Significações, rupturas e transições na experiência de adoecimento renal crônico de adultos jovens
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24070 |
Resumo: | A Doença Renal Crônica (DRC) é uma síndrome progressiva caracterizada pela presença de lesão no rim e perda irreversível e progressiva da função renal. Pacientes que fazem tratamentos hemodialíticos podem vivenciar mudanças intensas na sua rotina, associadas à diminuição de atividades físicas, perda de autonomia e mal estar emocional. O diagnóstico e o tratamento podem se constituir em rupturas para os sujeitos, demandando processos de ajustamento e adaptação. Diante desta realidade, o objetivo deste estudo consistiu em explorar como se configuram os processos de significação de adultos jovens acerca do adoecimento renal crônico e como essas significações estão imbricadas na utilização de recursos no processo de transição diante do adoecimento. O estudo teve como aporte teórico a Psicologia Cultural e fez uso de conceitos como significações, ambivalência, ruptura e recursos nos processos de transição. Participaram do estudo três pacientes com idade entre 21 e 31 anos, que tinham sido diagnosticados com DRC e realizavam tratamento hemodialítico há pelo menos seis meses. Como instrumentos de coleta de dados, foram utilizados: entrevistas narrativas, um questionário sócio-demográfico e diário de campo. Após o contato com os participantes e a assinatura do TCLE por parte dos mesmos, foram realizadas as entrevistas narrativa seguindo um temário a fim se alcançar os objetivos do estudo. Os dados foram analisados a partir dos pressupostos da Psicologia Cultural, enfatizando os conceitos de significações, ambivalências, rupturas e transições, selecionados em razão de sua importância para os objetivos propostos. Os participantes demonstraram possuir conhecimentos sobre a DRC e conhecer aspectos sobre prováveis causas do adoecimento, tratamento e prognóstico. A descoberta do diagnóstico esteve marcada pelo medo e incerteza quanto ao futuro, mas os processos de transição após a ruptura inicial do diagnóstico permitiram que estes passassem a conviver com a DRC, apesar dos percalços. A vivência da ruptura fez emergir significações ambivalentes, criando tensões como “Cuidar-se x correr riscos” e “transplantar x não-transplantar”. “Doença dolorosa”, “doença que puxa outras”, “morte iminente” e “pesadelo” foram algumas das significações produzidas pelos participantes a partir da experiência do adoecimento. Entre os recursos utilizados pelos participantes nos processos de transição, frente ao adoecimento, estavam as reflexões a partir de artefatos culturais como músicas, internet e livros; as instituições hospitalares e seus profissionais; a família e características próprias dos indivíduos como extroversão, tranquilidade e um senso de responsabilidade pessoal. A respeito do futuro imaginado dos participantes, a possibilidade de transplante foi o tema mais recorrente. Ressalta-se a importância de espaços para a expressão da voz dos doentes crônicos, de modo que a autonomia dos mesmos perante o corpo, a saúde e a vida sejam evidenciados e respeitados. |
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Lima, Agnaldo Júnior SantanaRistum, MarilenaBastos, Ana Cecília de Sousa BittencourtIriart, Mirela Figueiredo Santos2017-08-21T18:04:26Z2017-08-21T18:04:26Z2017-08-212017-04-19http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24070A Doença Renal Crônica (DRC) é uma síndrome progressiva caracterizada pela presença de lesão no rim e perda irreversível e progressiva da função renal. Pacientes que fazem tratamentos hemodialíticos podem vivenciar mudanças intensas na sua rotina, associadas à diminuição de atividades físicas, perda de autonomia e mal estar emocional. O diagnóstico e o tratamento podem se constituir em rupturas para os sujeitos, demandando processos de ajustamento e adaptação. Diante desta realidade, o objetivo deste estudo consistiu em explorar como se configuram os processos de significação de adultos jovens acerca do adoecimento renal crônico e como essas significações estão imbricadas na utilização de recursos no processo de transição diante do adoecimento. O estudo teve como aporte teórico a Psicologia Cultural e fez uso de conceitos como significações, ambivalência, ruptura e recursos nos processos de transição. Participaram do estudo três pacientes com idade entre 21 e 31 anos, que tinham sido diagnosticados com DRC e realizavam tratamento hemodialítico há pelo menos seis meses. Como instrumentos de coleta de dados, foram utilizados: entrevistas narrativas, um questionário sócio-demográfico e diário de campo. Após o contato com os participantes e a assinatura do TCLE por parte dos mesmos, foram realizadas as entrevistas narrativa seguindo um temário a fim se alcançar os objetivos do estudo. Os dados foram analisados a partir dos pressupostos da Psicologia Cultural, enfatizando os conceitos de significações, ambivalências, rupturas e transições, selecionados em razão de sua importância para os objetivos propostos. Os participantes demonstraram possuir conhecimentos sobre a DRC e conhecer aspectos sobre prováveis causas do adoecimento, tratamento e prognóstico. A descoberta do diagnóstico esteve marcada pelo medo e incerteza quanto ao futuro, mas os processos de transição após a ruptura inicial do diagnóstico permitiram que estes passassem a conviver com a DRC, apesar dos percalços. A vivência da ruptura fez emergir significações ambivalentes, criando tensões como “Cuidar-se x correr riscos” e “transplantar x não-transplantar”. “Doença dolorosa”, “doença que puxa outras”, “morte iminente” e “pesadelo” foram algumas das significações produzidas pelos participantes a partir da experiência do adoecimento. Entre os recursos utilizados pelos participantes nos processos de transição, frente ao adoecimento, estavam as reflexões a partir de artefatos culturais como músicas, internet e livros; as instituições hospitalares e seus profissionais; a família e características próprias dos indivíduos como extroversão, tranquilidade e um senso de responsabilidade pessoal. A respeito do futuro imaginado dos participantes, a possibilidade de transplante foi o tema mais recorrente. Ressalta-se a importância de espaços para a expressão da voz dos doentes crônicos, de modo que a autonomia dos mesmos perante o corpo, a saúde e a vida sejam evidenciados e respeitados.Chronic Kidney Disease (CKD) is a progressive syndrome characterized by the presence of kidney damage and irreversible and progressive loss of kidney function. Patients who undergo hemodialysis may experience intense changes in their routine, associated with decreased physical activity, loss of autonomy and emotional distress. The diagnosis and the treatment can constitute ruptures for the individuals, demanding processes of adjustment and adaptation. In view of this reality, the objective of this study was to explore how the processes of meanings of young adults about chronic kidney disease are configured and how these meanings are intertwined in the use of resources in the transition process in the face of illness. The study had as a theoretical contribution Cultural Psychology, and made use of concepts such as meanings, ambivalence, rupture, and resources in the transition processes. Three patients aged 21- 31 years, who had been diagnosed with CKD and undergoing hemodialysis for at least six months, participated in the study. Data collection instruments were used: narrative interviews, a socio-demographic questionnaire and field diary. After the contact with the participants and their signing of the informed consent, the narrative interview was conducted following an agenda in order to achieve the objectives of the study. The data were analyzed from the assumptions of Cultural Psychology, emphasizing the concepts of meanings, ambivalences, ruptures and transitions, selected because of their importance for the proposed objectives. Participants demonstrated knowledge about CKD and learned about aspects of probable causes of illness, treatment and prognosis. The discovery of the diagnosis was marked by fear and uncertainty about the future, but the transition processes after the initial rupture of the diagnosis allowed them to live with CKD, despite the mishaps. The experience of the rupture gave rise to ambivalent meanings, creating tensions like "Take care of myself x non-take care of myself" and "do the transplant x do-not-the-transplant". "Painful disease", "disease that pulls others", "imminent death" and "nightmare" were some of the meanings produced by participants from the experience of illness. Among the resources used by the participants in the transition processes towards illness were reflections from cultural artifacts such as music, the internet and books; Hospital institutions and their professionals; The family and individual characteristics of individuals as extroversion, tranquility and a sense of personal responsibility. Concerning the imagined future of the participants, the possibility of transplantation was the most recurring theme. The importance of spaces for the expression of the participants' voice is emphasized, so that their autonomy before the body, health and life are evidenced.Submitted by Agnaldo Lima (agnaldojrsl@hotmail.com) on 2017-05-19T17:16:26Z No. of bitstreams: 1 Dissertação versão final -Agnaldo Lima.pdf: 1060753 bytes, checksum: f95f507c62b4bd696439333f17c8cb90 (MD5)Approved for entry into archive by Hozana Azevedo (hazevedo@ufba.br) on 2017-08-21T18:04:26Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação versão final -Agnaldo Lima.pdf: 1060753 bytes, checksum: f95f507c62b4bd696439333f17c8cb90 (MD5)Made available in DSpace on 2017-08-21T18:04:26Z (GMT). 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