O excesso de confiança gerencial e o desempenho da empresa: um estudo das empresas brasileiras de capital aberto da B3
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32906 |
Resumo: | A Moderna Teoria de Finanças foi por muito tempo utilizada para explicar os fenômenos econômico-financeiros. Entretanto, ela começou a perder forças a partir da década de 1970, principalmente, com a divulgação dos estudos sobre a Teoria de Perspectiva (Prospect Theory), proposta por Daniel Kahneman e Amos Tversky, abrindo espaço para as Finanças Comportamentais. As Finanças Comportamentais levantam questões acerca da racionalidade do homem, supondo que vieses cognitivos interferem nas diversas decisões dos indivíduos. Um desses vieses é o excesso de confiança gerencial, que faz com que as pessoas superestimem seus conhecimentos e habilidades. Estudos anteriores mostram que os agentes que ocupam cargos em alto nível de hierarquia na empresa tendem a apresentar este viés, devido às características inerentes ao cargo. Considerando que os CEO que apresentam o excesso de confiança podem tomar decisões enviesadas, que irão impactar no desempenho da empresa, surge a questão da pesquisa: Qual a relação entre o excesso de confiança gerencial e o desempenho das empresas listadas na B3? Dessa forma, a dissertação tem como objetivo geral analisar a relação entre o excesso de confiança gerencial e o desempenho das empresas não financeiras listadas na B3, entre os anos de 2012 e 2018. A pesquisa justifica-se pela contribuição ao estudo do excesso de confiança do gestor sobre o desempenho das empresas, que ainda merece atenção, visto que as pesquisas existentes apresentam resultados divergentes, além de apresentar evidências sobre o EVA® como medida de lucro residual, variável ainda não utilizada no cenário nacional e que reflete de forma mais eficiente o desempenho. Os modelos propostos utilizaram a proxy MO para o excesso de confiança dos gestores proposta por Kermani, Kargar e Zarei (2014), relacionando-a com a medida de desempenho a nível de mercado, representado pelo Q de Tobin, as medidas para o desempenho econômico, o ROA e o ROE, e para o lucro residual, o EVA®. As variáveis de controle utilizadas foram a alavancagem financeira, o tamanho da empresa e a governança corporativa. Para analisar as relações entre as variáveis, foram utilizados dados em painel com efeito fixo através do software Gretl. Foram realizados também testes de robustez que utilizaram variáveis defasadas e uma segunda proxy para o excesso de confiança, esta criada por Schrand e Zechman (2012) e adaptada ao cenário brasileiro por Lima (2016). Os resultados mostram uma relação significativa e positiva entre o excesso de confiança e o Q de Tobin, o ROA e o ROE, entretanto para o EVA® essa relação é negativa, mas não significativa. Os testes de robustez indicam que a variável MO defasada influencia positiva e significativamente as métricas de desempenho, exceto o EVA®, onde a influência é negativa, mas não há relação significante. O teste com a segunda proxy verificou que esta não afeta significativamente as variáveis Q de Tobin, ROA, ROE e EVA®. Entretanto, para o ROA e ROE foram encontradas relações negativas entre as variáveis, diferente do que ocorreu com a métrica principal da pesquisa. |
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Santos, Gabriela FerreiraSantos, Gabriela FerreiraCarvalho Júnior, César Valentim de OliveiraPereira, Antonio GualbertoKlann, Roberto Carlos2021-03-01T13:22:11Z2021-03-01T13:22:11Z2021-03-012020-10-14Dissertaçãohttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32906A Moderna Teoria de Finanças foi por muito tempo utilizada para explicar os fenômenos econômico-financeiros. Entretanto, ela começou a perder forças a partir da década de 1970, principalmente, com a divulgação dos estudos sobre a Teoria de Perspectiva (Prospect Theory), proposta por Daniel Kahneman e Amos Tversky, abrindo espaço para as Finanças Comportamentais. As Finanças Comportamentais levantam questões acerca da racionalidade do homem, supondo que vieses cognitivos interferem nas diversas decisões dos indivíduos. Um desses vieses é o excesso de confiança gerencial, que faz com que as pessoas superestimem seus conhecimentos e habilidades. Estudos anteriores mostram que os agentes que ocupam cargos em alto nível de hierarquia na empresa tendem a apresentar este viés, devido às características inerentes ao cargo. Considerando que os CEO que apresentam o excesso de confiança podem tomar decisões enviesadas, que irão impactar no desempenho da empresa, surge a questão da pesquisa: Qual a relação entre o excesso de confiança gerencial e o desempenho das empresas listadas na B3? Dessa forma, a dissertação tem como objetivo geral analisar a relação entre o excesso de confiança gerencial e o desempenho das empresas não financeiras listadas na B3, entre os anos de 2012 e 2018. A pesquisa justifica-se pela contribuição ao estudo do excesso de confiança do gestor sobre o desempenho das empresas, que ainda merece atenção, visto que as pesquisas existentes apresentam resultados divergentes, além de apresentar evidências sobre o EVA® como medida de lucro residual, variável ainda não utilizada no cenário nacional e que reflete de forma mais eficiente o desempenho. Os modelos propostos utilizaram a proxy MO para o excesso de confiança dos gestores proposta por Kermani, Kargar e Zarei (2014), relacionando-a com a medida de desempenho a nível de mercado, representado pelo Q de Tobin, as medidas para o desempenho econômico, o ROA e o ROE, e para o lucro residual, o EVA®. As variáveis de controle utilizadas foram a alavancagem financeira, o tamanho da empresa e a governança corporativa. Para analisar as relações entre as variáveis, foram utilizados dados em painel com efeito fixo através do software Gretl. Foram realizados também testes de robustez que utilizaram variáveis defasadas e uma segunda proxy para o excesso de confiança, esta criada por Schrand e Zechman (2012) e adaptada ao cenário brasileiro por Lima (2016). Os resultados mostram uma relação significativa e positiva entre o excesso de confiança e o Q de Tobin, o ROA e o ROE, entretanto para o EVA® essa relação é negativa, mas não significativa. Os testes de robustez indicam que a variável MO defasada influencia positiva e significativamente as métricas de desempenho, exceto o EVA®, onde a influência é negativa, mas não há relação significante. O teste com a segunda proxy verificou que esta não afeta significativamente as variáveis Q de Tobin, ROA, ROE e EVA®. Entretanto, para o ROA e ROE foram encontradas relações negativas entre as variáveis, diferente do que ocorreu com a métrica principal da pesquisa.Modern Finance Theory has long been used to explain economic and financial phenomena. However, it began to lose strength from the 1970s, mainly with the dissemination of studies on the Prospective Theory, proposed by Daniel Kahneman and Amos Tversky, opening space for Behavioral Finance. Behavioral Finance raises questions about man's rationality, assuming that cognitive biases interfere in the various decisions of individuals. One of these biases is managerial overconfidence, which causes people to overestimate their knowledge and skills. Previous studies show that agents who occupy positions at a high level of hierarchy in the company tend to present this bias, due to the inherent characteristics of the position. Considering that CEOs with overconfidence can make biased decisions, which will impact the company's performance, the research question arises: What is the relationship between managerial overconfidence and the performance of companies listed on B3? Thus, the dissertation aims to analyze the relationship between CEO's overconfidence and the performance of non-financial companies listed in B3, between the years 2012 and 2018. The research is justified by the contribution to the study of excess of manager's confidence in the performance of companies, which still deserves attention, since existing research shows divergent results, in addition to presenting evidence on EVA® as a measure of residual profit, a variable not yet used in the national scenario and which reflects more performance. The proposed models used the MO proxy for the managers' overconfidence proposed by Kermani, Kargar and Zarei (2014), relating it to the market performance measure, represented by Tobin's Q, the measures for economic performance , ROA and ROE, and for residual profit, EVA®. The control variables used were financial leverage, company size and corporate governance. To analyze the relationships between the variables, panel data with a fixed effect was used using the Gretl software. Robustness tests were also carried out that used lagged variables and a second proxy for overconfidence, this one created by Schrand and Zechman (2012) and adapted to the Brazilian scenario by Lima (2016). The results show a significant and positive relationship between overconfidence and Tobin's Q, ROA and ROE, however for EVA® this relationship is negative, but not significant. The robustness tests indicate that the lagged MO variable positively and significantly influences the performance metrics, except for EVA®, where the influence is negative, but there is no significant relationship. The test with the second proxy found that it does not significantly affect Tobin's Q variables, ROA, ROE and EVA®. However, for ROA and ROE, negative relationships were found between the variables, differently from what happened with the main metric of the research.Submitted by Gabriela Ferreira (gabriela.fsan@gmail.com) on 2021-02-26T19:58:15Z No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO_GABRIELA FERREIRA SANTOS.pdf: 1879929 bytes, checksum: 6b405f93e52c3032eb5bc75044f670c2 (MD5)Approved for entry into archive by Marivalda Araujo (masilva@ufba.br) on 2021-03-01T13:22:11Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO_GABRIELA FERREIRA SANTOS.pdf: 1879929 bytes, checksum: 6b405f93e52c3032eb5bc75044f670c2 (MD5)Made available in DSpace on 2021-03-01T13:22:11Z (GMT). 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