Atenção básica e saúde mental: estudo de caso sobre o uso de uma tecnologia coletiva de cuidado em um NASF no interior da Bahia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29137 |
Resumo: | A criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF tem impulsionado o cuidado de pessoas com transtorno mental severo e persistente (TMSP) na Atenção Básica (AB). Isto decorre da introdução de modalidades de cuidado interdisciplinares e multiprofissionais e de diferentes diretrizes que possibilitam a atuação sobre problemas de saúde que antes eram tratados apenas em serviços especializados. A inclusão de profissionais da Saúde Mental (SM), além de outros profissionais de saúde, nas equipes de Saúde da Família permitiu atender às questões deste campo a partir das ações da saúde em geral. Tal atenção acontece através de grupos, visitas domiciliares, salas de espera e buscas ativas. O interesse sobre o matriciamento em SM desenvolvido junto ao NASF cresce, pois favorece a relativização do uso de psicofármacos, diminui as reinternações, permite a manutenção de pessoas com sofrimento mental próximas de suas redes sociais e promove a mudança da forma de perceber e conviver com pessoas com sofrimento mental. Este tem se mostrado um cenário para a implantação de práticas que buscam inovar a produção de cuidados. Assim, a partir destes fatos este estudo tem por objetivo realizar uma praxiografia de um dispositivo de atenção em grupo produzido por um NASF/eSF entre maio de 2014 e novembro de 2015 e suas associações com práticas cotidianas de pessoas com transtornos mentais severos e persistentes residentes em uma cidade do interior da Bahia. Deste modo, visa a observação da prática de atenção em grupo e o estudo de caso de pessoas que participam ou participaram das reuniões do grupo. Entre as ações foram enfatizados os grupos pela sua pretensão em desenvolver a autonomia no cuidado e a ressocialização na comunidade através dos relatos de experiências das vivências com sofrimento mental. Foi produzido um diário de campo com relatos que permitiram descrições de inspiração etnográfica e entrevistas com usuários participantes ou ex-participantes dos grupos a partir das quais foi possível reconstituir as experiências de saúde-doença na vida cotidiana. O método escolhido pelo NASF para os grupos foi a Ajuda-Mútua. Este modelo consiste em uma forma de dinâmica grupal na qual ocorrem trocas de experiências, afetos e sentimentos entre os participantes. Foram produzidas compreensões acerca dos efeitos da participação dos usuários e familiares nas ações e, principalmente, nos grupos. Os usuários e familiares apresentaram mobilização dos afetos e sentimentos e foi possível observar a produção de vinculação. Ainda foi possível reconhecer o potencial das ações e, em especial, do método de ajuda-mútua em agregar os usuários e familiares, por meio de identificações produzidas no contato com os relatos e ampliação da autoestima dos participantes na confrontação de experiências. Foi possível constatar que o método de Ajuda-Mútua, neste contexto, apresentou limitações quanto à centralidade na oratória. Este fato acarretou em frequência oscilante dos participantes e para sua estabilização, foi introduzida a apresentação de trabalhos manuais. Foram realizadas atividades de artesanato com valorização das habilidades produzidas pelas matrizes culturais. Entretanto, a demanda demonstrou-se medicalizada e para arrefecer isso os grupos foram produzidos de modo integrado com outras ações tais como visitas domiciliares e atendimento individualizado. As ações em saúde mental conseguiram ainda reforçar a importância da atuação territorial da rede de AB na produção de adesão aos tratamentos, não apenas psiquiátricos como de saúde em geral e, deste modo, a atenção em Saúde Mental tem se consolidado para além das suas formas tradicionais. |
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