Avaliação de genes de cura de lesão como biomarcadores da resposta ao tratamento com antimonial pentavelente na leishmaniose cutânea

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hora, Anadilton Santos da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30988
Resumo: Introdução: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecciosa parasitária causada por protozoários do gênero Leishmania e está entre as endemias com maior impacto em saúde pública, devido à sua distribuição globalizada e limitações referentes ao diagnóstico, tratamento e controle em áreas endêmicas. O antimonial pentavalente (Sbv) administrado por via intravenosa ou intramuscular tem sido a droga de primeira escolha para o tratamento da doença, com relatos crescentes do aumento na resistência a esse fármaco em diferentes sítios endêmicos. Nos últimos anos, tem sido mostrado que polimorfismos em genes associados com cura de lesão e reparo tecidual são fatores de risco para a LC causada por Leishmania braziliensis. Objetivo: Avaliar se polimorfismos em genes relacionados à cura de lesão e reparo tecidual, previamente associados ao desenvolvimento da LC, seriam também biomarcadores da resposta ao tratamento da doença. Métodos: Foi realizado um estudo caso controle para testar a associação de marcadores do tipo SNP (single nucleotide polymorphism) nos genes FLI1, COL1A1, CTGF, IL-22 e SMAD2 e cura ou falha terapêutica em pacientes provenientes da área endêmica de Corte de Pedra-BA. Os pacientes participantes foram alocados como refratários ao Sbv (casos) ou respondedores ao Sbv (controles). Após extração do DNA com proteinase K pelo método de salting-out, os SNPs foram genotipados pela técnica de qPCR em tempo real utilizando ensaios TaqMan (ThermoFisher) e analisados por regressão logística por meio do programa STATA™. Em adição, análises complementares entre os SNPs testados e parâmetros das fichas médicas como tratamento, área de enduração do teste Montenegro, tamanho e número das lesões foi realizado pelo programa GraphPad Prism5. Foram realizadas associações entre os parâmetros e a resposta ao tratamento na cohorte. Resultados: Não observamos associações entre os marcadores testados e cura ou falha terapêutica na LC no estudo genético de base populacional (p>0,05). Entretanto, observamos uma forte associação entre o gene COL1A1 (p=0,0009) e o parâmetro tratamento, com uma maioria de pacientes respondedores carreando genótipos contendo o alelo A (AA e AG), além de uma associação (p=0,0170) entre o genótipo CC do gene de FLI1 e o tamanho das lesões dos pacientes. Em adição, na comparação entre pacientes respondedores e refratários ao Sbv com diferentes parâmetros clínicos, observamos uma forte associação entre a área de enduração do teste cutâneo (IDRM) e o tratamento, sendo a área do teste significativamente maior nos pacientes respondedores ao antimonial pentavalente (p=0,0003). Conclusões: O gene de COL1A1 está ligado à resposta ao tratamento na LC por mecanismos que hipoteticamente envolvem a deposição de colágeno no local da lesão e que poderiam ajudar a conter os parasitas e/ou otimizar o processo cicatricial nos pacientes respondedores ao tratamento com Sbv; o polimorfismo do gene FLI1, previamente associado com LC mostrou ser um marcador de lesão aumentada nos carreadores do alelo C; Pacientes com maior área de enduração do Teste de Montenegro desenvolvem uma melhor resposta celular no início da doença, o que controla melhor o processo infeccioso e se reflete em uma melhor resposta terapêutica.
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Objetivo: Avaliar se polimorfismos em genes relacionados à cura de lesão e reparo tecidual, previamente associados ao desenvolvimento da LC, seriam também biomarcadores da resposta ao tratamento da doença. Métodos: Foi realizado um estudo caso controle para testar a associação de marcadores do tipo SNP (single nucleotide polymorphism) nos genes FLI1, COL1A1, CTGF, IL-22 e SMAD2 e cura ou falha terapêutica em pacientes provenientes da área endêmica de Corte de Pedra-BA. Os pacientes participantes foram alocados como refratários ao Sbv (casos) ou respondedores ao Sbv (controles). Após extração do DNA com proteinase K pelo método de salting-out, os SNPs foram genotipados pela técnica de qPCR em tempo real utilizando ensaios TaqMan (ThermoFisher) e analisados por regressão logística por meio do programa STATA™. Em adição, análises complementares entre os SNPs testados e parâmetros das fichas médicas como tratamento, área de enduração do teste Montenegro, tamanho e número das lesões foi realizado pelo programa GraphPad Prism5. Foram realizadas associações entre os parâmetros e a resposta ao tratamento na cohorte. Resultados: Não observamos associações entre os marcadores testados e cura ou falha terapêutica na LC no estudo genético de base populacional (p>0,05). Entretanto, observamos uma forte associação entre o gene COL1A1 (p=0,0009) e o parâmetro tratamento, com uma maioria de pacientes respondedores carreando genótipos contendo o alelo A (AA e AG), além de uma associação (p=0,0170) entre o genótipo CC do gene de FLI1 e o tamanho das lesões dos pacientes. 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Conclusões: O gene de COL1A1 está ligado à resposta ao tratamento na LC por mecanismos que hipoteticamente envolvem a deposição de colágeno no local da lesão e que poderiam ajudar a conter os parasitas e/ou otimizar o processo cicatricial nos pacientes respondedores ao tratamento com Sbv; o polimorfismo do gene FLI1, previamente associado com LC mostrou ser um marcador de lesão aumentada nos carreadores do alelo C; Pacientes com maior área de enduração do Teste de Montenegro desenvolvem uma melhor resposta celular no início da doença, o que controla melhor o processo infeccioso e se reflete em uma melhor resposta terapêutica.Submitted by Flávia Ferreira (flaviaccf@yahoo.com.br) on 2019-12-02T14:53:38Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Final - Anadilton Santos da Hora.pdf: 1321268 bytes, checksum: a6eb38fbcfac2b0bd58d1811360f2c10 (MD5)Made available in DSpace on 2019-12-02T14:53:38Z (GMT). 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