Caligrafias alquímicas: corpo e transmutação na lírica de Maria Lúcia Dal Farra

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Ivo Falcão da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26448
Resumo: A presente tese – “Caligrafias alquímicas: corpo e transmutação na lírica de Maria Lúcia Dal Farra” – tem como hipótese central de trabalho que a produção literária de Dal Farra (1994/2012), professora, crítica, teórica e poetisa, apresenta como elemento motriz da sua escrita os princípios da transmutação. Atravessando os pressupostos da transformação por diferentes vias, investigamos os três livros de poesias publicados até então pela escritora: Livro de Auras (1994); Livro de Possuídos (2002) e Alumbramentos (2012). Desta análise, seccionamos o nosso trabalho em quatro partes (ou quatro capítulos) com o objetivo de construir o nosso estudo. No primeiro deles – “A alquimia do corpo” – apostamos que a primeira instância que se posiciona como estando predisposta à transformação é o corpo da escritora. Sempre se apresentado ao público com indumentária roxa, acreditamos que esse retrato corporal desemboca em um aspecto caro à estética dalfarreana: o esoterismo. Ao se trajar dessa maneira, a autora põe em xeque os corpos de feiticeiras, quiromancistas e mulheres que sempre estiveram em situação de reclusão na sociedade. Por fim, o corpo assim trajado, em conformidade com a nossa leitura, coloca-se em estado reivindicatório de liberdade. No segundo momento da tese, “A alquimia das letras”, verificamos como o processo de transformação incide nos escritores da tradição literária ocidental na poesia de Dal Farra. Um conjunto de escritores é incorporado em seu texto, seja de modo mais explícito ou sub-reptício, buscando, por meio do uso das expressões literárias desses autores, confrontá-los, reverenciá-los e, principalmente, recriá-los em sua letra. Para isso, nomes de escritores como Anne Sexton, Mariana Alcoforado, Lorca e Rilke são mobilizados no texto dalfarreano para que entrem em estado de transmutação, haja vista que a escrita criativa de Dal Farra usa-os de modo reconfigurado. Já no terceiro capítulo da tese, “A alquimia do olhar”, investimos em verificar como o olhar da escritora se mostra dotado de forte potência transformadora. Sob esse objetivo, de início, trazemos várias expressões da crítica literária que comumente retrata a escritora como detentora de um olhar diferencial, apurado e sensível. Apostamos que esse olhar é responsável pelo processo de leitura poética recriadora de uma série de telas de pinturas de artistas como: Van Gogh, Salvador Dali, Gustav Klimt e Max Ernst. Os textos pictóricos são apropriados pela escritora para que ela construa seus próprios textos poéticos, mas eles são inseridos no texto sob o signo da mudança. O mesmo acontece com a série de tapeçarias “La dame à la licorne”, alocada no Museu de Cluny, em Paris, e sem autoria determinada. Ao se colocar como leitora dessas peças tapeçais, Dal Farra mais uma vez investe fortemente em utilizar elementos da alquimia e do esoterismo na construção do próprio texto, denunciando, portanto, a proeminência dos procedimentos alquímicos transmutacionais da escrita poética dela. Partindo para o último capítulo da tese, “A alquimia dalfarreana”, mostramos neste momento quais as especificidades que existem na produção de Dal farra que nos fazem validar a hipótese de “uma poética da transmutação”. Nesta seção apresentamos como a problematização da alquimia, transformação e metamorfose não se faz presente somente na escrita poética dalfarreana, mas atravessa outros campos de atuação da autora, tais como: a crítica, as entrevistas e os depoimentos. Por meio da verve teórico-crítica de Dal Farra, escritoras como Florbela Espanca e Gilka Machado tiveram a possibilidade de ter seus nomes revistos no cenário da crítica literária, sendo transformadas, portanto. Além disso, parece-nos que essa série de transformações que se fazem presentes na literatura dalfarreana desemboca num desejo utópico de renascimento e recriação de um “mundo novo”, fundamentado em paradigmas humanistas. Com isso, a tese se pauta em mostrar uma leitura da produção da escritora em diálogo com teóricos como Jacques Derrida, Deleuze, Giorgio Agamben e Georges Didi-Huberman (dentre outros), com a finalidade de trazer uma possível clave de leitura para a estética da autora.
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No primeiro deles – “A alquimia do corpo” – apostamos que a primeira instância que se posiciona como estando predisposta à transformação é o corpo da escritora. Sempre se apresentado ao público com indumentária roxa, acreditamos que esse retrato corporal desemboca em um aspecto caro à estética dalfarreana: o esoterismo. Ao se trajar dessa maneira, a autora põe em xeque os corpos de feiticeiras, quiromancistas e mulheres que sempre estiveram em situação de reclusão na sociedade. Por fim, o corpo assim trajado, em conformidade com a nossa leitura, coloca-se em estado reivindicatório de liberdade. No segundo momento da tese, “A alquimia das letras”, verificamos como o processo de transformação incide nos escritores da tradição literária ocidental na poesia de Dal Farra. Um conjunto de escritores é incorporado em seu texto, seja de modo mais explícito ou sub-reptício, buscando, por meio do uso das expressões literárias desses autores, confrontá-los, reverenciá-los e, principalmente, recriá-los em sua letra. Para isso, nomes de escritores como Anne Sexton, Mariana Alcoforado, Lorca e Rilke são mobilizados no texto dalfarreano para que entrem em estado de transmutação, haja vista que a escrita criativa de Dal Farra usa-os de modo reconfigurado. Já no terceiro capítulo da tese, “A alquimia do olhar”, investimos em verificar como o olhar da escritora se mostra dotado de forte potência transformadora. Sob esse objetivo, de início, trazemos várias expressões da crítica literária que comumente retrata a escritora como detentora de um olhar diferencial, apurado e sensível. Apostamos que esse olhar é responsável pelo processo de leitura poética recriadora de uma série de telas de pinturas de artistas como: Van Gogh, Salvador Dali, Gustav Klimt e Max Ernst. Os textos pictóricos são apropriados pela escritora para que ela construa seus próprios textos poéticos, mas eles são inseridos no texto sob o signo da mudança. O mesmo acontece com a série de tapeçarias “La dame à la licorne”, alocada no Museu de Cluny, em Paris, e sem autoria determinada. Ao se colocar como leitora dessas peças tapeçais, Dal Farra mais uma vez investe fortemente em utilizar elementos da alquimia e do esoterismo na construção do próprio texto, denunciando, portanto, a proeminência dos procedimentos alquímicos transmutacionais da escrita poética dela. Partindo para o último capítulo da tese, “A alquimia dalfarreana”, mostramos neste momento quais as especificidades que existem na produção de Dal farra que nos fazem validar a hipótese de “uma poética da transmutação”. Nesta seção apresentamos como a problematização da alquimia, transformação e metamorfose não se faz presente somente na escrita poética dalfarreana, mas atravessa outros campos de atuação da autora, tais como: a crítica, as entrevistas e os depoimentos. Por meio da verve teórico-crítica de Dal Farra, escritoras como Florbela Espanca e Gilka Machado tiveram a possibilidade de ter seus nomes revistos no cenário da crítica literária, sendo transformadas, portanto. Além disso, parece-nos que essa série de transformações que se fazem presentes na literatura dalfarreana desemboca num desejo utópico de renascimento e recriação de um “mundo novo”, fundamentado em paradigmas humanistas. Com isso, a tese se pauta em mostrar uma leitura da produção da escritora em diálogo com teóricos como Jacques Derrida, Deleuze, Giorgio Agamben e Georges Didi-Huberman (dentre outros), com a finalidade de trazer uma possível clave de leitura para a estética da autora.This thesis - " Caligrafias alquímicas: corpo e transmutação Maria Lucia Dal Farra " - has as its central hypothesis that the literary production Dal Farra (1994/2012) , teacher , critical , theoretical and poet , presented as part driving your writing the principles of transmutation. Traversing the assumptions of transformation in different ways , we investigated the three books of poetry published so far by the writer : Livro de Auras (1994); Livro de Possuídos (2002) and Alumbramentos ( 2012). In this analysis , we resect our work in four parts in order to build our study. In the first of them - " A alquimia do corpo" - we bet that the first instance that is positioned to be predisposed to transformation is the body of the writer. Always presented to the public with purple dress , we believe that this body picture ends in an expensive aspect to dalfarreana aesthetics esotericism . By dressing this way , the author calls into question the bodies of sorceresses , Palm Readers and women who have always been in seclusion situation in society. Finally, the body thus dressed in accordance with our reading , is placed in the state set of claims of freedom . In the second part of the thesis , " A alquimia das letras" , we see how the transformation process focuses on the writers of Western literary tradition in poetry of Dal Farra . A set of writers is incorporated in its text , is more explicitly or surreptitious , seeking , through the use of literary expressions of these authors , confront them , revere them , and especially recreate them in your letter. For this, writers names like Anne Sexton , Mariana Alcoforado , Lorca and Rilke are mobilized in dalfarreano text to enter into transmutation of state , given that creative writing Dal Farra uses the reset mode. In the third chapter of the thesis, "A alquimia do olhar" ,we invest in to see how the look of the writer shown endowed with strong processing power . Under this goal , initially , we bring various expressions of literary criticism that often portrays the writer as having a differential look , refined and sensitive . We believe that this view is responsible for recreative poetic reading process of a series of paintings of artists screens such as Van Gogh, Salvador Dali , Gustav Klimt and Max Ernst. The same happens with the series of tapestries " La Dame à la licorne " allocated in the Cluny Museum in Paris, and without particular authorship. When you stand as a reader of these tapeçais parts, Dal Farra once again invests heavily in use elements of alchemy and esotericism in the construction of the text itself, denouncing therefore the prominence of transmutational alchemical procedures of poetic writing it. Moving on to the last chapter of the thesis, " A alquimia dalfarreana " show at this point that the specifics that exist in the production of Dal spree that make us validate the hypothesis " a poetics of transmutation”. In this section we present as the questioning of alchemy, transformation and metamorphosis is not present only in dalfarreana poetic writing , but through other fields of activity of the author, such as criticism, interviews and testimonials. Through the theoretical -critical Dal Farra verve , writers like Florbela Espanca and Gilka Machado had the opportunity to have their names reviewed in literary criticism scenario, being transformed so . Moreover , it seems that this series of transformations that are present in dalfarreana literature leads a utopian desire of rebirth and recreation of a "new world" , based on humanistic paradigms. Thus, the thesis is guided to show a writer's production of reading with theoretical dialogue as Jacques Derrida , Deleuze , Giorgio Agamben and Georges Didi- Huberman ( among others) , with the purpose of bringing a possible reading key to the aesthetic the authorSubmitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2018-07-11T12:31:36Z No. of bitstreams: 1 TESE-arquivo completo-ficha.pdf: 3744532 bytes, checksum: 28be5a19f2e7b266726985f848a05d3d (MD5)Approved for entry into archive by Rosevânia Machado (rosevaniamachado.s@gmail.com) on 2018-07-11T14:24:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE-arquivo completo-ficha.pdf: 3744532 bytes, checksum: 28be5a19f2e7b266726985f848a05d3d (MD5)Made available in DSpace on 2018-07-11T14:24:09Z (GMT). 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