A RELAÇÃO UNIVERSIDADES-MOVIMENTOS SOCIAIS NA AMÉRICA LATINA: HABITAÇÃO POPULAR, AGROECOLOGIA E FÁBRICAS RECUPERADAS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Germinal: Marxismo e Educação em Debate |
Texto Completo: | https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/13098 |
Resumo: | Em 1918, um dos lemas dos estudantes que levaram a cabo a Reforma de Córdoba era “Una vergüenza menos, una libertad más”. A Reforma de Córdoba de 1918 levou ao surgimento de um grande debate sobre o papel da Universidade na sociedade de classes argentina. Ela desencadeou também um belo debate sobre a necessidade de criação de Universidades Populares no Peru, na Argentina, Cuba e Chile. Em outro contexto, caracterizado pela ascensão das lutas operárias e populares dos anos 1950-70, tivemos a criação da Universidade de Brasília e o estreitamento da relação universidade-trabalhadores no Cordobazo argentino (1969-76), dentre outros. Foi também nesse período que Florestan Fernandes tentou criar uma Universidade Popular junto ao sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, mas lamentavelmente este projeto não vingou. Outros exemplos de criação de universidades qualitativamente distintas ou de reformas radicais poderiam ser citados, mas cabe ressaltar que as ditaduras militares interromperam bruscamente esta relação. Nos últimos 30 anos muitos pesquisadores-extensionistas têm estabelecido laços estreitos com os movimentos sociais latino-americanos, resgatando consciente ou inconscientemente estas lutas. Mesmo não isentos de contradições e limites, e inseridos num contexto de contrarrevolução mundial e de aprimoramento da contrarreforma universitária, verificamos que uma parcela dos pesquisadores- extensionistas tentam realizar um trabalho intelectual desalienado, realizam pesquisas não mercadológicas e comprometidas com as demandas dos movimentos sociais, tentam estruturar um pensamento crítico e buscam refundar a união entre teoria e prática junto aos movimentos sociais. Para destacar estas dimensões, observamos a atuação de arquitetos junto ao movimento sem-teto e sem-terra (habitação popular), de engenheiros agrônomos junto a sem-terra e pequenos agricultores (agroecologia) e de engenheiros junto às fábricas recuperadas (autogestão). |
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