Educação científica, educação ambiental e comunidades tradicionais: um estudo de práticas sustentáveis no uso de plantas cabaceiras (baobás) pela etnia fula em guiné- bissau
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38741 |
Resumo: | O contexto da educação em Guiné-Bissau e principalmente na aldeia de Québo explicita as falhas ocorridas ao longo do tempo no que tange ao ensino de Ciências e à abordagem sobre educação ambiental, sendo recorrente a não inclusão do diálogo de saberes tradicionais oriundos dos grupos étnicos, como os Fulas. Nesse sentido, é necessário focar nos aspectos que ultrapassam os saberes baseados somente no eurocentrismo, que torna o conhecimento científico como detentor da verdade absoluta. Ao longo dos anos surgiram questionamentos quanto a esse tipo de pensamento, a partir do reconhecimento de que há várias formas de saberes, todas elas legítimas. Essa bandeira é defendida pela corrente decolonial, que se posiciona contra essa visão universalista na educação e nas relações humanas pautadas na hierarquização, que é fruto da colonização europeia. Ademais, o mundo se depara com problemas ambientais graves, cujas consequências são alterações climáticas, secas extremas, ventos e chuvas anormais e são originadas pela ação dos seres humanos e em decorrência do capitalismo, que visa somente o lucro. É necessário promover uma educação científica e uma educação ambiental que visem à inclusão de ideias e vozes de populações tradicionais e os seus saberes nesse debate, com compromisso em superar a colonialidade, marcada pela discriminação e superioridade de conhecimentos. Nesse contexto, para os africanos, a oralidade, como uma forma de transmissão de conhecimentos, é uma resistência, na qual os mais velhos e anciões preservam um modo de vida e transmitem conhecimentos para gerações vindouras. Nesse sentido, este trabalho visa compreender as práticas sustentáveis no uso das plantas cabaceiras, transmitidas pela oralidade, construídas pelos membros da etnia fula, residentes na cidade do Québo em Guiné-Bissau como referência para o diálogo crítico e decolonial de saberes na educação escolar e discutir a necessidade de rever o currículo escolar na Guiné-Bissau, que traz influências externas e está distante da realidade social que abrange diversas culturas africanas, incluindo a dos Fulas, residentes na aldeia de Québo, onde este trabalho foi desenvolvido com metodologia de Djumbai, valorizando a oralidade e os saberes ancestrais. A consideração no currículo dos saberes tradicionais sobre a planta baobá é apresentada como uma proposta compromissada com a construção de um currículo decolonial para as escolas locais. |
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Ademais, o mundo se depara com problemas ambientais graves, cujas consequências são alterações climáticas, secas extremas, ventos e chuvas anormais e são originadas pela ação dos seres humanos e em decorrência do capitalismo, que visa somente o lucro. É necessário promover uma educação científica e uma educação ambiental que visem à inclusão de ideias e vozes de populações tradicionais e os seus saberes nesse debate, com compromisso em superar a colonialidade, marcada pela discriminação e superioridade de conhecimentos. Nesse contexto, para os africanos, a oralidade, como uma forma de transmissão de conhecimentos, é uma resistência, na qual os mais velhos e anciões preservam um modo de vida e transmitem conhecimentos para gerações vindouras. Nesse sentido, este trabalho visa compreender as práticas sustentáveis no uso das plantas cabaceiras, transmitidas pela oralidade, construídas pelos membros da etnia fula, residentes na cidade do Québo em Guiné-Bissau como referência para o diálogo crítico e decolonial de saberes na educação escolar e discutir a necessidade de rever o currículo escolar na Guiné-Bissau, que traz influências externas e está distante da realidade social que abrange diversas culturas africanas, incluindo a dos Fulas, residentes na aldeia de Québo, onde este trabalho foi desenvolvido com metodologia de Djumbai, valorizando a oralidade e os saberes ancestrais. A consideração no currículo dos saberes tradicionais sobre a planta baobá é apresentada como uma proposta compromissada com a construção de um currículo decolonial para as escolas locais.The context of education in Guinea-Bissau and especially in the village of Québo explains the failures committed over a period of time regarding the approach to environmental education, the non-inclusion of the dialogue of traditional knowledge from ethnic groups, such as the Fula of Guinea-Bissau, is recurrent. In that regard, it is necessary to focus on the aspects that exceed the knowledge based only on eurocentrism, which makes scientific knowledge the only holder of absolute truth. Over the years, questions have arisen about this type of thinking, based on the recognition that there are various forms of knowledge, all of them legitimate. This flag is defended by the decolonial current that stands against this universalist vision in education and in human relations based on hierarchization, which is the result of European colonization. Furthermore, the world is faced with serious environmental problems, whose consequences are climate change, extreme droughts, abnormal winds and rains and those are caused by the action of human beings and as a result of capitalism, which only seeks profit. It is necessary to promote scientific education and environmental education that including the ideas and voices of traditional populations and their knowledge in this debate, with a commitment to overcoming coloniality, marked by discrimination and superiority of knowledge. In this context, for Africans, orality as a form of transmission of knowledge is a resistance, in which the elders preserve a way of life and transmit knowledge to future generations. In this sense, this work aims to understand the sustainable practices in the use of gourd plants, transmitted orally, constructed by members of the Fula ethnic group, residing in the city of Québo in Guinea-Bissau as a reference for the critical and decolonial In this sense, this research aims to discuss the need to review the school curriculum in Guinea-Bissau, which brings external influences, and it is far from the social reality that encompasses several African cultures, including that of the Fulas, who residing in the village of Québo, where this work was carried out, developed with Djumbai methodology. THE consideration in the curriculum of traditional knowledge about the baobab plant is presented as a proposal committed to the construction of a decolonial curriculum for local schools.Submitted by Antonio Alfa Candé (alfacande87@gmail.com) on 2023-12-19T19:02:58Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) Dissertação Repositorio.pdf: 2767081 bytes, checksum: 63afe1d1147ba4f140514918ec18bc94 (MD5)Approved for entry into archive by Ana Miria Moreira (anamiriamoreira@hotmail.com) on 2023-12-20T14:28:02Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) Dissertação Repositorio.pdf: 2767081 bytes, checksum: 63afe1d1147ba4f140514918ec18bc94 (MD5)Made available in DSpace on 2023-12-20T14:28:02Z (GMT). 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