Retenção ponderal materna no pós-parto: um estudo de coorte em município do nordeste brasileiro.
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28854 |
Resumo: | Introdução: O ciclo gravídico-puerperal constitui risco de retenção ponderal materna, assumindo relevância epidemiológica na ocorrência de obesidade em mulheres. Metodologia: A proposta deste estudo foi analisar a associação entre estado antropométrico, consumo alimentar, fatores socioeconômicos, ganho de peso na gestação e a retenção ponderal materna nos seis primeiros meses pós-parto em mulheres de um município da região Nordeste do Brasil. Resultados: Os resultados desta investigação são apresentados em formato de três artigos. O 1º compreendeu um estudo de validação e calibração de um questionário de frequência alimentar (QFA), utilizando-se um Recordatório de 24 horas (R24h) como padrão de referência. Adotou-se o coeficiente de correlação de Pearson para validação e a regressão linear para extração de fatores de calibração. Os resultados do estudo indicam que o QFA superestimou, para os dados brutos, a disponibilidade de energia e a ingestão dos nutrientes cujos coeficientes variaram de -0,15 (gordura monoinstaurada) a 0,50 (carboidrato). O ajuste pela energia alterou a distribuição dos coeficientes, registrando-se variação de -0,33 (sódio) a 0,96 (folato). Após a análise de calibração os coeficientes variaram de -0,23 (sódio) a 1,00 (folato), indicando que a acurácia do instrumento validado foi satisfatória, para a energia, macronutrientes, gordura monoinsaturada, colesterol, vitaminas B12, C, folato, sódio, ferro e cálcio. Assim, o QFA estimou adequadamente o consumo alimentar das gestantes deste estudo. O 2º artigo apresenta resultados do estudo exploratório dos fatores associados à retenção ponderal materna no sexto mês pós-parto (RPPP) em coorte prospectiva de 127 mulheres, acompanhadas desde o primeiro trimestre gestacional. A RPPP foi estimada pela diferença entre o peso materno no sexto mês pós-parto e o peso pré-gestacional (Ppg). Utilizou-se regressão logística com abordagem hierárquica para estimar as associações de interesse. Adotou-se o odds ratio (OR) e o intervalo de confiança (IC 95%) para avaliar a significância estatística. Após ajuste pelas variáveis distais e intermediárias, mostraram-se diretamente associadas à RPPP os determinantes proximais: ganho ponderal gestacional excessivo (OR: 3,34; IC: 1,16-9,59), adesão ao padrão 2 de consumo alimentar (carnes vermelhas e ovos, produtos cárneos e embutidos, alimentos industrializados e café) (OR: 2,70; IC: 1,16-6,32) e ausência de aleitamento materno exclusivo no primeiro mês da criança (OR: 3,40; IC: 1,27-9,12). Dentre os determinantes intermediários, a paridade esteve associada ao desfecho (OR: 2,36; IC: 1,01-5,55). Os fatores distais não se associaram ao evento. O 3º artigo compreende o estudo da associação entre ganho de peso gestacional e retenção ponderal nos seis primeiros meses do seguimento pós-parto. Durante o seguimento foram aferidas três medidas do peso materno no período gestacional e duas no pós-gestacional. A retenção ponderal foi analisada pela técnica de modelagem linear de efeitos mistos. Observou-se que a cada quilo de peso materno ganho na gestação aumentou o incremento ponderal em 167 g nos seis meses do seguimento (p=0,016). Após o ajuste pelas variáveis peso pré-gestacional (β=0,602; p<0,001), cor da pele preta autodeclarada (β=1,527; p=0,013), idade gestacional no momento da captação (β= 0,344; p=0,010), consumo de frutas, leguminosas, leite e derivados (β=-1,785; p=0,039), ausência de aleitamento materno exclusivo no sexto mês (β=-3,333; p=0,022) e aumento da duração do aleitamento materno (β=-0,027; p=0,001). Conclusão: O ganho de peso materno na gestação influencia a retenção do peso após o parto. Destaca-se a importância da adoção de intervenções no pré-natal e no pós-parto para controle do ganho de peso materno, promovendo o adequado estado antropométrico e de saúde e possivelmente protegendo contra o sobrepeso na população feminina. |
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O 1º compreendeu um estudo de validação e calibração de um questionário de frequência alimentar (QFA), utilizando-se um Recordatório de 24 horas (R24h) como padrão de referência. Adotou-se o coeficiente de correlação de Pearson para validação e a regressão linear para extração de fatores de calibração. Os resultados do estudo indicam que o QFA superestimou, para os dados brutos, a disponibilidade de energia e a ingestão dos nutrientes cujos coeficientes variaram de -0,15 (gordura monoinstaurada) a 0,50 (carboidrato). O ajuste pela energia alterou a distribuição dos coeficientes, registrando-se variação de -0,33 (sódio) a 0,96 (folato). Após a análise de calibração os coeficientes variaram de -0,23 (sódio) a 1,00 (folato), indicando que a acurácia do instrumento validado foi satisfatória, para a energia, macronutrientes, gordura monoinsaturada, colesterol, vitaminas B12, C, folato, sódio, ferro e cálcio. Assim, o QFA estimou adequadamente o consumo alimentar das gestantes deste estudo. O 2º artigo apresenta resultados do estudo exploratório dos fatores associados à retenção ponderal materna no sexto mês pós-parto (RPPP) em coorte prospectiva de 127 mulheres, acompanhadas desde o primeiro trimestre gestacional. A RPPP foi estimada pela diferença entre o peso materno no sexto mês pós-parto e o peso pré-gestacional (Ppg). Utilizou-se regressão logística com abordagem hierárquica para estimar as associações de interesse. Adotou-se o odds ratio (OR) e o intervalo de confiança (IC 95%) para avaliar a significância estatística. Após ajuste pelas variáveis distais e intermediárias, mostraram-se diretamente associadas à RPPP os determinantes proximais: ganho ponderal gestacional excessivo (OR: 3,34; IC: 1,16-9,59), adesão ao padrão 2 de consumo alimentar (carnes vermelhas e ovos, produtos cárneos e embutidos, alimentos industrializados e café) (OR: 2,70; IC: 1,16-6,32) e ausência de aleitamento materno exclusivo no primeiro mês da criança (OR: 3,40; IC: 1,27-9,12). 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Introdução: O ciclo gravídico-puerperal constitui risco de retenção ponderal materna, assumindo relevância epidemiológica na ocorrência de obesidade em mulheres. Metodologia: A proposta deste estudo foi analisar a associação entre estado antropométrico, consumo alimentar, fatores socioeconômicos, ganho de peso na gestação e a retenção ponderal materna nos seis primeiros meses pós-parto em mulheres de um município da região Nordeste do Brasil. Resultados: Os resultados desta investigação são apresentados em formato de três artigos. O 1º compreendeu um estudo de validação e calibração de um questionário de frequência alimentar (QFA), utilizando-se um Recordatório de 24 horas (R24h) como padrão de referência. Adotou-se o coeficiente de correlação de Pearson para validação e a regressão linear para extração de fatores de calibração. Os resultados do estudo indicam que o QFA superestimou, para os dados brutos, a disponibilidade de energia e a ingestão dos nutrientes cujos coeficientes variaram de -0,15 (gordura monoinstaurada) a 0,50 (carboidrato). O ajuste pela energia alterou a distribuição dos coeficientes, registrando-se variação de -0,33 (sódio) a 0,96 (folato). Após a análise de calibração os coeficientes variaram de -0,23 (sódio) a 1,00 (folato), indicando que a acurácia do instrumento validado foi satisfatória, para a energia, macronutrientes, gordura monoinsaturada, colesterol, vitaminas B12, C, folato, sódio, ferro e cálcio. Assim, o QFA estimou adequadamente o consumo alimentar das gestantes deste estudo. O 2º artigo apresenta resultados do estudo exploratório dos fatores associados à retenção ponderal materna no sexto mês pós-parto (RPPP) em coorte prospectiva de 127 mulheres, acompanhadas desde o primeiro trimestre gestacional. A RPPP foi estimada pela diferença entre o peso materno no sexto mês pós-parto e o peso pré-gestacional (Ppg). Utilizou-se regressão logística com abordagem hierárquica para estimar as associações de interesse. Adotou-se o odds ratio (OR) e o intervalo de confiança (IC 95%) para avaliar a significância estatística. Após ajuste pelas variáveis distais e intermediárias, mostraram-se diretamente associadas à RPPP os determinantes proximais: ganho ponderal gestacional excessivo (OR: 3,34; IC: 1,16-9,59), adesão ao padrão 2 de consumo alimentar (carnes vermelhas e ovos, produtos cárneos e embutidos, alimentos industrializados e café) (OR: 2,70; IC: 1,16-6,32) e ausência de aleitamento materno exclusivo no primeiro mês da criança (OR: 3,40; IC: 1,27-9,12). Dentre os determinantes intermediários, a paridade esteve associada ao desfecho (OR: 2,36; IC: 1,01-5,55). Os fatores distais não se associaram ao evento. O 3º artigo compreende o estudo da associação entre ganho de peso gestacional e retenção ponderal nos seis primeiros meses do seguimento pós-parto. Durante o seguimento foram aferidas três medidas do peso materno no período gestacional e duas no pós-gestacional. A retenção ponderal foi analisada pela técnica de modelagem linear de efeitos mistos. Observou-se que a cada quilo de peso materno ganho na gestação aumentou o incremento ponderal em 167 g nos seis meses do seguimento (p=0,016). Após o ajuste pelas variáveis peso pré-gestacional (β=0,602; p<0,001), cor da pele preta autodeclarada (β=1,527; p=0,013), idade gestacional no momento da captação (β= 0,344; p=0,010), consumo de frutas, leguminosas, leite e derivados (β=-1,785; p=0,039), ausência de aleitamento materno exclusivo no sexto mês (β=-3,333; p=0,022) e aumento da duração do aleitamento materno (β=-0,027; p=0,001). Conclusão: O ganho de peso materno na gestação influencia a retenção do peso após o parto. Destaca-se a importância da adoção de intervenções no pré-natal e no pós-parto para controle do ganho de peso materno, promovendo o adequado estado antropométrico e de saúde e possivelmente protegendo contra o sobrepeso na população feminina. |
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