Cidades de uma cidade: estratégias e operações discursivas que narram Salvador no Bahia Meio-Dia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22219 |
Resumo: | A pesquisa, do tipo analítica, visa a investigar, a partir dos discursos do telejornal Bahia Meio-Dia, como são organizadas e mobilizadas distintas estratégias e operações discursivas através das quais Salvador, com suas contradições e tensões, é dita. Para tanto, propõe-se caracterizar como o processo contemporâneo de midiatização e espetacularização reverbera na organização do Bahia Meio-Dia, bem como nas operações que a produção realiza para noticiar a capital baiana. Busca-se, ainda, apontar, a partir dos enunciados do telejornal, temas que tornam Salvador dizível no referido programa, bem como quais as formações discursivas acionadas pelo programa. Selecionou-se, então, como dispositivo a televisão comercial aberta, o veículo Rede Bahia e, especificamente, a produção telejornalística Bahia Meio-Dia, considerando a abrangência da referida emissora no estado da Bahia e o fato de o programa em questão ser um dos mais conhecidos e difundidos no estado na faixa de horário em que é exibido. Para constituir o corpus da pesquisa, o programa foi acompanhado entre os meses de janeiro a dezembro de 2013 e, ao final desse período, 51 edições foram consideradas para composição da amostragem. O estudo reuniu a teoria social da mídia, a partir da qual considerou a presença e pertinência midiática nas sociabilidades contemporâneas, e a análise de discurso de tradição francesa, a partir da qual foram ancorados os gestos de leitura realizados. Desta forma, o dispositivo teórico-analítico congregou noções como as de ethos, condições de produção, discurso, interdiscursividade, pré-construídos, paráfrase e formação discursiva, além de ponderar a ambiência contemporânea e os princípios que caracterizam presentemente a cultura midiática. Revelou-se que o Bahia Meio-Dia caracteriza-se como uma produção leve, em que a presença de amenidades e fait divers confere o tom informal, célere e coloquial à produção. Além disso, observou-se que a noção de cultura disposta pela produção associa-se a atividades econômicas e confunde-se com diversão e entretenimento, o que aponta para uma perspectiva espontaneísta, em que a polissemia do termo é rejeitada. Entre as operações discursivas realizadas pelo programa a fim de narrar a capital baiana destaca-se a terceirização das responsabilidades, a partir da qual o poder público é praticamente isentado de obrigações. Igualmente, o programa prescreve a naturalização e o apelo à particularização, por meio das quais as questões municipais podem ser abordadas isoladamente e não de forma integrada e relacional. Além disso, vê-se a individualização, que viabiliza que causas e consequências de conflitos, sucessos ou fracassos sejam pessoais e não sociais. Tais operações apontam para a prevalência de uma estratégia central, o silenciamento, a partir da qual as questões do município são despolitizadas e, assim, deixam de ser abordadas ou tratadas como históricas e sociais e assumem caráter pontual. Para dispor de tais operações e estratégia, o Bahia Meio-Dia aciona uma formação discursiva que reafirma uma identidade baiana essencializada e uma formação discursiva que afirma uma cidade em expansão, congregando duas temporalidades: a da tradição e a da hipermodernidade. Nota-se, ainda, que o teor político da produção encontra-se, sobretudo, em sua aparente despolitização. Palavras-chave: Salvador – análise de discurso – televisão – telejornal. |
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Selecionou-se, então, como dispositivo a televisão comercial aberta, o veículo Rede Bahia e, especificamente, a produção telejornalística Bahia Meio-Dia, considerando a abrangência da referida emissora no estado da Bahia e o fato de o programa em questão ser um dos mais conhecidos e difundidos no estado na faixa de horário em que é exibido. Para constituir o corpus da pesquisa, o programa foi acompanhado entre os meses de janeiro a dezembro de 2013 e, ao final desse período, 51 edições foram consideradas para composição da amostragem. O estudo reuniu a teoria social da mídia, a partir da qual considerou a presença e pertinência midiática nas sociabilidades contemporâneas, e a análise de discurso de tradição francesa, a partir da qual foram ancorados os gestos de leitura realizados. Desta forma, o dispositivo teórico-analítico congregou noções como as de ethos, condições de produção, discurso, interdiscursividade, pré-construídos, paráfrase e formação discursiva, além de ponderar a ambiência contemporânea e os princípios que caracterizam presentemente a cultura midiática. Revelou-se que o Bahia Meio-Dia caracteriza-se como uma produção leve, em que a presença de amenidades e fait divers confere o tom informal, célere e coloquial à produção. Além disso, observou-se que a noção de cultura disposta pela produção associa-se a atividades econômicas e confunde-se com diversão e entretenimento, o que aponta para uma perspectiva espontaneísta, em que a polissemia do termo é rejeitada. Entre as operações discursivas realizadas pelo programa a fim de narrar a capital baiana destaca-se a terceirização das responsabilidades, a partir da qual o poder público é praticamente isentado de obrigações. Igualmente, o programa prescreve a naturalização e o apelo à particularização, por meio das quais as questões municipais podem ser abordadas isoladamente e não de forma integrada e relacional. Além disso, vê-se a individualização, que viabiliza que causas e consequências de conflitos, sucessos ou fracassos sejam pessoais e não sociais. Tais operações apontam para a prevalência de uma estratégia central, o silenciamento, a partir da qual as questões do município são despolitizadas e, assim, deixam de ser abordadas ou tratadas como históricas e sociais e assumem caráter pontual. Para dispor de tais operações e estratégia, o Bahia Meio-Dia aciona uma formação discursiva que reafirma uma identidade baiana essencializada e uma formação discursiva que afirma uma cidade em expansão, congregando duas temporalidades: a da tradição e a da hipermodernidade. Nota-se, ainda, que o teor político da produção encontra-se, sobretudo, em sua aparente despolitização. Palavras-chave: Salvador – análise de discurso – televisão – telejornal.Submitted by Janine Oliveira (janinedfalcao@gmail.com) on 2017-04-26T19:19:09Z No. of bitstreams: 1 OLIVEIRA_JANINE_DISSERTACAO_CIDADES_DE_UMA_CIDADE_POSCULTURA_IHAC_UFBA_2014.pdf: 2691745 bytes, checksum: bb6b107cc119eee08248a05611015380 (MD5)Approved for entry into archive by Patricia Barroso (pbarroso@ufba.br) on 2017-05-02T18:37:38Z (GMT) No. of bitstreams: 1 OLIVEIRA_JANINE_DISSERTACAO_CIDADES_DE_UMA_CIDADE_POSCULTURA_IHAC_UFBA_2014.pdf: 2691745 bytes, checksum: bb6b107cc119eee08248a05611015380 (MD5)Made available in DSpace on 2017-05-02T18:37:38Z (GMT). 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