Relações de poder no manejo do cateter percutâneo por enfermeiras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Cristina Nunes Vitor de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/10108
Resumo: Este estudo cuja temática trata das relações de poder durante o manejo do cateter percutâneo por enfermeiras neonatologistas, parte do pressuposto de que existem conflitos durante o procedimento, mediadas pelas relações de poder entre os profissionais da assistência e a administração destas unidades. O trabalhador da saúde não consegue sozinho dar conta do complexo objeto do ato de cuidar, ele sempre depende de um sistema de troca com os outros para que este trabalho se concretize. Desta forma, existe uma pactuação do processo de trabalho entre os sujeitos envolvidos, que resulta em disputas, produto da correlação de forças que se estabelece neste processo, que se expressam sob a forma de relações de poder. Pela importância de tal tema, realizou-se o presente estudo exploratório de abordagem qualitativo-descritiva com o objetivo de compreender as relações de poder vivenciadas por enfermeiras durante o manejo do cateter, identificar como são estabelecidos os limites profissionais sobre este procedimento, descrever as relações de dominação ou de resistência vivenciadas pelas enfermeiras durante o manejo do cateter. Para orientar esta investigação, adotou-se como eixo de sustentação teórica o pensamento de Michel Foucault para o estudo das relações de poder, com maior ênfase para os dispositivos disciplinares. A coleta de dados processou-se em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de uma Maternidade de Referência da cidade de Salvador/BA através de uma entrevista semi-estruturada, gravada. Foram sujeitos da investigação, treze enfermeiras assistenciais, especialistas, habilitadas para o manejo do cateter percutâneo que estavam em pleno exercício de suas atividades. Sob a ótica da Análise do Conteúdo, os resultados geraram um conjunto de três categorias de estudo: A disciplina no manejo do cateter percutâneo por enfermeiras, a ambiguidade do saber: poder e resistência e a presença de um poder soberano. A partir dos discursos das enfermeiras, pode-se perceber como a disciplina esquadrinha o agir destas profissionais, que mesmo possuindo o saber teórico e prático sobre o procedimento contraditoriamente, não exercem este poder/saber ou o exercem de forma velada, com resistência fraca, permitindo que estas relações se manifestam sob a forma de conflitos com uma tendência das enfermeiras se submeterem à dominação médica para bom andamento do serviço. Estas observações sugerem a necessidade da adoção de uma postura crítica frente ao contexto desta prática e de um maior aprofundamento desta temática por parte das organizações, das trabalhadoras e das instituições de ensino.
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Pela importância de tal tema, realizou-se o presente estudo exploratório de abordagem qualitativo-descritiva com o objetivo de compreender as relações de poder vivenciadas por enfermeiras durante o manejo do cateter, identificar como são estabelecidos os limites profissionais sobre este procedimento, descrever as relações de dominação ou de resistência vivenciadas pelas enfermeiras durante o manejo do cateter. Para orientar esta investigação, adotou-se como eixo de sustentação teórica o pensamento de Michel Foucault para o estudo das relações de poder, com maior ênfase para os dispositivos disciplinares. A coleta de dados processou-se em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de uma Maternidade de Referência da cidade de Salvador/BA através de uma entrevista semi-estruturada, gravada. Foram sujeitos da investigação, treze enfermeiras assistenciais, especialistas, habilitadas para o manejo do cateter percutâneo que estavam em pleno exercício de suas atividades. 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