Prevalência da apneia obstrutiva do sono na asma e efeitos do treinamento muscular inspiratório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Landeiro, Renata Brito
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36759
Resumo: A AOS e a asma são duas condições clínicas respiratórias bastante prevalentes em todo o mundo e se sobrepõem com comorbidades semelhantes e fisiopatologia subjacente, o que potencializa as duas condições. Objetivo: avaliar a prevalência global da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) em asmáticos e os efeitos do Treinamento Muscular Inspiratório (TMI) na redução do Índice de Apneia e Hipopneia (IAH), na melhora da espirometria, na otimização da força muscular respiratória, na qualidade de vida e do sono de pacientes com AOS. Métodos: realizou-se duas revisões sistemáticas com meta-análise. Pesquisou-se em seis bancos de dados: EMBASE, PUBMED/MEDLINE, Cochrane Library, Physiotherapy Evidence Database, Periódicos CAPES e Scielo, desde a data mais antiga disponível até setembro de 2022. Selecionou-se os estudos de coorte e cortes transversais para analisar a prevalência da AOS em asmáticos e ensaios controlados randomizados (ECRs) para avaliar os efeitos do TMI em pacientes com AOS. A qualidade dos estudos de prevalência foi avaliada utilizando a Ferramenta de Avaliação Crítica de Estudos com dados de prevalência do Joanna Briggs Institute e a qualidade dos ECRs pela Escala PEDro. Diferenças de médias, diferenças de médias padrão e intervalos de confiança foram calculados. Resultados: com relação aos dados da prevalência da AOS em asmáticos, dos 223 artigos inicialmente encontrados, foram avaliados para elegibilidade 7 estudos que incluíram 639 pacientes asmáticos de diferentes gravidades. Duzentos e trinta e nove pacientes asmáticos apresentaram AOS, representando 37,4% da amostra estudada. Artigo 2: nos 14 ECR, observou-se que o TMI melhorou a pressão inspiratória máxima MD (32 cmH2O 95% CI: 16,1 a 48,0); a capacidade vital forçada (CVF) DM (8,8% previsto IC 95%: 1,4 a 16,3), reduziu o Índice de Apneia e Hipopneia (IAH) em -2,7 eventos/h (IC 95%: -4,3, -1,1), assim como houve redução nos escores da Escala de Sonolência Excessiva Diurna de Epworth em -4,8 (IC 95%: - 9,9, -0,33, na pressão arterial sistólica em -9,7 mmHg (IC 95%: -14,3, -5,0), na pressão arterial diastólica em -5,6 mmHg (IC 95%: -8,8, -2,4) e Índice de Qualidade do sono de Pittsburgh em -2,7 (IC 95%: -3,5, -1,9). Nenhum evento adverso grave foi relatado. Conclusão geral: de acordo com os estudos selecionados, pode-se observar que a prevalência mundial da AOS em pacientes com asma é alta. Além disso, vale salientar que, os pacientes com a forma grave da doença demonstraram ter uma maior prevalência de AOS em comparação com pacientes de asma leve a moderada. Observou-se também que o TMI é eficaz no aumento da força muscular inspiratória, na redução do IAH, na qualidade do sono, na otimização da CVF e na redução da pressão arterial. Além disso, a adição de TMI ao exercício convencional pode ser eficaz na melhora da força muscular inspiratória e nos domínios mentais da qualidade de vida em comparação ao exercício convencional isolado em pacientes com AOS. Entretanto, mais estudos são necessários para determinar as dosagens ideais e a duração do efeito.
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Selecionou-se os estudos de coorte e cortes transversais para analisar a prevalência da AOS em asmáticos e ensaios controlados randomizados (ECRs) para avaliar os efeitos do TMI em pacientes com AOS. A qualidade dos estudos de prevalência foi avaliada utilizando a Ferramenta de Avaliação Crítica de Estudos com dados de prevalência do Joanna Briggs Institute e a qualidade dos ECRs pela Escala PEDro. Diferenças de médias, diferenças de médias padrão e intervalos de confiança foram calculados. Resultados: com relação aos dados da prevalência da AOS em asmáticos, dos 223 artigos inicialmente encontrados, foram avaliados para elegibilidade 7 estudos que incluíram 639 pacientes asmáticos de diferentes gravidades. Duzentos e trinta e nove pacientes asmáticos apresentaram AOS, representando 37,4% da amostra estudada. Artigo 2: nos 14 ECR, observou-se que o TMI melhorou a pressão inspiratória máxima MD (32 cmH2O 95% CI: 16,1 a 48,0); a capacidade vital forçada (CVF) DM (8,8% previsto IC 95%: 1,4 a 16,3), reduziu o Índice de Apneia e Hipopneia (IAH) em -2,7 eventos/h (IC 95%: -4,3, -1,1), assim como houve redução nos escores da Escala de Sonolência Excessiva Diurna de Epworth em -4,8 (IC 95%: - 9,9, -0,33, na pressão arterial sistólica em -9,7 mmHg (IC 95%: -14,3, -5,0), na pressão arterial diastólica em -5,6 mmHg (IC 95%: -8,8, -2,4) e Índice de Qualidade do sono de Pittsburgh em -2,7 (IC 95%: -3,5, -1,9). Nenhum evento adverso grave foi relatado. Conclusão geral: de acordo com os estudos selecionados, pode-se observar que a prevalência mundial da AOS em pacientes com asma é alta. Além disso, vale salientar que, os pacientes com a forma grave da doença demonstraram ter uma maior prevalência de AOS em comparação com pacientes de asma leve a moderada. Observou-se também que o TMI é eficaz no aumento da força muscular inspiratória, na redução do IAH, na qualidade do sono, na otimização da CVF e na redução da pressão arterial. Além disso, a adição de TMI ao exercício convencional pode ser eficaz na melhora da força muscular inspiratória e nos domínios mentais da qualidade de vida em comparação ao exercício convencional isolado em pacientes com AOS. Entretanto, mais estudos são necessários para determinar as dosagens ideais e a duração do efeito.OSA and asthma are two respiratory clinical conditions that are very prevalent worldwide, overlapping with similar comorbidities and underlying pathophysiology, potentiating both conditions. Objective: to assess the global prevalence of obstructive sleep apnea (OSA) in asthmatics and the effects of inspiratory muscle training (IMT) in reducing the apnea-hypopnea index (AHI), improving spirometry, optimizing respiratory muscle strength, quality of life and sleep of patients with OSA. Methods: two systematic reviews with meta-analysis were performed. Six databases were searched: EMBASE, PUBMED/MEDLINE, Cochrane Library, Physiotherapy Evidence Database, Periódicos CAPES and SciELO, from the earliest available date to September 2022. Cohort studies and cross-sectional studies were selected to analyze the prevalence of OSA in asthmatics. Randomized controlled trials (RCTs) were used to assess the effects of IMT in patients with OSA. The quality of prevalence studies was assessed using the Critical Appraisal Tool for Studies with prevalence data from the Joanna Briggs Institute and the quality of RCTs using the PEDro Scale. Mean differences, standard mean differences and confidence intervals were calculated. Results: regarding data on the prevalence of OSA in asthmatics, of the 223 articles initially found, 7 studies that included 639 asthmatic patients of different severities were evaluated for eligibility. Two hundred and thirty-nine asthmatic patients had OSA, representing 37.4% of the studied sample. Article 2: In the 14 RCTs, it was observed that IMT improved maximal inspiratory pressure MD (32 cmH2O, 95% CI: 16.1 to 48.0); forced vital capacity (FVC) DM (8.8%, predicted 95% CI: 1.4 to 16.3), reduced the Apnea-Hypopnea Index (AHI) by -2.7 events/h (95% CI: -4.3, -1.1), as well as there was a reduction in the Daytime Epworth Sleepiness Scale scores of -4.8 (95% CI: -9.9, -0.33), in systolic blood pressure of -9.7 mmHg (95% CI: -14.3, -5.0), diastolic blood pressure in -5.6 mmHg (95% CI: -8.8, -2.4) and Pittsburgh Sleep Quality Index in -2.7 (95% CI: -3.5, -1.9). No serious adverse events were reported. Overall conclusion: according to the selected studies, one can observe that the worldwide prevalence of OSA in patients with asthma is high. In addition, it is worth noting that patients with the severe form of the disease have shown to have a higher prevalence of OSA compared to patients with mild to moderate asthma. It was also observed that IMT is effective in increasing inspiratory muscle strength, reducing AHI, improving quality of sleep, optimizing FVC and lowering blood pressure. Furthermore, adding IMT to conventional exercise may be effective in improving inspiratory muscle strength and mental domains of quality of life compared to conventional exercise alone in patients with OSA. However, further studies are needed to determine optimal dosages and duration of effect.Submitted by Renata Landeiro (renatabritorl@gmail.com) on 2023-03-21T10:27:05Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) PREVALÊNCIA DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO NA ASMA E EFEITOS DO TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO.pdf: 3662397 bytes, checksum: 3b212b1999dbfa9fb38e64cc1567fce7 (MD5)Approved for entry into archive by Delba Rosa (delba@ufba.br) on 2023-03-23T12:42:07Z (GMT) No. of bitstreams: 2 PREVALÊNCIA DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO NA ASMA E EFEITOS DO TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO.pdf: 3662397 bytes, checksum: 3b212b1999dbfa9fb38e64cc1567fce7 (MD5) license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5)Made available in DSpace on 2023-03-23T12:42:07Z (GMT). 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