Repercussões da emergência do vírus Zika na saúde da população do Tocantins, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Meire da Silva Pereira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26068
Resumo: Introdução: A emergência da Zika no mundo ocidental representou um dos mais desafiadores problemas de saúde pública. No Brasil, entre 2015 e 2016, ocorreu uma epidemia desta arbovirose que assumiu grande proporção. Em 2016, foram registrados, neste país, 215.319 casos prováveis (incidência de 105,3 casos/100 mil habitantes) distribuídos em 2.306 municípios, e 130.701 (60,7%) foram confirmados. Este evento passou a ser ainda mais preocupante com o surgimento da epidemia de microcefalia/ manifestações neurológicas decorrentes da transmissão vertical do ZIKV. Este estudo teve como objetivo analisar as repercussões da infecção pelo ZIKV na saúde da população do estado do Tocantins. Métodos: Realizou-se um estudo transversal sobre a ocorrência de Zika em residentes no Tocantins, no período de 2015 e 2016. Foram incluídos todos os casos notificados e confirmados de Zika na população geral e em gestantes, casos de Síndrome de Guillain Barré e casos suspeitos e confirmados de Síndrome Congênita de Zika. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Registro de Eventos em Saúde Pública, Sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial do Laboratório Central, Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e Sistema de Informação sobre Mortalidade foram as fontes de dados. Sexo, faixa etária, município de residência, gestante foram as variáveis utilizadas. Os produtos da gestação foram categorizados como aborto, natimorto, recém-nascido ou criança com idade igual e superior a 28 dias de vida com microcefalia e/ou outra malformação. Os dados distribuídos segundo categorias das respectivas variáveis, foram analisadas a partir de suas frequências absolutas e/ou relativas (percentuais e/ou taxa de incidência/100.000 habitantes e/ou/1000 Nascidos Vivos (NV) e foram calculadas para Tocantins e Palmas, a sua capital. O número de casos prováveis de Zika na população total e gestantes foi representado em uma curva temporal, por semana epidemiológica. As taxas de incidência de Zika, por município de residência, foram representadas no mapa do estado do Tocantins. Calculou-se os percentuais e taxas de incidência de recém-nascidos cujas mães apresentaram Zika durante a gestação (casos confirmados). O processamento e a análise dos dados foram realizados nos softwares Microsoft ExcelR versão 2010 e OpenRecLink versão 3.0. Resultados: No Tocantins, foram notificados 4472 (295,2/100.000 hab.) e 6303 411,1/100.000 hab.) casos novos de Zika, respectivamente, de julho a dezembro de 2015 e em 2016. Destes, foram confirmados 1,3% (60) relativos a 2015 e 28,0% (1765) a 2016, sendo a incidência de casos confirmados de 4,0/100.000 e 115,1/100.000 habitantes, em cada ano. Entre as gestantes, naqueles mesmos 8 anos, a incidência de casos confirmados foi de 0,9/1000 e 7,5/1000 NV, respectivamente. Permaneceram inconclusivos 98,6% (em 2015) e 0,9% (em 2016). Nas semanas epidemiológicas 07 a 11 ocorreu o maior pico da doença. Em 2016, os municípios situados nas regiões norte, noroeste e também a central do Estado exibiram o maior risco de ocorrência de Zika. A incidência de casos notificados foi mais elevada no sexo feminino (205, 7/100.000hab) e na faixa etária de 20-39 anos (201,8/ 100.000hab). No Tocantins, 35 casos de infecção de Zika na gestação resultaram em desfechos negativos, dos quais três apresentaram microcefalia/alterações do SNC ou de outro sistema/órgão. Foi confirmado um caso de Síndrome de Guillain Barré. Observou-se incompletude nas fontes de dados. Conclusões: A despeito da necessidade de melhoria da vigilância da Zika, pode-se afirmar que a Zika atingiu intensamente a população do Tocantins e produziu desfechos negativos preocupantes na gestação, como a Síndrome Congênita de Zika.
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Métodos: Realizou-se um estudo transversal sobre a ocorrência de Zika em residentes no Tocantins, no período de 2015 e 2016. Foram incluídos todos os casos notificados e confirmados de Zika na população geral e em gestantes, casos de Síndrome de Guillain Barré e casos suspeitos e confirmados de Síndrome Congênita de Zika. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Registro de Eventos em Saúde Pública, Sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial do Laboratório Central, Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e Sistema de Informação sobre Mortalidade foram as fontes de dados. Sexo, faixa etária, município de residência, gestante foram as variáveis utilizadas. Os produtos da gestação foram categorizados como aborto, natimorto, recém-nascido ou criança com idade igual e superior a 28 dias de vida com microcefalia e/ou outra malformação. Os dados distribuídos segundo categorias das respectivas variáveis, foram analisadas a partir de suas frequências absolutas e/ou relativas (percentuais e/ou taxa de incidência/100.000 habitantes e/ou/1000 Nascidos Vivos (NV) e foram calculadas para Tocantins e Palmas, a sua capital. O número de casos prováveis de Zika na população total e gestantes foi representado em uma curva temporal, por semana epidemiológica. As taxas de incidência de Zika, por município de residência, foram representadas no mapa do estado do Tocantins. Calculou-se os percentuais e taxas de incidência de recém-nascidos cujas mães apresentaram Zika durante a gestação (casos confirmados). O processamento e a análise dos dados foram realizados nos softwares Microsoft ExcelR versão 2010 e OpenRecLink versão 3.0. Resultados: No Tocantins, foram notificados 4472 (295,2/100.000 hab.) e 6303 411,1/100.000 hab.) casos novos de Zika, respectivamente, de julho a dezembro de 2015 e em 2016. Destes, foram confirmados 1,3% (60) relativos a 2015 e 28,0% (1765) a 2016, sendo a incidência de casos confirmados de 4,0/100.000 e 115,1/100.000 habitantes, em cada ano. Entre as gestantes, naqueles mesmos 8 anos, a incidência de casos confirmados foi de 0,9/1000 e 7,5/1000 NV, respectivamente. Permaneceram inconclusivos 98,6% (em 2015) e 0,9% (em 2016). Nas semanas epidemiológicas 07 a 11 ocorreu o maior pico da doença. Em 2016, os municípios situados nas regiões norte, noroeste e também a central do Estado exibiram o maior risco de ocorrência de Zika. A incidência de casos notificados foi mais elevada no sexo feminino (205, 7/100.000hab) e na faixa etária de 20-39 anos (201,8/ 100.000hab). No Tocantins, 35 casos de infecção de Zika na gestação resultaram em desfechos negativos, dos quais três apresentaram microcefalia/alterações do SNC ou de outro sistema/órgão. Foi confirmado um caso de Síndrome de Guillain Barré. Observou-se incompletude nas fontes de dados. 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