O bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/6873
Resumo: Trabalho publicado em: Ana Alice Costa & Ívia Alves (orgs.), Ritos, Mitos e Fatos: Mulher e Gênero na Bahia. Salvador: NEIM/UFBA, Coleção Baianas (1), 1997, pp.:15-38. Este trabalho foi redigido originalmente em inglês e apresentado ao 95th Annual Meeting da American Anthropological Association, realizado de 21-26 de novembro de 1996, em San Franciso, California. Trata-se de um resumo bastante abreviado da minha tese doutoral, defendida em dezembro de 1996 no Departamento de Antropologia da Boston University, em Boston, Estados Unidos (Sardenberg 1997). Nesta versão, beneficiei-me tanto dos comentários apresentados pelos membros da minha banca examinadora—composta pelos Profs.Drs., Jenny White, Susan Eckstein, Regina Blaszczyk e, em especial Sutti Ortiz, minha orientadora, e Charles Lindholm, segundo leitor—quanto dos participantes da sessão ‘New Perspectives on Working-Class Experiences in Brazil’, do referido congresso.
id UFBA-2_31597a235bfc41e743b2789c94b74096
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/6873
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling Sardenberg, Cecília Maria BacellarSardenberg, Cecília Maria BacellarCosta, Ana Alice AlcantaraAlves, Ivia Iracema Duarte2012-10-04T18:46:06Z2012-10-04T18:46:06Z1997http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/6873Ritos, Mitos e Fatos: Mulher e Gênero na Bahia, Coleção Bahianas 1Trabalho publicado em: Ana Alice Costa & Ívia Alves (orgs.), Ritos, Mitos e Fatos: Mulher e Gênero na Bahia. Salvador: NEIM/UFBA, Coleção Baianas (1), 1997, pp.:15-38. Este trabalho foi redigido originalmente em inglês e apresentado ao 95th Annual Meeting da American Anthropological Association, realizado de 21-26 de novembro de 1996, em San Franciso, California. Trata-se de um resumo bastante abreviado da minha tese doutoral, defendida em dezembro de 1996 no Departamento de Antropologia da Boston University, em Boston, Estados Unidos (Sardenberg 1997). Nesta versão, beneficiei-me tanto dos comentários apresentados pelos membros da minha banca examinadora—composta pelos Profs.Drs., Jenny White, Susan Eckstein, Regina Blaszczyk e, em especial Sutti Ortiz, minha orientadora, e Charles Lindholm, segundo leitor—quanto dos participantes da sessão ‘New Perspectives on Working-Class Experiences in Brazil’, do referido congresso.Até fins dos anos 40, o sábado de carnaval era um dia muito especial para as operárias da Fábrica São Braz, uma antiga fábrica de tecidos localizada no Subúrbio de Plataforma, em Salvador. Era nesse dia que as operárias ‘botavam’ o Bloco do Bacalhau nas ruas abrindo as comemorações momescas no bairro. Assim, ao invés de correr direto para casa tão logo soassem os apitos anunciando o fim da jornada, as mulheres se reuniam nos portões da fábrica. E mesmo exaustas e suadas depois das longas horas labutando sob forte calor e o barulho ensurdecedor das máquinas, elas não escondiam sua alegria. É que suas energias se renovavam quando a banda do bloco chegava e começava a tocar. Daí, dançando e cantando ao ritmo dos acordes da banda, as mulheres percorriam as ruas do bairro angariando aplausos e seguidores por todo o percurso. O cortejo subia a longa ladeira que ia da fábrica até a Praça São Braz e volteava-a algumas vezes, antes de ali se dispersar no meio do povo e da folia. Mas a banda continuava a tocar até altas horas da noite, alegrando para todos a festa de abertura do carnaval em Plataforma. Quando se reflete sobre a ‘performance’ das operárias no bloco à luz das relações sociais de gênero, classe e vizinhança que, no passado, teciam a vida cotidiana no bairro e na fábrica, o Bacalhau assume outros contornos. Neste trabalho, pretendo demonstrar que no bom estilo dos rituais de rebelião, essa ‘performance’ expressava de forma jocosa e ambígua, o protesto das operárias contra o regime patriarcal então vigente, reafirmando, entremeio as brincadeiras do carnaval, o importante papel por elas desempenhado na economia doméstica e na construção das relações de vizinhança no bairro.Submitted by Bacellar Sardenberg Cecilia Maria (ceciliasard@yahoo.com.br) on 2012-10-04T18:46:06Z No. of bitstreams: 1 Bacalhau.pdf: 110729 bytes, checksum: d28771e51402728973839ed238c677a4 (MD5)Made available in DSpace on 2012-10-04T18:46:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Bacalhau.pdf: 110729 bytes, checksum: d28771e51402728973839ed238c677a4 (MD5) Previous issue date: 1997CAPESSalvador, BahiaNEIM/UFBA, Coleção Bahianas no. 1www.neim.ufba.brreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAmulheres e relações de gênerooperariado textilprotesto ritualizadoO bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bookporinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALBacalhau.pdfBacalhau.pdfapplication/pdf110729https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/6873/1/Bacalhau.pdfd28771e51402728973839ed238c677a4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1762https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/6873/2/license.txt1b89a9a0548218172d7c829f87a0eab9MD52TEXTBacalhau.pdf.txtBacalhau.pdf.txtExtracted texttext/plain56141https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/6873/3/Bacalhau.pdf.txt49c52e93290bb4b2e8ccd56cd5edf850MD53ri/68732022-07-05 14:02:50.968oai:repositorio.ufba.br:ri/6873VGVybW8gZGUgTGljZW7vv71hLCBu77+9byBleGNsdXNpdm8sIHBhcmEgbyBkZXDvv71zaXRvIG5vIHJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRkJBCgogICAgUGVsbyBwcm9jZXNzbyBkZSBzdWJtaXNz77+9byBkZSBkb2N1bWVudG9zLCBvIGF1dG9yIG91IHNldQpyZXByZXNlbnRhbnRlIGxlZ2FsLCBhbyBhY2VpdGFyIGVzc2UgdGVybW8gZGUgbGljZW7vv71hLCBjb25jZWRlIGFvClJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkYSBCYWhpYSBvIGRpcmVpdG8KZGUgbWFudGVyIHVtYSBj77+9cGlhIGVtIHNldSByZXBvc2l077+9cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCAKZGUgcHJlc2VydmHvv73vv71vLiBFc3NlcyB0ZXJtb3MsIG7vv71vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnTvv71tIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIAphdXRvci9jb3B5cmlnaHQsIG1hcyBlbnRlbmRlIG8gZG9jdW1lbnRvIGNvbW8gcGFydGUgZG8gYWNlcnZvIGludGVsZWN0dWFsIGRlc3NhIFVuaXZlcnNpZGFkZS4gCgogICAgUGFyYSBvcyBkb2N1bWVudG9zIHB1YmxpY2Fkb3MgY29tIHJlcGFzc2UgZGUgZGlyZWl0b3MgZGUgZGlzdHJpYnVp77+977+9bywgZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbu+/vWEgZW50ZW5kZSBxdWU6IAoKICAgIE1hbnRlbmRvIG9zICBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcmVwYXNzYWRvcyBhIHRlcmNlaXJvcywgZW0gY2FzbyAKZGUgcHVibGljYe+/ve+/vWVzLCBvIHJlcG9zaXTvv71yaW8gcG9kZSByZXN0cmluZ2lyIG8gYWNlc3NvIGFvIHRleHRvIAppbnRlZ3JhbCwgbWFzIGxpYmVyYSBhcyBpbmZvcm1h77+977+9ZXMgc29icmUgbyBkb2N1bWVudG8gKE1ldGFkYWRvcyBkZXNjcml0aXZvcykuCgogRGVzdGEgZm9ybWEsIGF0ZW5kZW5kbyBhb3MgYW5zZWlvcyBkZXNzYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgCmVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHXvv73vv71vIGNpZW5077+9ZmljYSBjb20gYXMgcmVzdHJp77+977+9ZXMgaW1wb3N0YXMgcGVsb3MgCmVkaXRvcmVzIGRlIHBlcmnvv71kaWNvcy4gCgogICAgUGFyYSBhcyBwdWJsaWNh77+977+9ZXMgZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgcXVlIHNlZ3VlbSBhIHBvbO+/vXRpY2EgZGUgCkFjZXNzbyBBYmVydG8sIG9zIGRlcO+/vXNpdG9zIGNvbXB1bHPvv71yaW9zIG5lc3NlIHJlcG9zaXTvv71yaW8gbWFudO+/vW0gCm9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBtYXMgbWFudO+/vW0gbyBhY2Vzc28gaXJyZXN0cml0byBhbyBtZXRhZGFkb3MgCmUgdGV4dG8gY29tcGxldG8uIEFzc2ltLCBhIGFjZWl0Ye+/ve+/vW8gZGVzc2UgdGVybW8gbu+/vW8gbmVjZXNzaXRhIGRlIApjb25zZW50aW1lbnRvIHBvciBwYXJ0ZSBkZSBhdXRvcmVzL2RldGVudG9yZXMgZG9zIGRpcmVpdG9zLCBwb3IgCmVzdGFyZW0gZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgZGUgYWNlc3NvIGFiZXJ0by4KCiAgICBFbSBhbWJvcyBvIGNhc28sIGVzc2UgdGVybW8gZGUgbGljZW7vv71hLCBwb2RlIHNlciBhY2VpdG8gcGVsbyAKYXV0b3IsIGRldGVudG9yZXMgZGUgZGlyZWl0b3MgZS9vdSB0ZXJjZWlyb3MgYW1wYXJhZG9zIHBlbGEgCnVuaXZlcnNpZGFkZS4gRGV2aWRvIGFvcyBkaWZlcmVudGVzIHByb2Nlc3NvcyBwZWxvIHF1YWwgYSBzdWJtaXNz77+9byAKcG9kZSBvY29ycmVyLCBvIHJlcG9zaXTvv71yaW8gcGVybWl0ZSBhIGFjZWl0Ye+/ve+/vW8gZGEgbGljZW7vv71hIHBvciAKdGVyY2Vpcm9zLCBzb21lbnRlIG5vcyBjYXNvcyBkZSBkb2N1bWVudG9zIHByb2R1emlkb3MgcG9yIGludGVncmFudGVzIApkYSBVRkJBIGUgc3VibWV0aWRvcyBwb3IgcGVzc29hcyBhbXBhcmFkYXMgcG9yIGVzdGEgaW5zdGl0dWnvv73vv71vLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-07-05T17:02:50Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahia
title O bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahia
spellingShingle O bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahia
Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
mulheres e relações de gênero
operariado textil
protesto ritualizado
title_short O bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahia
title_full O bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahia
title_fullStr O bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahia
title_full_unstemmed O bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahia
title_sort O bloco do bacalhau: protesto ritualizado de operárias na Bahia
author Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
author_facet Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
author_role author
dc.contributor.editor.none.fl_str_mv Costa, Ana Alice Alcantara
Alves, Ivia Iracema Duarte
dc.contributor.author.fl_str_mv Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
dc.subject.por.fl_str_mv mulheres e relações de gênero
operariado textil
protesto ritualizado
topic mulheres e relações de gênero
operariado textil
protesto ritualizado
description Trabalho publicado em: Ana Alice Costa & Ívia Alves (orgs.), Ritos, Mitos e Fatos: Mulher e Gênero na Bahia. Salvador: NEIM/UFBA, Coleção Baianas (1), 1997, pp.:15-38. Este trabalho foi redigido originalmente em inglês e apresentado ao 95th Annual Meeting da American Anthropological Association, realizado de 21-26 de novembro de 1996, em San Franciso, California. Trata-se de um resumo bastante abreviado da minha tese doutoral, defendida em dezembro de 1996 no Departamento de Antropologia da Boston University, em Boston, Estados Unidos (Sardenberg 1997). Nesta versão, beneficiei-me tanto dos comentários apresentados pelos membros da minha banca examinadora—composta pelos Profs.Drs., Jenny White, Susan Eckstein, Regina Blaszczyk e, em especial Sutti Ortiz, minha orientadora, e Charles Lindholm, segundo leitor—quanto dos participantes da sessão ‘New Perspectives on Working-Class Experiences in Brazil’, do referido congresso.
publishDate 1997
dc.date.issued.fl_str_mv 1997
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-10-04T18:46:06Z
dc.date.available.fl_str_mv 2012-10-04T18:46:06Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/book
format book
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/6873
dc.identifier.number.pt_BR.fl_str_mv Ritos, Mitos e Fatos: Mulher e Gênero na Bahia, Coleção Bahianas 1
url http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/6873
identifier_str_mv Ritos, Mitos e Fatos: Mulher e Gênero na Bahia, Coleção Bahianas 1
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv NEIM/UFBA, Coleção Bahianas no. 1
publisher.none.fl_str_mv NEIM/UFBA, Coleção Bahianas no. 1
dc.source.pt_BR.fl_str_mv www.neim.ufba.br
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/6873/1/Bacalhau.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/6873/2/license.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/6873/3/Bacalhau.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv d28771e51402728973839ed238c677a4
1b89a9a0548218172d7c829f87a0eab9
49c52e93290bb4b2e8ccd56cd5edf850
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808459407455944704