La venganza! Estratégias de desestabilização de normativas produzidas pela instituição política heterossexual e racista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duprat, Luisa
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33929
Resumo: Através de experiências artísticas recentes, com o foco especial na performance “Cualquiera! Cualquer cosa sobre todo em mi”, traço uma relação entre o conceito de heterossexualidade, sob amparo teórico da pesquisadora afrodominicana Ochy Curiel, e possíveis resistências criativas, inspiradas em estéticas pornoterroristas, materializadas no trabalho da performer e poeta Diana Torres. Levando em consideração o fato de o período colonial ter sido de fundamental importância na construção heterossexual e racista do imaginário de nação, faz-se necessário que a tessitura epistemológica deste texto passe por uma mirada negra e sapatão, sob compreensão de que os saberes corporificados provindos dessas existências são de fundamental importância na destruição de imaginários coloniais. O corpo é aqui estendido ao erótico, atravessando saberes, e corporificando vinganças anticoloniais, materializadas em criações artísticas, imersas no contexto da arte drag queen, da performance e do movimento. O conceito de erotismo é trabalhado sob duas perspectivas distintas, desvelando a desincorporação do saber científico moderno, cuja eficiência repousa em uma neutralidade masculina e branca. O corpo como marcação e demarcação de discurso, é evidenciado quando a escritora americana caribenha Audre Lorde, mulher negra, lésbica, mãe, artista, ativista e poeta e o filósofo francês Georges Bataille, homem branco, heterossexual, antropólogo, sociólogo e escritor, são postos em relação, evidenciando as diferenças decorrentes das formulações teóricas em torno do conceito de erótico, sob a perspectiva de cada autor. Metodologicamente, a prática artística desenvolvida ao longo da pesquisa é a responsável pela condução da investigação, levantamento de dados, organização do material levantado e consideração do corpo como produtor de conhecimento. Criada durante este processo de pesquisa, a performance “Cualquiera! Cualquer cosa sobre todo en mi” costura este texto em termos de visualidade, de metáfora, de encarnação do trauma e da violência, de organização corporal e composição estética da violência sofrida, do expurgo da imagem colonial e da formulação de vinganças. Pude experimentar uma série de vinganças compartilhadas e mover na direção do encontro, percebendo a força do espaço e tempo compartidos entre existências distintas que, no momento justo da suspensão, se encontram em suas feridas.
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O corpo é aqui estendido ao erótico, atravessando saberes, e corporificando vinganças anticoloniais, materializadas em criações artísticas, imersas no contexto da arte drag queen, da performance e do movimento. O conceito de erotismo é trabalhado sob duas perspectivas distintas, desvelando a desincorporação do saber científico moderno, cuja eficiência repousa em uma neutralidade masculina e branca. O corpo como marcação e demarcação de discurso, é evidenciado quando a escritora americana caribenha Audre Lorde, mulher negra, lésbica, mãe, artista, ativista e poeta e o filósofo francês Georges Bataille, homem branco, heterossexual, antropólogo, sociólogo e escritor, são postos em relação, evidenciando as diferenças decorrentes das formulações teóricas em torno do conceito de erótico, sob a perspectiva de cada autor. Metodologicamente, a prática artística desenvolvida ao longo da pesquisa é a responsável pela condução da investigação, levantamento de dados, organização do material levantado e consideração do corpo como produtor de conhecimento. Criada durante este processo de pesquisa, a performance “Cualquiera! Cualquer cosa sobre todo en mi” costura este texto em termos de visualidade, de metáfora, de encarnação do trauma e da violência, de organização corporal e composição estética da violência sofrida, do expurgo da imagem colonial e da formulação de vinganças. 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