Avaliação da atratividade de três espécies de moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) aos compostos voláteis da amendoeira-da-praia, terminalia catappa e produtos comerciais

• Autor(a) principal: Correia, Lorena Araujo Peixoto
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34818
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA; cairomônio, tefrítideos, atrativo, bioensaios; kairomone, tephritids, attractant, bioassays

As moscas-das-frutas estão entre os mais importantes insetos-praga da fruticultura mundial, devido as perdas econômicas ocasionadas pela oviposição realizada pelas fêmeas no fruto hospedeiro, tornando-o inviável para o consumo e comercialização. As espécies Ceratitis capitata, Anastrepha fraterculus e Anastrepha obliqua são de maior importância econômica para o Brasil. Para o monitoramento desses insetos são aplicadas armadilhas contendo atrativos, que podem estar associados a iscas tóxicas. O controle dessas moscas é realizado com o uso de produtos fitossanitários que possuem elevada toxicidade e período de carência, além de gerarem risco de contaminação ambiental e humana. Atualmente as altas taxas de resíduos de agrotóxicos estão entre os fatores limitantes à livre exportação de frutos, juntamente com a infestação destes por moscas-das-frutas. Assim, o controle comportamental com uso de semioquímicos vem sendo uma das mais promissoras alternativas para monitorar e suprimir esses insetos no campo. Esses compostos possuem as vantagens de serem atóxicos, espécie-específicos, ecologicamente aceitáveis e utilizados em pequenas quantidades. Esse trabalho teve como objetivo identificar os compostos voláteis do fruto de amendoeira (Terminalia catappa) e do extrato glicólico e essência de uva que possam atuar como atrativos para três espécies de moscas-das-frutas. Os insetos utilizados nos experimentos são provenientes da criação mantida no Laboratório de Ecologia Comportamental de Insetos - LECI, seguindo as diretrizes da FAO/IAEA. O extrato da amendoeira-da-praia foi obtido por aeração dos frutos maduros durante 24 horas e posterior eluição do adsorvente com hexano grau HPLC, seguido por concentração da amostra por fluxo de nitrogênio e análise por CG-EM e bioensaio de CG-EAG. A extração de voláteis dos produtos comerciais foi realizada por SPME, seguida de análise por CG-EM. O bioensaio de atratividade desses compostos foi realizado em arenas de vidro transparente (45cm x 30 cm x 30 cm). Os dados foram analisados por GLMM no software Rstudio. A caracterização de compostos voláteis resultou na identificação de 72 compostos presentes no extrato do fruto maduro da amendoeira, 45 compostos no extrato glicólico de uva e 13 na essência de uva. O bioensaio de eletroantenografia revelou 5 compostos do extrato da amendoeira que eliciaram resposta antenal em fêmeas de A. obliqua e 4 para fêmeas de C. capitata. Nenhum resultado conclusivo foi observado nesse bioensaio para a espécie A. fraterculus. Os compostos ativos foram identificados por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (CG-EM). O 1-hexanol, 1-octen-3-ol, hexanoato de etila, acetato de geranil e geranilacetona foram ativos para A. obliqua. Para C. capitata os compostos 1-penten-3-ol, isoprenol, 2-metil-2-buten-1-ol e prenol desencadearam resposta ativa em fêmeas desta espécie. O teste de atratividade realizado em arenas com extrato glicólico e essência de uva indicaram que o extrato glicólico de uva possui potencial de atratividade para machos e fêmeas, virgens e copulados de A. fraterculus, valor de p <0,05. A essência de uva não obteve bons resultados na captura desses insetos. Esses resultados indicam que as fêmeas das espécies estudadas reconhecem compostos específicos, os quais podem contribuir para aplicação de semioquímicos no monitoramento e controle dessas pragas no campo.