Que poder é esse? Um estudo da constituição e das relações de poder no ilê asé ogum omimkayê

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Silvia Maria Silva
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23881
Resumo: É indiscutível o poder que o povo-de-santo vem desempenhando na trajetória do desenvolvimento sócio-político na Bahia. Essa tradição de poder encontra-se salvaguardada, pela mãe-de-santo, no interior do Ilê Asé Ogum Omimkayê, terreiro de candomblé de nação ketu, situado em área urbana do nordeste brasileiro, no bairro de Fazenda Grande III – Cajazeiras, Salvador-BA, composto em sua maioria por mulheres e onde o homem possui papel secundário. Trata-se de um poder de herança das ancestrais Iyá-mi, que foi incorporado nas personalidades multifacetadas das Ialodê e Gueledé e que vem sendo preservado nas comunidades tradicionais religiosas, passando a habitar a esfera do sagrado. No Ilê Asé Ogum Omimkayê, este poder, singularmente representado pela mãe-de-santo, tem uma conotação política e designa, basicamente, a figura central do poder, mas no singular ele se estilhaça em fragmentos múltiplos e é equivalente a influências onde suas filhas e filhos-de-santo, durante o processo de iniciação, têm sua parcela. No candomblé, as relações de poder são decorrentes da estrutura religiosa do terreiro e circulam entre os membros, levando em consideração o tempo de senioridade na tradição, a posição hierárquica e a herança ancestral de cada membro dentro da religião. Nesta casa de axé, a articulação e empoderamento de homens e mulheres negras, pobres e idosas através de suas compreensões do campo religioso possibilitam empreender relações de poder que transbordam os muros do terreiro. Portanto, as tramas do poder no Ilê Asé Ogum Omimkayê, representado na pessoa da mãe-de-santo, longe de ser um poder “intramuros”, seu poder circula entre o mundo espiritual e social, dialogando com a comunidade que a cerca e retornando com legitimidade atribuída pelos seguidores religiosos, pela comunidade onde o terreiro se insere e, sobretudo, pelas dinâmicas de gênero, raça/etnia, classe e geração que a circunscreve nas relações sócio-políticas e religiosa dentro e fora do terreiro.
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spelling Barbosa, Silvia Maria SilvaBarbosa, Silvia Maria SilvaHita, Maria GabrielaDeifelt, WandaPacheco, Ana Cláudia LemosLima, Fabio BatistaSardenberg, Cecília Maria BacellarRabelo, MiriamAraujo, Rosangela Janja Costa2017-08-08T12:07:25Z2017-08-08T12:07:25Z2017-08-082015-12-03TESEhttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23881É indiscutível o poder que o povo-de-santo vem desempenhando na trajetória do desenvolvimento sócio-político na Bahia. Essa tradição de poder encontra-se salvaguardada, pela mãe-de-santo, no interior do Ilê Asé Ogum Omimkayê, terreiro de candomblé de nação ketu, situado em área urbana do nordeste brasileiro, no bairro de Fazenda Grande III – Cajazeiras, Salvador-BA, composto em sua maioria por mulheres e onde o homem possui papel secundário. Trata-se de um poder de herança das ancestrais Iyá-mi, que foi incorporado nas personalidades multifacetadas das Ialodê e Gueledé e que vem sendo preservado nas comunidades tradicionais religiosas, passando a habitar a esfera do sagrado. No Ilê Asé Ogum Omimkayê, este poder, singularmente representado pela mãe-de-santo, tem uma conotação política e designa, basicamente, a figura central do poder, mas no singular ele se estilhaça em fragmentos múltiplos e é equivalente a influências onde suas filhas e filhos-de-santo, durante o processo de iniciação, têm sua parcela. No candomblé, as relações de poder são decorrentes da estrutura religiosa do terreiro e circulam entre os membros, levando em consideração o tempo de senioridade na tradição, a posição hierárquica e a herança ancestral de cada membro dentro da religião. Nesta casa de axé, a articulação e empoderamento de homens e mulheres negras, pobres e idosas através de suas compreensões do campo religioso possibilitam empreender relações de poder que transbordam os muros do terreiro. Portanto, as tramas do poder no Ilê Asé Ogum Omimkayê, representado na pessoa da mãe-de-santo, longe de ser um poder “intramuros”, seu poder circula entre o mundo espiritual e social, dialogando com a comunidade que a cerca e retornando com legitimidade atribuída pelos seguidores religiosos, pela comunidade onde o terreiro se insere e, sobretudo, pelas dinâmicas de gênero, raça/etnia, classe e geração que a circunscreve nas relações sócio-políticas e religiosa dentro e fora do terreiro.There is no doubt the power that the people-of-saint has played in the trajectory of socio-political development in Bahia. This tradition power lies guarded, by the mother-of-saint, inside the Ilê Asé Ogum Omimkayê, Terreiro Candomblé of Ketu nation, located in an urban area in the brazilain northeast, in the neighborhood of Fazenda Grande III - Cajazeiras, Salvador-BA, composed mostly of women and where man has secondary role. This power is an inheritance from Iyá-mi ancestors, which was incorporated into the multifaceted personalities of Ialodê and Gueledé and that has been preserved in religious traditional communities, passing to inhabit the sacred sphere. In Ilê Asé Ogum Omimkayê, this power, singularly represented by the mother-of-saint, has a political connotation and refers basically to central figure of power, but in the singular it shatters into multiple fragments and is equivalent to influence that his daughters and sons-in-santo, during the process of initiation, have their share. In Candomblé, power relations are due to the religious structure of the terreiro and circulates among the members, taking into consideration the seniority of the tradition, the rank and the ancestral heritage of each member within the religion. In this axé house, articulation and empowerment of black, poor and elderly men and women through their understanding of the religious field enables then to undertake power relations overflowing the terreiro walls. Therefore, the power plots in Ile Asé Ogum Omimkayê, represented by the person of the mother-of-saint, far from being an inside power, runs between the spiritual and social world, in constant dialogue with the community that surrounds it and returning with legitimacy given by religious followers, the community where the religious community inserts and especially the dynamics of gender, race / ethnicity, class and generation that limited socio-political and religious relations in and out of the yard.Submitted by Rangel Sousa Jamile Kelly (jamile.kelly@ufba.br) on 2017-07-14T19:21:19Z No. of bitstreams: 1 TESE SILVIA BARBOSA.pdf: 3847355 bytes, checksum: 1fdd3adb79475b93287d3ef8c3310ac3 (MD5)Approved for entry into archive by Hozana Azevedo (hazevedo@ufba.br) on 2017-08-08T12:07:25Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE SILVIA BARBOSA.pdf: 3847355 bytes, checksum: 1fdd3adb79475b93287d3ef8c3310ac3 (MD5)Made available in DSpace on 2017-08-08T12:07:25Z (GMT). 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Um estudo da constituição e das relações de poder no ilê asé ogum omimkayêinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisFaculdade de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e FeminismoPPGNEIMbrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALTESE SILVIA BARBOSA.pdfTESE SILVIA BARBOSA.pdfapplication/pdf3847355https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/23881/1/TESE%20SILVIA%20BARBOSA.pdf1fdd3adb79475b93287d3ef8c3310ac3MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1383https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/23881/2/license.txt05eca2f01d0b3307819d0369dab18a34MD52TEXTTESE SILVIA BARBOSA.pdf.txtTESE SILVIA BARBOSA.pdf.txtExtracted texttext/plain656726https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/23881/3/TESE%20SILVIA%20BARBOSA.pdf.txt3c0a4bb5a2f65ec20527c00448085628MD53ri/238812022-07-05 14:03:34.719oai:repositorio.ufba.br:ri/23881VGVybW8gZGUgTGljZW7Dp2EsIG7Do28gZXhjbHVzaXZvLCBwYXJhIG8gZGVww7NzaXRvIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGQkEuCgogUGVsbyBwcm9jZXNzbyBkZSBzdWJtaXNzw6NvIGRlIGRvY3VtZW50b3MsIG8gYXV0b3Igb3Ugc2V1IHJlcHJlc2VudGFudGUgbGVnYWwsIGFvIGFjZWl0YXIgCmVzc2UgdGVybW8gZGUgbGljZW7Dp2EsIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgQmFoaWEgCm8gZGlyZWl0byBkZSBtYW50ZXIgdW1hIGPDs3BpYSBlbSBzZXUgcmVwb3NpdMOzcmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLiAKRXNzZXMgdGVybW9zLCBuw6NvIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnTDqm0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IvY29weXJpZ2h0LCBtYXMgZW50ZW5kZSBvIGRvY3VtZW50byAKY29tbyBwYXJ0ZSBkbyBhY2Vydm8gaW50ZWxlY3R1YWwgZGVzc2EgVW5pdmVyc2lkYWRlLgoKIFBhcmEgb3MgZG9jdW1lbnRvcyBwdWJsaWNhZG9zIGNvbSByZXBhc3NlIGRlIGRpcmVpdG9zIGRlIGRpc3RyaWJ1acOnw6NvLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2Vuw6dhIAplbnRlbmRlIHF1ZToKCiBNYW50ZW5kbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcmVwYXNzYWRvcyBhIHRlcmNlaXJvcywgZW0gY2FzbyBkZSBwdWJsaWNhw6fDtWVzLCBvIHJlcG9zaXTDs3Jpbwpwb2RlIHJlc3RyaW5naXIgbyBhY2Vzc28gYW8gdGV4dG8gaW50ZWdyYWwsIG1hcyBsaWJlcmEgYXMgaW5mb3JtYcOnw7VlcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50bwooTWV0YWRhZG9zIGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHXDp8OjbyBjaWVudMOtZmljYSBjb20gCmFzIHJlc3RyacOnw7VlcyBpbXBvc3RhcyBwZWxvcyBlZGl0b3JlcyBkZSBwZXJpw7NkaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2HDp8O1ZXMgc2VtIGluaWNpYXRpdmFzIHF1ZSBzZWd1ZW0gYSBwb2zDrXRpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVww7NzaXRvcyAKY29tcHVsc8OzcmlvcyBuZXNzZSByZXBvc2l0w7NyaW8gbWFudMOqbSBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgbWFzIG1hbnTDqm0gYWNlc3NvIGlycmVzdHJpdG8gCmFvIG1ldGFkYWRvcyBlIHRleHRvIGNvbXBsZXRvLiBBc3NpbSwgYSBhY2VpdGHDp8OjbyBkZXNzZSB0ZXJtbyBuw6NvIG5lY2Vzc2l0YSBkZSBjb25zZW50aW1lbnRvCiBwb3IgcGFydGUgZGUgYXV0b3Jlcy9kZXRlbnRvcmVzIGRvcyBkaXJlaXRvcywgcG9yIGVzdGFyZW0gZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgZGUgYWNlc3NvIGFiZXJ0by4KRepositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-07-05T17:03:34Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
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Barbosa, Silvia Maria Silva
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