Fatores Meteorológicos, Oceanográficos, Morfodinâmicos, Geológicos e Urbanos relacionados à Incidência de Afogamentos nas Praias da Costa Atlântica de Salvador
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23381 |
Resumo: | A segurança do banho de mar na cidade de Salvador, como em qualquer outra grande cidade tropical costeira, onde a freqüência de banhistas é elevada, é sempre preocupante. Números conservadores, fornecidos pelo órgão de salva-vidas local, indicam que são registrados, em média, por ano, 1.586 acidentes na costa atlântica, sendo que este total deve ser cerca de 20% maior, uma vez que nem todas as ocorrências são registradas, a julgar pelo entendimento dos próprios salva-vidas. A maioria dos acidentados é composta por jovens com idades que variam entre 5 e 18 anos. Felizmente, o patrulhamento exercido, principalmente pela Coordenadoria de Salvamentos Marítimos da Prefeitura de Salvador (SALVAMAR) e também pelo Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia, resulta em um índice de óbitos de apenas 1%. Embora pareça pequeno, na cidade de Sydney (Austrália), este índice é ainda menor, ou seja, cerca de 0,5%. A análise de 10.697 operações de salvamento, realizadas entre os anos de 1994 e 2000, na costa atlântica da cidade de Salvador, acrescida dos depoimentos dos salvavidas, mostram três fatos bem marcantes: 1) as correntes de retorno são responsáveis por cerca de 70% dos acidentes, 2) aproximadamente 77% dos acidentes ocorrem em praias do estágio morfodinâmico Intermediário, 3) cerca de 43% dos acidentes ocorrem durante a primavera. O fato de as correntes de retorno serem as responsáveis diretas pela maior parte dos acidentes não surpreende e é bem conhecido em diversas cidades do mundo, como no Rio de Janeiro, Florianópolis, San Diego, Miami, Sidney, etc, e está documentado, por exemplo, pelos serviços de salva-vidas dos Estados Unidos e Austrália (United States Lifesaving Association & Surf Life Saving). Também já era esperado que a maior parte dos acidentes acontecessem em praias do estágio morfodinâmico Intermediário, uma vez que nestas são desenvolvidas as condições propícias à geração das correntes de retorno, como será abordado adiante O fato que surpreende é a concentração de acidentes na primavera, já que durante o verão é que são registradas as maiores taxas de freqüência pública das praias. A análise de uma série de fatores meteorológicos, oceanográficos, morfodinâmicos praiais, geológicos e urbanos, relativos à costa atlântica de Salvador, permite estabelecer uma série de relações de causa e efeito que explicam estas concentrações verificadas. O papel das correntes de retorno nos acidentes é muito óbvio, uma vez que se trata de um fluxo, na maioria das vezes de velocidade elevada, que transporta o banhista da praia para o mar e que geralmente é difícil de ser detectado por este. Por sua vez, a alta concentração de acidentes que é registrada nas praias do estágio morfodinâmico Intermediário pode ser explicada basicamente pelos seguintes fatores: 1) o perfil marcadamente ondulado da zona de surfe, típico deste estágio praial, com a formação de canais, bancos e depressões circulares, favorece o desenvolvimento de correntes de retorno e cria fatores de risco isolados, neste caso os canais e as depressões; 2) a existência de um amplo espaço subaéreo, formado sobretudo no berma e na zona de espraiamento, é capaz de acomodar um elevado número de banhistas; 3) as ondas predominantemente do tipo deslizante, que quebram progressivamente, sem causar grandes impactos, encorajam o banhista a penetrar na zona de surfe, expondo-se aos seus riscos inerentes. Em relação à primavera, ainda em comparação ao verão, a conjunção de quatro fatores ambientais explica a alta concentração de acidentes: 1) é demonstrado, pelos dados relativos à altura e período das ondas, conjugados às direções predominantes dos ventos oceânicos ao longo do ano, que a média da altura das ondas verificadas durante a primavera é, no mínimo, cerca de 10% maior do que esta média verificada durante o verão, e por conseqüência, a velocidade das correntes geradas dentro da zona de surfe também é mais elevada; 2) os ventos costeiros, que muitas vezes aceleram as correntes e sobreelevam a altura das ondas, também são cerca de 17% mais velozes durante a primavera; 3) em função desta hidrodinâmica mais forte, e também por herança das fortes ondas do inverno, o perfil da zona de surfe torna-se mais ondulado, com a formação freqüente de canais, bancos e depressões circulares, o que favorece o desenvolvimento de correntes de retorno e de fatores de risco isolados; 4) é verificado também que a amplitude média das marés é cerca de 8% superior. Outros fatores, de natureza sedimentológica, geológica e urbana, ainda que de forma indireta, também contribuem para a ocorrência dos acidentes, como a granulometria fina da areia de determinadas praias, que, ao produzir um piso bem compactado, favorece a prática de esportes e torna o ato de caminhar mais agradável, atraindo um grande número de banhistas. Da mesma forma o controle tectônico, que, ao determinar a direção da linha de costa, faz com que determinados segmentos fiquem, durante uma significativa parte do tempo, parcialmente abrigados contra a ação das ondas, enquanto que outros fiquem frontalmente expostos a estas. Por fim, fatores de natureza urbana, como os índices de poluição orgânica das praias, as condições de acesso para pedestres e para veículos, as opções de lazer de cada praia, etc, são fatores que influenciam diretamente nas taxas de ocupação das praias por parte dos banhistas, acabando por refletir nos índices de acidentes. |
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Carvalho, Mário Pereira de2017-06-29T00:13:06Z2017-06-29T00:13:06Z2017-06-282002-12http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23381A segurança do banho de mar na cidade de Salvador, como em qualquer outra grande cidade tropical costeira, onde a freqüência de banhistas é elevada, é sempre preocupante. Números conservadores, fornecidos pelo órgão de salva-vidas local, indicam que são registrados, em média, por ano, 1.586 acidentes na costa atlântica, sendo que este total deve ser cerca de 20% maior, uma vez que nem todas as ocorrências são registradas, a julgar pelo entendimento dos próprios salva-vidas. A maioria dos acidentados é composta por jovens com idades que variam entre 5 e 18 anos. Felizmente, o patrulhamento exercido, principalmente pela Coordenadoria de Salvamentos Marítimos da Prefeitura de Salvador (SALVAMAR) e também pelo Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia, resulta em um índice de óbitos de apenas 1%. Embora pareça pequeno, na cidade de Sydney (Austrália), este índice é ainda menor, ou seja, cerca de 0,5%. A análise de 10.697 operações de salvamento, realizadas entre os anos de 1994 e 2000, na costa atlântica da cidade de Salvador, acrescida dos depoimentos dos salvavidas, mostram três fatos bem marcantes: 1) as correntes de retorno são responsáveis por cerca de 70% dos acidentes, 2) aproximadamente 77% dos acidentes ocorrem em praias do estágio morfodinâmico Intermediário, 3) cerca de 43% dos acidentes ocorrem durante a primavera. O fato de as correntes de retorno serem as responsáveis diretas pela maior parte dos acidentes não surpreende e é bem conhecido em diversas cidades do mundo, como no Rio de Janeiro, Florianópolis, San Diego, Miami, Sidney, etc, e está documentado, por exemplo, pelos serviços de salva-vidas dos Estados Unidos e Austrália (United States Lifesaving Association & Surf Life Saving). Também já era esperado que a maior parte dos acidentes acontecessem em praias do estágio morfodinâmico Intermediário, uma vez que nestas são desenvolvidas as condições propícias à geração das correntes de retorno, como será abordado adiante O fato que surpreende é a concentração de acidentes na primavera, já que durante o verão é que são registradas as maiores taxas de freqüência pública das praias. A análise de uma série de fatores meteorológicos, oceanográficos, morfodinâmicos praiais, geológicos e urbanos, relativos à costa atlântica de Salvador, permite estabelecer uma série de relações de causa e efeito que explicam estas concentrações verificadas. O papel das correntes de retorno nos acidentes é muito óbvio, uma vez que se trata de um fluxo, na maioria das vezes de velocidade elevada, que transporta o banhista da praia para o mar e que geralmente é difícil de ser detectado por este. Por sua vez, a alta concentração de acidentes que é registrada nas praias do estágio morfodinâmico Intermediário pode ser explicada basicamente pelos seguintes fatores: 1) o perfil marcadamente ondulado da zona de surfe, típico deste estágio praial, com a formação de canais, bancos e depressões circulares, favorece o desenvolvimento de correntes de retorno e cria fatores de risco isolados, neste caso os canais e as depressões; 2) a existência de um amplo espaço subaéreo, formado sobretudo no berma e na zona de espraiamento, é capaz de acomodar um elevado número de banhistas; 3) as ondas predominantemente do tipo deslizante, que quebram progressivamente, sem causar grandes impactos, encorajam o banhista a penetrar na zona de surfe, expondo-se aos seus riscos inerentes. Em relação à primavera, ainda em comparação ao verão, a conjunção de quatro fatores ambientais explica a alta concentração de acidentes: 1) é demonstrado, pelos dados relativos à altura e período das ondas, conjugados às direções predominantes dos ventos oceânicos ao longo do ano, que a média da altura das ondas verificadas durante a primavera é, no mínimo, cerca de 10% maior do que esta média verificada durante o verão, e por conseqüência, a velocidade das correntes geradas dentro da zona de surfe também é mais elevada; 2) os ventos costeiros, que muitas vezes aceleram as correntes e sobreelevam a altura das ondas, também são cerca de 17% mais velozes durante a primavera; 3) em função desta hidrodinâmica mais forte, e também por herança das fortes ondas do inverno, o perfil da zona de surfe torna-se mais ondulado, com a formação freqüente de canais, bancos e depressões circulares, o que favorece o desenvolvimento de correntes de retorno e de fatores de risco isolados; 4) é verificado também que a amplitude média das marés é cerca de 8% superior. Outros fatores, de natureza sedimentológica, geológica e urbana, ainda que de forma indireta, também contribuem para a ocorrência dos acidentes, como a granulometria fina da areia de determinadas praias, que, ao produzir um piso bem compactado, favorece a prática de esportes e torna o ato de caminhar mais agradável, atraindo um grande número de banhistas. Da mesma forma o controle tectônico, que, ao determinar a direção da linha de costa, faz com que determinados segmentos fiquem, durante uma significativa parte do tempo, parcialmente abrigados contra a ação das ondas, enquanto que outros fiquem frontalmente expostos a estas. Por fim, fatores de natureza urbana, como os índices de poluição orgânica das praias, as condições de acesso para pedestres e para veículos, as opções de lazer de cada praia, etc, são fatores que influenciam diretamente nas taxas de ocupação das praias por parte dos banhistas, acabando por refletir nos índices de acidentes.ABSTRACT The safety of sea bathing in the city of Salvador – Bahia - Brazil, as in any other large coastal tropical city, where the bathers’ frequency always is raised, is preoccupying. Conservative figures, supplied by the local surf life saving agency, indicate that about 1,586 drowning accidents are registered per year in the atlantic coast, and this total must be about 20% greater, once not all the occurrences are reported. The majority of the victims is young varying between five and eighteen years old. Happily, the exerted patrolling, mainly by the Coordenadoria de Salvamentos Marítimos de Salvador – SALVAMAR – (Coordination of Surf Life Saving of Salvador) and also by the Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia (Firemen Group of the State of Bahia), results in an death’s rate of 1%. Although it seems small, in the city of Sydney (Australia), this index is only about 0,5%. The analysis of 10,697 rescue operations, carried through between the years of 1994 and 2000, in the atlantic coast of Salvador, supported by the life-guard observations, shows three well defined points: 1) the rip currents are responsible for about 70% of the accidents, 2) approximately 77% of the accidents occur in the intermediate beach state, 3) about 43% of the accidents occur during the spring. The fact of the rip currents is directly responsible for the mostly of the accidents is not a surprise and it is well known in many cities of the world, as in Rio de Janeiro and Florianópolis (Brazil), San Diego and Miami (USA), Sidney (Australia), etc, and this is registered by the surf life saving services of the United States and Australia (United States Lifesaving Association & Surf Life Saving), for example. Also it is already expected that most of the accidents happened in intermediate beach state, because the propitious conditions to the generation of rip currents, as it will be described ahead. The fact that surprises is the concentration of accidents in the spring time, since during the summer the maximum public frequency at the beaches is recorded. The analysis of meteorological, oceanographical, beach morphodynamics, geological and urban data, relative to the atlantic coast of Salvador, allows to establish a series of cause and effect relationships that could explain these verified concentrations. The rule of rip currents in the accidents is very obvious, once it is represented by a rapid speed flow, that pushes the swimmer from the beach to the sea, and that it is generally difficult of being realized by them. In turn, the high accidents’ concentration that is registered in Intermediate beach state can be explained basically by the following factors: 1) the rough surf zone profile, typical of this beach state, with the formation of bars, troughs and depressions, favors the rip current development and creates isolated factors of risk, in this case the troughs and depressions; 2) the occurrence of an ample aerial space, formed over all in the berm and the swash zone, is capable to accomodate a high number of swimmers; 3) the predominant spilling waves type, which breaks progressively, with no heavy impact, encourages the swimmer to enter the surf zone. In relation to the spring, still in comparison with the summer, the conjunction of four ambient factors explains the high concentration of accidents: 1) it is demonstrated, for the height and period wave data, conjugated to the predominant oceanic winds directions through the year, that the mean wave height is about 10% higher in the spring than in the summer, and in consequence, the speed of wave-generated currents in the surf zone also are higher; 2) the coastal winds, that many times speed up the currents, also are about 17% faster during the spring (Instituto Nacional de Meteorologia – INMET - National Meteorology Institute); 3) by this stronger hydrodynamics, and by the inheritance of the strong winter waves, the surf zone profile becomes more waved shape, with the formation of bars, troughs and depressions, which favors the rip currents development and others isolated risk factors; 4) at last, the mean amplitude tide is about 8% larger. Other indirect factors, of sedimentological, geological and urban nature, also contribute for the drowning occurrence, as the fine sand granulometry of certain beaches, that produces a well compact floor, favors the sports practical and becomes the act to walk more pleasant, attracting then a great number of swimmers. The different directions of the shoreline, determined by tectonic control, produces some segments that are, during a significative part of the year, partially sheltered against the waves action, while others are directly exposed to these. Finally, factors of urban nature, like the organic pollution indices of the beaches, the access conditions for pedestrians and vehicles, the leisure options of each beach, etc, are factors that directly influence the swimmers occupation of beaches, reflecting in the indices of accidents.Submitted by Everaldo Pereira (pereira.evera@gmail.com) on 2017-06-29T00:13:06Z No. of bitstreams: 5 Dissertação_Mário Carvalho.pdf: 14650538 bytes, checksum: 12545940e2730192c94aa5d1b0122e45 (MD5) Refra-Corr-45.pdf: 5783918 bytes, checksum: f8e66aa82df41e4dabef04c1fe032541 (MD5) Refra-Corr-90.pdf: 5844282 bytes, checksum: 0814c5d1f5896892097a3cead63ee97c (MD5) Refra-Corr-135.pdf: 5794132 bytes, checksum: a46031da8aea5854dfc2563ef90ebfa7 (MD5) Refra-Corr-157.pdf: 5812615 bytes, checksum: 282dc7c66e321c87902c1adb2ddbd58b (MD5)Made available in DSpace on 2017-06-29T00:13:06Z (GMT). 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A segurança do banho de mar na cidade de Salvador, como em qualquer outra grande cidade tropical costeira, onde a freqüência de banhistas é elevada, é sempre preocupante. Números conservadores, fornecidos pelo órgão de salva-vidas local, indicam que são registrados, em média, por ano, 1.586 acidentes na costa atlântica, sendo que este total deve ser cerca de 20% maior, uma vez que nem todas as ocorrências são registradas, a julgar pelo entendimento dos próprios salva-vidas. A maioria dos acidentados é composta por jovens com idades que variam entre 5 e 18 anos. Felizmente, o patrulhamento exercido, principalmente pela Coordenadoria de Salvamentos Marítimos da Prefeitura de Salvador (SALVAMAR) e também pelo Corpo de Bombeiros do Estado da Bahia, resulta em um índice de óbitos de apenas 1%. Embora pareça pequeno, na cidade de Sydney (Austrália), este índice é ainda menor, ou seja, cerca de 0,5%. A análise de 10.697 operações de salvamento, realizadas entre os anos de 1994 e 2000, na costa atlântica da cidade de Salvador, acrescida dos depoimentos dos salvavidas, mostram três fatos bem marcantes: 1) as correntes de retorno são responsáveis por cerca de 70% dos acidentes, 2) aproximadamente 77% dos acidentes ocorrem em praias do estágio morfodinâmico Intermediário, 3) cerca de 43% dos acidentes ocorrem durante a primavera. O fato de as correntes de retorno serem as responsáveis diretas pela maior parte dos acidentes não surpreende e é bem conhecido em diversas cidades do mundo, como no Rio de Janeiro, Florianópolis, San Diego, Miami, Sidney, etc, e está documentado, por exemplo, pelos serviços de salva-vidas dos Estados Unidos e Austrália (United States Lifesaving Association & Surf Life Saving). Também já era esperado que a maior parte dos acidentes acontecessem em praias do estágio morfodinâmico Intermediário, uma vez que nestas são desenvolvidas as condições propícias à geração das correntes de retorno, como será abordado adiante O fato que surpreende é a concentração de acidentes na primavera, já que durante o verão é que são registradas as maiores taxas de freqüência pública das praias. A análise de uma série de fatores meteorológicos, oceanográficos, morfodinâmicos praiais, geológicos e urbanos, relativos à costa atlântica de Salvador, permite estabelecer uma série de relações de causa e efeito que explicam estas concentrações verificadas. O papel das correntes de retorno nos acidentes é muito óbvio, uma vez que se trata de um fluxo, na maioria das vezes de velocidade elevada, que transporta o banhista da praia para o mar e que geralmente é difícil de ser detectado por este. Por sua vez, a alta concentração de acidentes que é registrada nas praias do estágio morfodinâmico Intermediário pode ser explicada basicamente pelos seguintes fatores: 1) o perfil marcadamente ondulado da zona de surfe, típico deste estágio praial, com a formação de canais, bancos e depressões circulares, favorece o desenvolvimento de correntes de retorno e cria fatores de risco isolados, neste caso os canais e as depressões; 2) a existência de um amplo espaço subaéreo, formado sobretudo no berma e na zona de espraiamento, é capaz de acomodar um elevado número de banhistas; 3) as ondas predominantemente do tipo deslizante, que quebram progressivamente, sem causar grandes impactos, encorajam o banhista a penetrar na zona de surfe, expondo-se aos seus riscos inerentes. Em relação à primavera, ainda em comparação ao verão, a conjunção de quatro fatores ambientais explica a alta concentração de acidentes: 1) é demonstrado, pelos dados relativos à altura e período das ondas, conjugados às direções predominantes dos ventos oceânicos ao longo do ano, que a média da altura das ondas verificadas durante a primavera é, no mínimo, cerca de 10% maior do que esta média verificada durante o verão, e por conseqüência, a velocidade das correntes geradas dentro da zona de surfe também é mais elevada; 2) os ventos costeiros, que muitas vezes aceleram as correntes e sobreelevam a altura das ondas, também são cerca de 17% mais velozes durante a primavera; 3) em função desta hidrodinâmica mais forte, e também por herança das fortes ondas do inverno, o perfil da zona de surfe torna-se mais ondulado, com a formação freqüente de canais, bancos e depressões circulares, o que favorece o desenvolvimento de correntes de retorno e de fatores de risco isolados; 4) é verificado também que a amplitude média das marés é cerca de 8% superior. Outros fatores, de natureza sedimentológica, geológica e urbana, ainda que de forma indireta, também contribuem para a ocorrência dos acidentes, como a granulometria fina da areia de determinadas praias, que, ao produzir um piso bem compactado, favorece a prática de esportes e torna o ato de caminhar mais agradável, atraindo um grande número de banhistas. Da mesma forma o controle tectônico, que, ao determinar a direção da linha de costa, faz com que determinados segmentos fiquem, durante uma significativa parte do tempo, parcialmente abrigados contra a ação das ondas, enquanto que outros fiquem frontalmente expostos a estas. Por fim, fatores de natureza urbana, como os índices de poluição orgânica das praias, as condições de acesso para pedestres e para veículos, as opções de lazer de cada praia, etc, são fatores que influenciam diretamente nas taxas de ocupação das praias por parte dos banhistas, acabando por refletir nos índices de acidentes. |
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