A dança como experiência de lazer: o caso dos grupos da cidade de Esplanada-Bahia

• Autor(a) principal: Dórea, Dayane Ramos
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
• Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32939
• topic: Dança;; Lazer;; Corpos dançantes.

A pesquisa em tela trata-se de um estudo de caso que objetiva analisar as experiências de lazer oriundas da dança, a partir das vivências dos corpos dançantes que compõem os grupos KDance e Safira Dance, de Esplanada-Bahia. O recorte territorial deu-se, prioritariamente, pelos vínculos de nascimento e domicílio, bem como a escolha dos grupos de dança pauta-se nas expressividade, longevidade e representatividade local. Os grupos de dança são compostos por crianças, jovens e adultos, de ambos os sexos e de diferentes classes sociais, sendo que o grupo KDance coopta os sujeitos do centro da cidade, enquanto que o grupo Safira Dance detém mais participantes do bairro Timbó, este mais afastado da região central. De abordagem qualitativa e natureza fenomenológica, foram utilizadas as técnicas de observação sistemática e entrevista semiestruturada como estratégias de coleta de dados e para a análise dos mesmos a análise do discurso.Dançar é envolvente, é um ato emancipador, logo revolucionário, pois cria uma linguagem própria para quem a pratica, promovendo consciência corporal e de mundo, onde os corpos dançantes exprimem desejos, vontades, renúncias,angústias e alegrias através dos desenhos corporais que cortam o ar. O universo pesquisado mostrou como podem ser estabelecidas as relações sociais e culturais, (re)construindo, assim, novas concepções de mundo, nas quais se possibilita a inserção, a apropriação, o compartilhamento, a identidade e os vínculos de pertencimento social dos indivíduos na comunidade da qual fazem parte. A investigação demonstrou que os caminhos percorridos pela dança enquanto experiência de lazer estabelecem encontros entre centro e zona periférica, oportunizando aos corpos dançantes inserirem-se socialmente, bem como conquistarem um espaço de visibilidade e respeitabilidade a cada dia de suas vidas,nutrindo também o sonho de seguir dançando (lutando) para conquistarem trabalho, sucesso, reconhecimento e ascensão social. Destarte, reconhecer a dança como experiência de lazer suscita não somente a busca de prazer, mas também a apreensão de conhecimentos, expressões e linguagens que perpassam os diferentes interesses culturais, ressignificando tabus, preconceitos e valores socioeducativos que, na perspectiva do lazer, contextualiza críticas sociais, imbuídas de uma oportunidade de diversão, com efeitos positivos no humor, no equilíbrio dos sentimentos, na autoestima, na sociabilidade, refletindo positivamente no rendimento cognitivo, pessoal e na imagem individual e coletiva.