Valorização fictícia e expropriaçãoreal:o conceito de financeirização numa ótica marxiana
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21407 |
Resumo: | O objetivo principal deste trabalho é buscar, no campo do marxismo, uma noção satisfatória do conceito de financeirização. Como objetivos secundários, tem-se: mostrar a aparência do fenômeno e contextualizá-lo, com atenção especial para o papel dos fundos de pensão; a partir das noções de valor e capital, estabelecer uma base e, ao mesmo tempo, um fio condutor entre as categorias elaboradas por Marx relacionadas à finança. Identifica-se que o processo de financeirização alcançou sua maturidade a partir da década de 70, na esteira da terceira Revolução Industrial e das políticas de liberalização e desregulamentação. Nota-se o crescimento de uma assimetria entre a esfera financeira e a industrial, a primeira subsumindo, de certa forma, a segunda. Esta é a aparência do fenômeno. Evidencia-se a emergência e preponderância de vários atores do sistema financeiro que não os bancos tradicionais, entre os quais mereceram destaque os fundos de pensão, que, ao contrário de algumas teses, não enseja uma modificação na relação capital/trabalho a favor deste último. Explica-se a relevância da categoria capital portador de juros para o tema do trabalho, a qual apresenta uma forma aparente e mistificada de valorização (D-D’). O capital fictício aparece como seu desdobramento, conservando e elevando às últimas consequências suas contradições e, concomitantemente, redefinindo-o. Esta categoria de capital é o cerne do processo de financeirização, o qual engendra uma redefinição no tempo e no espaço (ainda que abstrato) das relações capitalistas de produção. No tempo porque traz uma mudança na estrutura temporal de valorização do capital, com a possibilidade de uma rentabilidade maior de maneira mais célere. O locus onde esta valorização acontece é a circulação. Por isso que, de maneira contraditória, torna-se uma valorização fictícia, do ponto de vista da totalidade. Embora fictícia, enseja consequências reais, principalmente para os trabalhadores. Uma delas, na perspectiva do espaço, é a expropriação financeira, processo pelo qual as instituições financeiras têm sido capazes de extrair lucros de maneira direta e sistemática de salários e vencimentos, a partir da esfera da circulação. De um ponto de vista temporal, a financeirização, diversamente do período fordista, se baseia não na exploração da força de trabalho no processo de produção de valor presente, mas sim na expectativa de lucros futuros, que devem, em última instância, advir de exploração adicional de trabalho. Numa perspectiva marxiana, a financeirização pode ser compreendida então, em poucas palavras, como: o padrão sistêmico de definição (forma/conteúdo), gestão e realização da riqueza que emerge da reconfiguração do tempo e do espaço engendrada pelo processo de acumulação do capital na sua forma fictícia, que se desenvolve como contradição em processo. |
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Lins, Vinícius FerreiraLins, Vinícius FerreiraFilgueiras, Luiz Antônio MattosSouza, Antônio Renildo SantanaSantos, Nelson Oliveira2017-02-13T13:28:21Z2017-02-13T13:28:21Z2017-02-132016-12-19Dissertaçãohttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21407O objetivo principal deste trabalho é buscar, no campo do marxismo, uma noção satisfatória do conceito de financeirização. Como objetivos secundários, tem-se: mostrar a aparência do fenômeno e contextualizá-lo, com atenção especial para o papel dos fundos de pensão; a partir das noções de valor e capital, estabelecer uma base e, ao mesmo tempo, um fio condutor entre as categorias elaboradas por Marx relacionadas à finança. Identifica-se que o processo de financeirização alcançou sua maturidade a partir da década de 70, na esteira da terceira Revolução Industrial e das políticas de liberalização e desregulamentação. Nota-se o crescimento de uma assimetria entre a esfera financeira e a industrial, a primeira subsumindo, de certa forma, a segunda. Esta é a aparência do fenômeno. Evidencia-se a emergência e preponderância de vários atores do sistema financeiro que não os bancos tradicionais, entre os quais mereceram destaque os fundos de pensão, que, ao contrário de algumas teses, não enseja uma modificação na relação capital/trabalho a favor deste último. Explica-se a relevância da categoria capital portador de juros para o tema do trabalho, a qual apresenta uma forma aparente e mistificada de valorização (D-D’). O capital fictício aparece como seu desdobramento, conservando e elevando às últimas consequências suas contradições e, concomitantemente, redefinindo-o. Esta categoria de capital é o cerne do processo de financeirização, o qual engendra uma redefinição no tempo e no espaço (ainda que abstrato) das relações capitalistas de produção. No tempo porque traz uma mudança na estrutura temporal de valorização do capital, com a possibilidade de uma rentabilidade maior de maneira mais célere. O locus onde esta valorização acontece é a circulação. Por isso que, de maneira contraditória, torna-se uma valorização fictícia, do ponto de vista da totalidade. Embora fictícia, enseja consequências reais, principalmente para os trabalhadores. Uma delas, na perspectiva do espaço, é a expropriação financeira, processo pelo qual as instituições financeiras têm sido capazes de extrair lucros de maneira direta e sistemática de salários e vencimentos, a partir da esfera da circulação. De um ponto de vista temporal, a financeirização, diversamente do período fordista, se baseia não na exploração da força de trabalho no processo de produção de valor presente, mas sim na expectativa de lucros futuros, que devem, em última instância, advir de exploração adicional de trabalho. Numa perspectiva marxiana, a financeirização pode ser compreendida então, em poucas palavras, como: o padrão sistêmico de definição (forma/conteúdo), gestão e realização da riqueza que emerge da reconfiguração do tempo e do espaço engendrada pelo processo de acumulação do capital na sua forma fictícia, que se desenvolve como contradição em processo.The main objective of this work is to search, from a marxian perspective, a satisfactory notion of the concept of financialization. As secondary objectives, we have: show the appearance of the phenomenon and contextualize it, with special attention to the role of pension funds; and, from value and capital notions, to establish a baseline and, at the same time, a thread among the categories developed by Marx related to finance. It finds that the financialization process reached its maturity from the 70s, in the wake of the third industrial revolution and the liberalization and deregulation policies. It is noticed a growth of the asymmetry between the financial and industrial sphere, the first subsuming, in a way, the second. This is the appearance of the phenomenon. We show the emergence and prevalence of various actors in the financial system than traditional banks, among which were highlighted pension funds, which, unlike some theses, does not motivate a change in the capital / work relation in favor of the latter. It’s explained the importance of interest bearing capital category. It shows an apparent and mystified form of valorisation (D-D '). The fictitious capital appears as its unfoldment, maintaining and raising to the last consequences its contradictions and, concomitantly, redefining it. This category of capital is at the heart of the financialization process, which generates a redefinition in time and space (albeit abstract) of the capitalist relations of production. In time, because it brings a change in the time structure of capital valorisation, with the possibility of greater profitability in a faster way. The locus where this valorisation happens is the circulation sphere. For this reason, in a contradictory way, it becomes a fictitious valorisation regarding to the totality. Although fictitious, it entails real consequences, particularly for workers. One of them, from the perspective of space, is the financial expropriation process, by which financial institutions have been able to extract profits directly and systematically out of wages and salaries, from the circulation sphere. From a temporal point of view, financialization, unlike in the Fordist period, is based not on the exploitation of the labor force in the production process of present value, but the expectation of future profits, which should ultimately result from additional exploitation. At a Marxian perspective, financialization can be understood then, in a nutshell, as: the systemic pattern of definition (form/content), management and realization of wealth, which emerges from reconfigurations on time and space engendered by capital accumulation process in its fictitious form, unfolding as a contradiction in process.Submitted by Vinícius Lins (lins.vinicius@live.com) on 2017-02-07T15:30:00Z No. of bitstreams: 1 Dissertação - Vinícius Lins - Financeirização.pdf: 1793899 bytes, checksum: bdb4f1f75c1f6578e0abbfa2203d92e1 (MD5)Rejected by Vania Magalhaes (magal@ufba.br), reason: falta o ABSTRACT on 2017-02-10T15:09:02Z (GMT)Submitted by Vinícius Lins (lins.vinicius@live.com) on 2017-02-13T12:14:48Z No. of bitstreams: 1 Dissertação - Vinícius Lins - Financeirização.pdf: 1793899 bytes, checksum: bdb4f1f75c1f6578e0abbfa2203d92e1 (MD5)Approved for entry into archive by Vania Magalhaes (magal@ufba.br) on 2017-02-13T13:28:20Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação - Vinícius Lins - Financeirização.pdf: 1793899 bytes, checksum: bdb4f1f75c1f6578e0abbfa2203d92e1 (MD5)Made available in DSpace on 2017-02-13T13:28:21Z (GMT). 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