), que aumentou em resposta à hipóxia em ambos, neonatos (39 para 74 beats/min) e juvenis (50 para 78 beats/min); os parâmetros hematológicos, que mostraram respostas mais evidentes nos neonatos, com diminuição da contagem de eritrócitos e aumento do HCM no grupo HS e aumento do VCM em ambos os grupos HC e HS. Quanto os metabólitos plasmáticos, houve aumento nos níveis de lactato no grupo HC dos juvenis, diminuição do colesterol total em neonatos e juvenis e, em ambos os tratamentos, além de aumento dos níveis de proteínas totais no grupo HS dos juvenis. Nos juvenis, foi observado aumento do glicogênio hepático e mobilização do glicogênio muscular (mais intenso no grupo HC) em resposta à hipóxia gradual. No entanto, esse padrão não foi observado nos neonatos, que mostraram diferenças no glicogênio hepático entre os grupos expostos à hipóxia, mas não em relação ao grupo mantido em normóxia e níveis similares deste açúcar no músculo nos três tratamentos. Neonatos e juvenis de Potamotrygon cf. histrix compartilham características observadas em outros peixes tolerantes à hipóxia, como o aumento da frequência branquial/espiracular em resposta a níveis baixos de oxigênio; o fato de possuírem grandes reservas de glicogênio tecidual (hepático e muscular); a capacidade de ajuste de alguns parâmetros do metabolismo, como a hematologia, que no caso da arraia cururu ocorre nas primeiras fases de vida, e aumentos dos níveis circulantes de lactato, como resultado da ativação do metabolismo anaeróbico. Conclui-se então que essa espécie de arraia de água doce está inserida no grupo dos animais tolerantes à hipóxia.
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spelling Respostas fisiológicas à hipóxia gradual em neonatos e juvenis da arraia cururu Potamotrygon cf. histrixHipóxiaPotamotrygon cf. histrixFrequência espiracularHematologiaMetabólitosHypoxiaSpiracular frequencyHematologyMetabolitesCIÊNCIAS BIOLÓGICAS: ZOOLOGIAEste estudo teve como objetivo verificar a resposta das propriedades do sangue e das reservas de glicogênio em tecidos de indivíduos neonatos e juvenis da arraia cururu (Potamotrygon cf. histrix) frente à diminuição progressiva dos níveis de oxigênio dissolvido na água (hipóxia). Para isso, indivíduos neonatos e juvenis da espécie foram submetidos a três tratamentos distintos: grupo de animais mantidos em normóxia (NO), em concentrações de O2 em torno de 80% de saturação (~6,0 mg/L) e dois grupos expostos à hipóxia gradual, nos quais os níveis de O2 decaíram (até pelo menos 1 mg/L) pela respiração da própria arraia, sendo hipóxia com acesso à superfície (HC), onde as arraias tinham acesso livre a toda coluna d’água, e hipóxia sem acesso à superfície (HS). Nos aquários deste último grupo foram instaladas telas plásticas 5 cm abaixo da superfície, para impedir que os animais tivessem acesso à camada mais oxigenada da coluna d´água. Seis indivíduos foram utilizados em cada tratamento, tanto no experimento com neonatos quanto com juvenis. Foi avaliada a frequência espiracular (FE), que aumentou em resposta à hipóxia em ambos, neonatos (39 para 74 beats/min) e juvenis (50 para 78 beats/min); os parâmetros hematológicos, que mostraram respostas mais evidentes nos neonatos, com diminuição da contagem de eritrócitos e aumento do HCM no grupo HS e aumento do VCM em ambos os grupos HC e HS. Quanto os metabólitos plasmáticos, houve aumento nos níveis de lactato no grupo HC dos juvenis, diminuição do colesterol total em neonatos e juvenis e, em ambos os tratamentos, além de aumento dos níveis de proteínas totais no grupo HS dos juvenis. Nos juvenis, foi observado aumento do glicogênio hepático e mobilização do glicogênio muscular (mais intenso no grupo HC) em resposta à hipóxia gradual. No entanto, esse padrão não foi observado nos neonatos, que mostraram diferenças no glicogênio hepático entre os grupos expostos à hipóxia, mas não em relação ao grupo mantido em normóxia e níveis similares deste açúcar no músculo nos três tratamentos. Neonatos e juvenis de Potamotrygon cf. histrix compartilham características observadas em outros peixes tolerantes à hipóxia, como o aumento da frequência branquial/espiracular em resposta a níveis baixos de oxigênio; o fato de possuírem grandes reservas de glicogênio tecidual (hepático e muscular); a capacidade de ajuste de alguns parâmetros do metabolismo, como a hematologia, que no caso da arraia cururu ocorre nas primeiras fases de vida, e aumentos dos níveis circulantes de lactato, como resultado da ativação do metabolismo anaeróbico. Conclui-se então que essa espécie de arraia de água doce está inserida no grupo dos animais tolerantes à hipóxia.The purpose of this study was identify the response of blood properties and glycogen content in tissues of neonates and juveniles of cururu stingray (Potamotrygon cf. histrix) exposed to progressive decay of dissolved oxygen levels in water (hypoxia). Individuals of cururu stingrays were subjected to three groups: normoxia (NO) where animals were kept in O2 levels up to 80% O2 saturation (about 6.0 mg/L) and two groups exposed to progressive hypoxia, where O2 levels declined (until at least 1 mg/L) by own respiration, hypoxia with access to the surface (HC), where the stingrays had free access to the entire water column, and hypoxia without access to the surface (HS), where a containment screen was installed 5 cm below the surface to prevent animals had access to more oxygenated layer of the water column. Six individuals were used in each treatment, in both experiments with neonates and juveniles. We evaluated the frequency of spiracular movements (FE), which increased in response to hypoxia in both neonates (39 to 74 beats/min) and juveniles (50 to 78 beats/min); hematological parameters, which showed more pronounced responses in neonates, as decreased erythrocyte count and increased in MCH in HS group and increased in MCV on both HC and HS groups. Regarding plasma metabolites, there was an increase in lactate levels in the HC group of juveniles, decreased total cholesterol in neonates and juveniles, and in both treatment groups, as well as increased levels of total protein in HS group of juveniles. In juveniles, increased liver glycogen and muscle glycogen mobilization (more intense in the HC group) were observed in response to progressive hypoxia. However, this pattern was not observed in neonates who showed differences in liver glycogen between groups exposed to hypoxia, but not when compared to normoxic group. Also, similar levels of this sugar in the muscle were observed in the three treatment groups. Neonates and juveniles of Potamotrygon cf. histrix share characteristics observed in other hypoxia-tolerant fish, such as increased gill/espiracular frequency in response to low oxygen levels; their large glycogen reserves (muscle and liver); the ability to adjust some parameters of metabolism, such as hematology, that in the case of cururu stingray occurs in the early stages of life, and increases in circulating lactate levels as a result of activation of anaerobic metabolism. It is concluded that this freshwater stingray species can be inserted in the group of hypoxia-tolerant animals.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências BiológicasBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em Diversidade BiológicaMarcon, Jaydione Luizhttp://lattes.cnpq.br/7936046356532470Pastório, Paula Caroline Camargohttp://lattes.cnpq.br/39125553905286502015-08-24T20:06:02Z2014-06-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPASTÓRIO, Paula Caroline Camargo. Respostas fisiológicas à hipóxia gradual em neonatos e juvenis da arraia cururu Potamotrygon cf. histrix. 2014. 63 f. Dissertação (Mestrado em Diversidade Biológica) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2014.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4586porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2016-05-31T11:58:31Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/4586Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922016-05-31T11:58:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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