DENOMINAÇÕES PARA “DIABO” NAS CAPITAIS BRASILEIRAS: UM ESTUDO GEOSSOCIOLINGUÍSTICO COM BASE NO PROJETO ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26653 |
Resumo: | O estudo busca descrever e analisar as denominações utilizadas pelos falantes das capitais do Brasil para nomear o item lexical “diabo”. Para isso, utilizaram-se inquéritos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), realizados com 200 informantes, distribuídos equitativamente por ambos os sexos, em duas faixas etárias e dois níveis de escolaridade, selecionados de acordo com os critérios da Dialetologia Contemporânea. Pautando-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Geolinguística Pluridimensional, analisou-se a primeira questão do Questionário Semântico-Lexical referente ao campo semântico da religião e das crenças, com o intuito de documentar a riqueza sinonímica para a variante diabo. Os dados foram coletados através da pergunta: “Deus está no céu e no inferno está...? ”. Foram registrados 506 dados lexicais, concretizados através de 39 variantes: anjo do mal, anjo mau, anticristo, besta, besta-fera, belzebu, bicho feio, bicho ruim, cão, capeta, capiroto, chifrudo, coisa, coisa ruim, cramulhano, criatura, cruz- credo, demo, demônio, desgraça, diabo, didi, encardido, enxofre, estrela vermelha, inimigo, lúcifer, maligno, mefítico, príncipe dos céus, rabudo, sapirico, satã, satangoso, satanás, sujo, tibinga, tinhoso, troço. A lexia diabo foi a resposta com maior frequência no corpus do trabalho, perfazendo um total de 33% dos dados, seguida de satanás (15%), capeta (12%), demônio (10%), cão (8%) e lúcifer (4,5%). O estudo demonstrou algumas informações bastante significativas do ponto de vista diatópico: a variante diabo foi documentada nas vinte e cinco capitais que fizeram parte do estudo; a lexia cão obteve uma alta produtividade na Região Nordeste, mas não foi registrada na Região Centro-Oeste. Em contrapartida, o item lexical capeta obteve altos índices de ocorrência nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste e apresentou-se em número bastante diminuto nas Regiões Norte e Nordeste. A análise semântico-lexical revelou uma correspondência entre os recursos linguísticos substitutivos do referente diabo e os tabus linguísticos, registrados através de processos metafóricos, eufemísticos e disfemísticos. Do ponto de vista sociolinguístico, observou-se o comportamento das seis variantes mais produtivas do corpus (diabo, demônio, satanás, capeta, cão e lúcifer). As lexias diabo, capeta, cão e satanás foram mais proeminentes na fala dos indivíduos com baixa escolaridade; diabo e capeta estiveram mais presentes entre os informantes da faixa etária I; demônio, cão, lúcifer e satanás foram mais registradas na fala dos indivíduos da faixa etária II. A variável sexo documentou uma leve preferência dos homens no registro das lexias diabo, demônio, capeta e lúcifer e das mulheres para as variantes cão e satanás. O estudo serviu para demonstrar a diversidade do léxico religioso do português falado no Brasil, sendo de extrema importância para o conhecimento da multidimensionalidade que a língua portuguesa assume nos diversos espaços físicos e socioculturais. |
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Costa, Geisa Borges daMota, Jacyra AndradeCardoso, Suzana Alice MarcelinoPaim, Marcela Moura TorresIsquerdo, Aparecida NegriDias, Denise Gomes2018-07-19T18:59:15Z2018-07-19T18:59:15Z2018-07-192016http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26653O estudo busca descrever e analisar as denominações utilizadas pelos falantes das capitais do Brasil para nomear o item lexical “diabo”. Para isso, utilizaram-se inquéritos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), realizados com 200 informantes, distribuídos equitativamente por ambos os sexos, em duas faixas etárias e dois níveis de escolaridade, selecionados de acordo com os critérios da Dialetologia Contemporânea. Pautando-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Geolinguística Pluridimensional, analisou-se a primeira questão do Questionário Semântico-Lexical referente ao campo semântico da religião e das crenças, com o intuito de documentar a riqueza sinonímica para a variante diabo. Os dados foram coletados através da pergunta: “Deus está no céu e no inferno está...? ”. Foram registrados 506 dados lexicais, concretizados através de 39 variantes: anjo do mal, anjo mau, anticristo, besta, besta-fera, belzebu, bicho feio, bicho ruim, cão, capeta, capiroto, chifrudo, coisa, coisa ruim, cramulhano, criatura, cruz- credo, demo, demônio, desgraça, diabo, didi, encardido, enxofre, estrela vermelha, inimigo, lúcifer, maligno, mefítico, príncipe dos céus, rabudo, sapirico, satã, satangoso, satanás, sujo, tibinga, tinhoso, troço. A lexia diabo foi a resposta com maior frequência no corpus do trabalho, perfazendo um total de 33% dos dados, seguida de satanás (15%), capeta (12%), demônio (10%), cão (8%) e lúcifer (4,5%). O estudo demonstrou algumas informações bastante significativas do ponto de vista diatópico: a variante diabo foi documentada nas vinte e cinco capitais que fizeram parte do estudo; a lexia cão obteve uma alta produtividade na Região Nordeste, mas não foi registrada na Região Centro-Oeste. Em contrapartida, o item lexical capeta obteve altos índices de ocorrência nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste e apresentou-se em número bastante diminuto nas Regiões Norte e Nordeste. A análise semântico-lexical revelou uma correspondência entre os recursos linguísticos substitutivos do referente diabo e os tabus linguísticos, registrados através de processos metafóricos, eufemísticos e disfemísticos. Do ponto de vista sociolinguístico, observou-se o comportamento das seis variantes mais produtivas do corpus (diabo, demônio, satanás, capeta, cão e lúcifer). As lexias diabo, capeta, cão e satanás foram mais proeminentes na fala dos indivíduos com baixa escolaridade; diabo e capeta estiveram mais presentes entre os informantes da faixa etária I; demônio, cão, lúcifer e satanás foram mais registradas na fala dos indivíduos da faixa etária II. A variável sexo documentou uma leve preferência dos homens no registro das lexias diabo, demônio, capeta e lúcifer e das mulheres para as variantes cão e satanás. O estudo serviu para demonstrar a diversidade do léxico religioso do português falado no Brasil, sendo de extrema importância para o conhecimento da multidimensionalidade que a língua portuguesa assume nos diversos espaços físicos e socioculturais.This study aims at describing and analyzing the words used by speakers from Brazilian state capitals to name the lexical item diabo (devil). In order to accomplish that, we used the questions from a project entitled Linguistic Atlas of Brazil (ALiB in Brazilian Portuguese), applied to 200 respondents, equally distributed to both genders, in two age groups and two educational levels, selected according to criteria defined by the Contemporary Dialectology. Based on the theoretical and methodological assumptions of the Pluridimensional Geolinguistics, we analyzed the first question from the Semantic and Lexical Questionnaire related to the semantic area of religion and beliefs, aiming to document the wealth of synonyms of the variant diabo. The data were collected based on the question, “God is in heaven and in hell is the …?”. We recorded 506 lexical data, which resulted in 39 variants: anjo do mal, anjo mau, anticristo, besta, besta-fera, belzebu, bicho feio, bicho ruim, cão, capeta, capiroto, chifrudo, coisa, coisa ruim, cramulhano, criatura, cruz- credo, demo, demônio, desgraça, diabo, didi, encardido, enxofre, estrela vermelha, inimigo, lúcifer, maligno, mefítico, príncipe dos céus, rabudo, sapirico, satã, satangoso, satanás, sujo, tibinga, tinhoso, troço. The word diabo was the answer with the highest frequency in the corpus of the study, accounting for 33% of the data, followed by satanás (15%), capeta (12%), demônio (10%), cão (8%) e lúcifer (4,5%). The study revealed significant information from a diatopic standpoint: the variant diabo was documented in the 25 Brazilian capitals included in the study; the word cão showed a high frequency of usage in the Northeast Region, but it was not observed in the Center-West Region. On the other hand, the lexical item capeta had high levels of occurrence in the Center-West and South-East Regions and had a low frequency in the North and Northeast Regions. The semantic and lexical analysis demonstrated a correspondence between the substitutive linguistic features of the referent diabo and linguistic taboos, which were observed in the form of metaphor, euphemism and dysphemism. From a sociolinguistic point of view, the behavior of the six most prominent variants in the corpus was observed (diabo, demônio, satanás, capeta, cão and lúcifer). The lexical items diabo, capeta, cão and satanás were more prominent in the spoken language of individuals with a low educational level; diabo and capeta were more used among respondents from age group 1; demônio, cão, lúcifer and satanás were more present in the speech of individuals from age group 2. The variable sex documented a slightly higher preference of men for the usage of the words diabo, demônio, capeta and lúcifer, and of women for the variants cão and satanás. The study served to demonstrate the diversity of the religious lexicon of spoken Brazilian Portuguese, and proved to be extremely important to raise awareness of the multiple dimensions that Portuguese language takes on across different physical and sociocultural domains.Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2018-07-19T12:00:36Z No. of bitstreams: 1 TESE DE GEISA DENOMINAÇÕES PARA “DIABO” NAS CAPITAIS BRASILEIRAS.pdf: 4783606 bytes, checksum: e0d420fbafb80f7058cdb5467c4f00f2 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2018-07-19T18:59:15Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE DE GEISA DENOMINAÇÕES PARA “DIABO” NAS CAPITAIS BRASILEIRAS.pdf: 4783606 bytes, checksum: e0d420fbafb80f7058cdb5467c4f00f2 (MD5)Made available in DSpace on 2018-07-19T18:59:15Z (GMT). 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DENOMINAÇÕES PARA “DIABO” NAS CAPITAIS BRASILEIRAS: UM ESTUDO GEOSSOCIOLINGUÍSTICO COM BASE NO PROJETO ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL Costa, Geisa Borges da Letras Geografia linguística Língua portuguesa - Brasil - Dialetologia Dialetologia - Pesquisa - Brasil Sociolinguística Lexicologia Religião |
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