Dispersão, prevalência e dinâmica da transmissão do vírus Zika, de 1947 a 2018

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Gilmara de Souza Sampaio
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31448
Resumo: Introdução: O vírus Zika é um flavivírus pertencente à família Flaviviridae, transmitido por mosquitos Aedes. Sua circulação ficou restrita aos continentes africano e asiático por seis décadas, onde causou pequenos surtos com apresentações clínicas leves, semelhantes à dengue. Depois de migrar para o Pacífico e para as Américas, a infecção pelo vírus Zika tornou-se notável e causou grandes epidemias com manifestações clínicas florescentes, o que exigiu uma melhor compreensão das mudanças ocorridas durante o tempo. Objetivo: descrever a dinâmica de ocorrência do vírus Zika durante os anos de 1947 a 2018 e analisar sua prevalência na região metropolitana de Salvador/Bahia durante e até após dois anos da fase epidêmica. Métodos. Esta tese é dividida em três capítulos, o primeiro apresenta uma revisão de literatura com foco nas evidências de transmissão e dispersão do vírus Zika no período de 1947 a 2018; o segundo capítulo é uma análise da prevalência entre várias populações na região metropolitana de Salvador/Bahia/Brasil e uma análise retrospectiva em soros criopreservados de uma população infectada pelo HIV dentro desta região. O terceiro capítulo apresenta os resultados de uma nova sorologia para o vírus Zika de três subpopulações, vista no capítulo anterior, realizadas 1,5 a 2 anos após a epidemia. Resultados. Desde sua primeira identificação, em 1947, na região da floresta da Zika, em Uganda, o vírus migrou para o continente asiático, onde causou manifestações clínicas brandas semelhantes às da dengue. Sessenta anos depois, ao chegar às ilhas do Pacífico, o vírus Zika tornou-se mais agressivo e se espalhou rapidamente entre as populações locais, que atingiram altas taxas de prevalência, como o Mali (52%) e ilhas Yap (73%). Além disso, notou-se que o vírus Zika causava consequências clínicas devastadoras, provavelmente devido a mutações genéticas ocorridas entre 2000 e 2005. Em seguida, em 2013, o Zika chegou às Américas, incluindo a região metropolitana de Salvador, onde foi registrada uma prevalência de 63% entre a população examinada. Apesar de não existirem grandes fatores de risco para a contaminação pela doença, foi verificada uma maior prevalência entre as pessoas de estratos socioeconômicos inferiores. Dois anos após o pico da epidemia, os mesmos indivíduos foram reavaliados. Foi verificada queda significativa nos níveis de anticorpos, com até um terço desses indivíduos apresentando sorologia negativa, sem soroconversão. Conclusão: A expansão do vírus Zika teve duas fases. A primeira apresentou expansão lenta, sem agressividade clínica, e a segunda teve rápida expansão, com graves consequências clínicas, como a microcefalia, provavelmente resultado de mutações do vírus. Após o auge da epidemia algumas regiões, incluindo a região metropolitana de Salvador, atingiram alta prevalência na população e tiveram o ciclo de transmissão bloqueado. Os níveis de anticorpos 11 registrados nesta área diminuíram significativamente após dois anos e as consequências dessa redução ainda são desconhecidas.
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Objetivo: descrever a dinâmica de ocorrência do vírus Zika durante os anos de 1947 a 2018 e analisar sua prevalência na região metropolitana de Salvador/Bahia durante e até após dois anos da fase epidêmica. Métodos. Esta tese é dividida em três capítulos, o primeiro apresenta uma revisão de literatura com foco nas evidências de transmissão e dispersão do vírus Zika no período de 1947 a 2018; o segundo capítulo é uma análise da prevalência entre várias populações na região metropolitana de Salvador/Bahia/Brasil e uma análise retrospectiva em soros criopreservados de uma população infectada pelo HIV dentro desta região. O terceiro capítulo apresenta os resultados de uma nova sorologia para o vírus Zika de três subpopulações, vista no capítulo anterior, realizadas 1,5 a 2 anos após a epidemia. Resultados. 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