Hidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Natanael da Silva
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22502
Resumo: O Sistema Aquífero Urucuia (SAU) consiste de sequências de arenitos, conglomerados e siltitos que integram um conjunto de aquíferos inter-relacionados do Grupo Urucuia, unidade neocretácea da Bacia Sanfranciscana. O estudo apresenta de maneira holística a evolução paleogeográfica e a hidrogeologia do SAU, no que concerne a determinação dos diferentes comportamentos hidrogeológicos a depender de sua posição geográfica na bacia. O SAU localiza-se na região centro-ocidental do Brasil. Em termos geológicos, é composta de nove litofácies relacionados a seis associações de fácies que representam a deposição em sistemas eólicos secos e fluviais entrelaçados. Esses sistemas registram modificações nas condições tectônicas e climáticas importantes na geração de espaço de acomodação de sedimentos e no suprimento sedimentar. Cinco sequências sedimentares foram identificadas com base no reconhecimento de superfícies regionais caracterizadas por momentos de exposição subaérea ou modificações no ambiente deposicional. Os depósitos eólicos e os tratos de sistema de baixa e alta acomodação são reconhecidos nas sequências de alta frequência e substituem os tratos de sistemas tradicionais relativos as mudanças no nível do mar eustático. As sequências desenvolvidas são segmentadas por aquitardes compostos por arenitos silicificados originados por processos diagenéticos. A presença de altos gravimétricos no substrato da bacia condiciona a geometria do SAU. A bacia hidrogeológica é assimétrica, em consequência de um eixo divisor do fluxo subterrâneo de direção aproximada N-S. Nela, é estabelecida uma evolução hidrogeoquímica segundo sistemas de fluxo local, intermediário e regional. A composição das águas subterrâneas é afetada por mudanças sistemáticas de espécies aniônicas de HCO3 para Cl e catiônica entre Ca e Na. Esses subsistemas constituem-se de arenitos com diferentes resistividades e um substrato mais condutivo representado, em sua maioria, pelo Grupo Bambuí. A espessura saturada aumenta para oeste, alcançando mais de 500 m no extremo ocidental. Nas regiões meridionais e setentrionais, a denudação é efetiva e o SAU é descontinuo e de pequena espessura. Constitui-se de aquíferos livres com baixo potencial hidrogeológico. No contexto centro-oriental, as espessuras sedimentares são maiores e o SAU possui uma configuração do tipo aquífero-aquitarde-aquífero. No extremo ocidental ocorre um aumento progressivo da profundidade da superfície potenciométrica e a implantação de aquíferos livres com níveis potenciométricos profundos. As assinaturas isotópicas das águas superficiais e subterrâneas são similares, o que indica uma interconexão hidráulica entre os reservatórios. A recarga principal ocorre pela infiltração das águas meteóricas, momento onde a composição isotópica da água subterrânea assemelha-se à da precipitação. No entanto, existe uma modificação desta composição durante as estiagens, devido ao enriquecimento isotópico causado pela evaporação. Dessa forma, a medida que se aproxima a estação chuvosa, a coluna de ar atmosférico torna-se cada vez mais saturado em vapor de água, o que resulta em uma diminuição do efeito da evaporação no fracionamento isotópico. Em geral, os processos tectônicos, sedimentares, diagenéticos e geomórficos integrados contribuíram com o estabelecimento do SAU. Em síntese, as sequências sedimentares foram desenvolvidas como reflexo intraplaca da fragmentação gonduânica e atestam a possibilidade de ocorrência de sistemas aquíferos expressivos no interior remoto continental sob as mesmas condições de evolução tectônica e climática.
id UFBA-2_13666cb8fe61d6cb632de8c1ae601201
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/22502
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling Barbosa, Natanael da SilvaBarbosa, Natanael da SilvaLeal, Luiz Rogério Bastos2017-05-13T15:18:47Z2017-05-13T15:18:47Z2017-05-132016-08http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22502O Sistema Aquífero Urucuia (SAU) consiste de sequências de arenitos, conglomerados e siltitos que integram um conjunto de aquíferos inter-relacionados do Grupo Urucuia, unidade neocretácea da Bacia Sanfranciscana. O estudo apresenta de maneira holística a evolução paleogeográfica e a hidrogeologia do SAU, no que concerne a determinação dos diferentes comportamentos hidrogeológicos a depender de sua posição geográfica na bacia. O SAU localiza-se na região centro-ocidental do Brasil. Em termos geológicos, é composta de nove litofácies relacionados a seis associações de fácies que representam a deposição em sistemas eólicos secos e fluviais entrelaçados. Esses sistemas registram modificações nas condições tectônicas e climáticas importantes na geração de espaço de acomodação de sedimentos e no suprimento sedimentar. Cinco sequências sedimentares foram identificadas com base no reconhecimento de superfícies regionais caracterizadas por momentos de exposição subaérea ou modificações no ambiente deposicional. Os depósitos eólicos e os tratos de sistema de baixa e alta acomodação são reconhecidos nas sequências de alta frequência e substituem os tratos de sistemas tradicionais relativos as mudanças no nível do mar eustático. As sequências desenvolvidas são segmentadas por aquitardes compostos por arenitos silicificados originados por processos diagenéticos. A presença de altos gravimétricos no substrato da bacia condiciona a geometria do SAU. A bacia hidrogeológica é assimétrica, em consequência de um eixo divisor do fluxo subterrâneo de direção aproximada N-S. Nela, é estabelecida uma evolução hidrogeoquímica segundo sistemas de fluxo local, intermediário e regional. A composição das águas subterrâneas é afetada por mudanças sistemáticas de espécies aniônicas de HCO3 para Cl e catiônica entre Ca e Na. Esses subsistemas constituem-se de arenitos com diferentes resistividades e um substrato mais condutivo representado, em sua maioria, pelo Grupo Bambuí. A espessura saturada aumenta para oeste, alcançando mais de 500 m no extremo ocidental. Nas regiões meridionais e setentrionais, a denudação é efetiva e o SAU é descontinuo e de pequena espessura. Constitui-se de aquíferos livres com baixo potencial hidrogeológico. No contexto centro-oriental, as espessuras sedimentares são maiores e o SAU possui uma configuração do tipo aquífero-aquitarde-aquífero. No extremo ocidental ocorre um aumento progressivo da profundidade da superfície potenciométrica e a implantação de aquíferos livres com níveis potenciométricos profundos. As assinaturas isotópicas das águas superficiais e subterrâneas são similares, o que indica uma interconexão hidráulica entre os reservatórios. A recarga principal ocorre pela infiltração das águas meteóricas, momento onde a composição isotópica da água subterrânea assemelha-se à da precipitação. No entanto, existe uma modificação desta composição durante as estiagens, devido ao enriquecimento isotópico causado pela evaporação. Dessa forma, a medida que se aproxima a estação chuvosa, a coluna de ar atmosférico torna-se cada vez mais saturado em vapor de água, o que resulta em uma diminuição do efeito da evaporação no fracionamento isotópico. Em geral, os processos tectônicos, sedimentares, diagenéticos e geomórficos integrados contribuíram com o estabelecimento do SAU. Em síntese, as sequências sedimentares foram desenvolvidas como reflexo intraplaca da fragmentação gonduânica e atestam a possibilidade de ocorrência de sistemas aquíferos expressivos no interior remoto continental sob as mesmas condições de evolução tectônica e climática.ABSTRACT - The Urucuia Aquifer System (UAS) consists of sandstones, conglomerates and siltstones sequences that integrate a set of interrelated aquifers of the Urucuia Group, Upper Cretaceous unit of Sanfranciscana Basin. This study presents in a holistic way the paleogeographic evolution and hydrogeology of the UAS, regarding the determination of the different hydrogeological behaviors depending on their geographical position in the basin. The UAS is located in the central-western region of Brazil. In geological terms, it is composed of nine lithofacies related to six facies associations which represent the deposition in dry eolian system and braided rivers. These systems record the changes in the tectonic and climatic conditions, and this is important in the generation of accommodation space and in the sediment supply. Five sedimentary sequences are identified based on the recognition of regional surfaces, characterized by moments of subaerial exposure or changes in depositional environment. The eolian deposits and low- and high-accommodation system tracts are recognized in high-frequency sequences and replace the traditional systems tracts related to the eustatic changes in the sea levels. The developed sequences are segmented by aquitards composed by silicified sandstones originated by diagenetic processes. The presence of high gravimetric in the substrate basin conditions the geometry of the UAS. The hydrogeological basin is asymmetrical, as a result of a divider axis of the groundwater flow, approximately in N-S direction. In this basin, it is estabilished a hydrogeochemical evolution according to local, intermediate and regional flow systems. The composition of groundwater is affected by systematic changes of anionic species from HCO3 to Cl and cationic between Ca and Na. These subsystems are made up of sandstones with different resistivity and a more conductive substrate mostly represented by the Bambuí Group. The saturated thickness increases westwards, reaching more than 500 meters at the western end. In the southern and northern regions, the denudation is effective and the UAS is discontinuous and very little thickness. It consists of unconfined aquifers with low hydrogeological potential. In the central-eastern region, the sediments have greater thickness and the UAS has a configuration of the aquifer-aquitard-aquifer type. At the extreme West, there is a progressive increase in depth of the potentiometric surface and the implementation of unconfined aquifers with deep potentiometric levels. The isotopic signatures of surface water and groundwater are similar, what indicates a hydraulic interconnection between the reservoirs. The main recharge occurs by infiltration of rainwater, where the isotopic composition of the groundwater resembles to the precipitation. However, there is a modification of this composition during drought due to isotopic enrichment caused by evaporation. Thus, as it approaches to rainy season, the atmospheric air column becomes increasingly saturated with water vapor, which results in a decrease of the evaporation effect in the isotopic fractionation. In general, the integrated tectonic, sedimentary, diagenetic and geomorphic processes contributed to the establishment of the UAS. In summary, the sedimentar sequences were developed as intraplate reflection of the Gondwanic fragmentation and attest the possibility of significant aquifer system in a remote intra-continental setting under the same conditions of climate and tectonic evolution.Submitted by Everaldo Pereira (pereira.evera@gmail.com) on 2017-05-13T15:18:47Z No. of bitstreams: 1 Natanael Tese.pdf: 10993496 bytes, checksum: 3b42f584ffb876b220f0b50a023923c4 (MD5)Made available in DSpace on 2017-05-13T15:18:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Natanael Tese.pdf: 10993496 bytes, checksum: 3b42f584ffb876b220f0b50a023923c4 (MD5)Ambiental, Hidrogeologia e Recursos HídricosSistema Aquífero Urucuiasequências sedimentaresaquitardesassinaturas isotópicasHidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisInstituto de GeociênciasGeologiaPGGEOLOGIABrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALNatanael Tese.pdfNatanael Tese.pdfapplication/pdf10993496https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/22502/1/Natanael%20Tese.pdf3b42f584ffb876b220f0b50a023923c4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1345https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/22502/2/license.txtff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0MD52TEXTNatanael Tese.pdf.txtNatanael Tese.pdf.txtExtracted texttext/plain279984https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/22502/3/Natanael%20Tese.pdf.txt8dd59e834034482600ceaf5712950976MD53ri/225022022-07-05 14:04:15.562oai:repositorio.ufba.br:ri/22502VGVybW8gZGUgTGljZW7vv71hLCBu77+9byBleGNsdXNpdm8sIHBhcmEgbyBkZXDvv71zaXRvIG5vIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRkJBLgoKIFBlbG8gcHJvY2Vzc28gZGUgc3VibWlzc++/vW8gZGUgZG9jdW1lbnRvcywgbyBhdXRvciBvdSBzZXUgcmVwcmVzZW50YW50ZSBsZWdhbCwgYW8gYWNlaXRhciAKZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbu+/vWEsIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRhIEJhaGlhIApvIGRpcmVpdG8gZGUgbWFudGVyIHVtYSBj77+9cGlhIGVtIHNldSByZXBvc2l077+9cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2Ye+/ve+/vW8uIApFc3NlcyB0ZXJtb3MsIG7vv71vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnTvv71tIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yL2NvcHlyaWdodCwgbWFzIGVudGVuZGUgbyBkb2N1bWVudG8gCmNvbW8gcGFydGUgZG8gYWNlcnZvIGludGVsZWN0dWFsIGRlc3NhIFVuaXZlcnNpZGFkZS4KCiBQYXJhIG9zIGRvY3VtZW50b3MgcHVibGljYWRvcyBjb20gcmVwYXNzZSBkZSBkaXJlaXRvcyBkZSBkaXN0cmlidWnvv73vv71vLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2Vu77+9YSAKZW50ZW5kZSBxdWU6CgogTWFudGVuZG8gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHJlcGFzc2Fkb3MgYSB0ZXJjZWlyb3MsIGVtIGNhc28gZGUgcHVibGljYe+/ve+/vWVzLCBvIHJlcG9zaXTvv71yaW8KcG9kZSByZXN0cmluZ2lyIG8gYWNlc3NvIGFvIHRleHRvIGludGVncmFsLCBtYXMgbGliZXJhIGFzIGluZm9ybWHvv73vv71lcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50bwooTWV0YWRhZG9zIGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHXvv73vv71vIGNpZW5077+9ZmljYSBjb20gCmFzIHJlc3Ryae+/ve+/vWVzIGltcG9zdGFzIHBlbG9zIGVkaXRvcmVzIGRlIHBlcmnvv71kaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2Hvv73vv71lcyBzZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgcXVlIHNlZ3VlbSBhIHBvbO+/vXRpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVw77+9c2l0b3MgCmNvbXB1bHPvv71yaW9zIG5lc3NlIHJlcG9zaXTvv71yaW8gbWFudO+/vW0gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIG1hcyBtYW5077+9bSBhY2Vzc28gaXJyZXN0cml0byAKYW8gbWV0YWRhZG9zIGUgdGV4dG8gY29tcGxldG8uIEFzc2ltLCBhIGFjZWl0Ye+/ve+/vW8gZGVzc2UgdGVybW8gbu+/vW8gbmVjZXNzaXRhIGRlIGNvbnNlbnRpbWVudG8KIHBvciBwYXJ0ZSBkZSBhdXRvcmVzL2RldGVudG9yZXMgZG9zIGRpcmVpdG9zLCBwb3IgZXN0YXJlbSBlbSBpbmljaWF0aXZhcyBkZSBhY2Vzc28gYWJlcnRvLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-07-05T17:04:15Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Hidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahia
title Hidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahia
spellingShingle Hidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahia
Barbosa, Natanael da Silva
Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos
Sistema Aquífero Urucuia
sequências sedimentares
aquitardes
assinaturas isotópicas
title_short Hidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahia
title_full Hidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahia
title_fullStr Hidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahia
title_full_unstemmed Hidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahia
title_sort Hidrogeologia do Sistema Aquífero Urucuia, Bahia
author Barbosa, Natanael da Silva
author_facet Barbosa, Natanael da Silva
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Barbosa, Natanael da Silva
Barbosa, Natanael da Silva
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Leal, Luiz Rogério Bastos
contributor_str_mv Leal, Luiz Rogério Bastos
dc.subject.cnpq.fl_str_mv Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos
topic Ambiental, Hidrogeologia e Recursos Hídricos
Sistema Aquífero Urucuia
sequências sedimentares
aquitardes
assinaturas isotópicas
dc.subject.por.fl_str_mv Sistema Aquífero Urucuia
sequências sedimentares
aquitardes
assinaturas isotópicas
description O Sistema Aquífero Urucuia (SAU) consiste de sequências de arenitos, conglomerados e siltitos que integram um conjunto de aquíferos inter-relacionados do Grupo Urucuia, unidade neocretácea da Bacia Sanfranciscana. O estudo apresenta de maneira holística a evolução paleogeográfica e a hidrogeologia do SAU, no que concerne a determinação dos diferentes comportamentos hidrogeológicos a depender de sua posição geográfica na bacia. O SAU localiza-se na região centro-ocidental do Brasil. Em termos geológicos, é composta de nove litofácies relacionados a seis associações de fácies que representam a deposição em sistemas eólicos secos e fluviais entrelaçados. Esses sistemas registram modificações nas condições tectônicas e climáticas importantes na geração de espaço de acomodação de sedimentos e no suprimento sedimentar. Cinco sequências sedimentares foram identificadas com base no reconhecimento de superfícies regionais caracterizadas por momentos de exposição subaérea ou modificações no ambiente deposicional. Os depósitos eólicos e os tratos de sistema de baixa e alta acomodação são reconhecidos nas sequências de alta frequência e substituem os tratos de sistemas tradicionais relativos as mudanças no nível do mar eustático. As sequências desenvolvidas são segmentadas por aquitardes compostos por arenitos silicificados originados por processos diagenéticos. A presença de altos gravimétricos no substrato da bacia condiciona a geometria do SAU. A bacia hidrogeológica é assimétrica, em consequência de um eixo divisor do fluxo subterrâneo de direção aproximada N-S. Nela, é estabelecida uma evolução hidrogeoquímica segundo sistemas de fluxo local, intermediário e regional. A composição das águas subterrâneas é afetada por mudanças sistemáticas de espécies aniônicas de HCO3 para Cl e catiônica entre Ca e Na. Esses subsistemas constituem-se de arenitos com diferentes resistividades e um substrato mais condutivo representado, em sua maioria, pelo Grupo Bambuí. A espessura saturada aumenta para oeste, alcançando mais de 500 m no extremo ocidental. Nas regiões meridionais e setentrionais, a denudação é efetiva e o SAU é descontinuo e de pequena espessura. Constitui-se de aquíferos livres com baixo potencial hidrogeológico. No contexto centro-oriental, as espessuras sedimentares são maiores e o SAU possui uma configuração do tipo aquífero-aquitarde-aquífero. No extremo ocidental ocorre um aumento progressivo da profundidade da superfície potenciométrica e a implantação de aquíferos livres com níveis potenciométricos profundos. As assinaturas isotópicas das águas superficiais e subterrâneas são similares, o que indica uma interconexão hidráulica entre os reservatórios. A recarga principal ocorre pela infiltração das águas meteóricas, momento onde a composição isotópica da água subterrânea assemelha-se à da precipitação. No entanto, existe uma modificação desta composição durante as estiagens, devido ao enriquecimento isotópico causado pela evaporação. Dessa forma, a medida que se aproxima a estação chuvosa, a coluna de ar atmosférico torna-se cada vez mais saturado em vapor de água, o que resulta em uma diminuição do efeito da evaporação no fracionamento isotópico. Em geral, os processos tectônicos, sedimentares, diagenéticos e geomórficos integrados contribuíram com o estabelecimento do SAU. Em síntese, as sequências sedimentares foram desenvolvidas como reflexo intraplaca da fragmentação gonduânica e atestam a possibilidade de ocorrência de sistemas aquíferos expressivos no interior remoto continental sob as mesmas condições de evolução tectônica e climática.
publishDate 2016
dc.date.submitted.none.fl_str_mv 2016-08
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-05-13T15:18:47Z
dc.date.available.fl_str_mv 2017-05-13T15:18:47Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-05-13
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22502
url http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22502
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto de Geociências
dc.publisher.program.fl_str_mv Geologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv PGGEOLOGIA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Instituto de Geociências
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/22502/1/Natanael%20Tese.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/22502/2/license.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/22502/3/Natanael%20Tese.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 3b42f584ffb876b220f0b50a023923c4
ff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0
8dd59e834034482600ceaf5712950976
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808459538257412096