Processo de trabalho da enfermeira em hospitais do sistema único de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Macedo, Karolline Santos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23696
Resumo: Dentre as causas de fragilização dos vínculos de trabalho e aumento da exploração da força de trabalho nos hospitais públicos está a mudança nos modelos de gestão. As enfermeiras, como trabalhadoras assalariadas, têm seu processo de trabalho intensamente atingido por essas mudanças e, portanto, a análise do processo de trabalho da enfermeira pode revelar as condições sociais da produção da saúde nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo deste estudo foi analisar as características do processo de trabalho das enfermeiras em hospitais da rede estadual do SUS na Bahia sob administração direta e sob administração indireta. Métodos: Estudo descritivo e exploratório, quantitativo, realizado nos hospitais da rede estadual de serviços de saúde da Bahia. Foram entrevistadas 256 enfermeiras no período de março a outubro de 2015. Os dados foram analisados com frequências uni e bivariadas e medidas de tendência central e desvio-padrão. Na análise bivariada empregou-se o teste Qui-quadrado de Pearson, Fisher ou Tendência Linear. Utilizou-se o coeficiente Kappa para avaliação da concordância entre atividades auto referidas e avaliadas. Adotou-se a significância estatística de 5%. Resultados: Na amostra, predominaram mulheres pardas e pretas, com idade média de 39 anos, qualificadas, qualificadas com remuneração entre 3 e 4 salários mínimos. Nos dois grupos observaram-se longas jornadas diárias de trabalho (86,7% ≥ 12 horas), alta proporção de duplo vínculo empregatício (58,6%), sobrecarga de pacientes (56,6%), falta de tempo para interação com o usuário (53,5%) e polivalência (54,3%). As atividades mais frequentemente realizadas foram a sistematização da assistência (64,1%) e os procedimentos técnicos (63,3%). Houve baixa concordância entre a atividade predominante auto-referida e atividade predominante avaliada (p=0,000), com predomínio de atividades assistenciais-administrativas (47,8%). As enfermeiras em hospitais sob administração direta comparadas às sob administração indireta eram mais velhas (p=0,000), mais experientes (p=0,000), cumpriam menores jornadas semanais de trabalho (p=0,000) e trabalhavam em turnos menos estressantes (p=0,015). Contudo tinham menos acesso a educação permanente (p=0,000), executavam mais atividades para as quais não eram qualificadas (0,024), participavam menos de reuniões (p=0,000) e de tomada de decisões (p=0,018), utilizavam menos protocolos operacionais (p=0,000), tinham menor disponibilidade e menor adequação de materiais e equipamentos (p=0,000), realizavam mais adaptações e improvisos (p=0,000) e dispunham de piores condições de trabalho para atender o perfil de gravidade do usuário (p=0,000). Conclusão: Constatou-se homogeneidade entre os grupos quanto às características dos objetos de trabalho e das atividades, com alta proporção de subdimensionamento de pessoal, polivalência, intensificação do trabalho e baixos salários, resultando em precarização do trabalho. Houve diferença entre os grupos quanto aos agentes, benéfica para o grupo sob administração direta, e quanto aos instrumentos, vantajosa para o grupo sob administração indireta. Os resultados clamam pelo aumento de salários, redução das jornadas diárias e semanais, aumento do número de trabalhadoras nos hospitais públicos do SUS e viabilização da sua qualificação.
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Foram entrevistadas 256 enfermeiras no período de março a outubro de 2015. Os dados foram analisados com frequências uni e bivariadas e medidas de tendência central e desvio-padrão. Na análise bivariada empregou-se o teste Qui-quadrado de Pearson, Fisher ou Tendência Linear. Utilizou-se o coeficiente Kappa para avaliação da concordância entre atividades auto referidas e avaliadas. Adotou-se a significância estatística de 5%. Resultados: Na amostra, predominaram mulheres pardas e pretas, com idade média de 39 anos, qualificadas, qualificadas com remuneração entre 3 e 4 salários mínimos. Nos dois grupos observaram-se longas jornadas diárias de trabalho (86,7% ≥ 12 horas), alta proporção de duplo vínculo empregatício (58,6%), sobrecarga de pacientes (56,6%), falta de tempo para interação com o usuário (53,5%) e polivalência (54,3%). As atividades mais frequentemente realizadas foram a sistematização da assistência (64,1%) e os procedimentos técnicos (63,3%). Houve baixa concordância entre a atividade predominante auto-referida e atividade predominante avaliada (p=0,000), com predomínio de atividades assistenciais-administrativas (47,8%). As enfermeiras em hospitais sob administração direta comparadas às sob administração indireta eram mais velhas (p=0,000), mais experientes (p=0,000), cumpriam menores jornadas semanais de trabalho (p=0,000) e trabalhavam em turnos menos estressantes (p=0,015). Contudo tinham menos acesso a educação permanente (p=0,000), executavam mais atividades para as quais não eram qualificadas (0,024), participavam menos de reuniões (p=0,000) e de tomada de decisões (p=0,018), utilizavam menos protocolos operacionais (p=0,000), tinham menor disponibilidade e menor adequação de materiais e equipamentos (p=0,000), realizavam mais adaptações e improvisos (p=0,000) e dispunham de piores condições de trabalho para atender o perfil de gravidade do usuário (p=0,000). Conclusão: Constatou-se homogeneidade entre os grupos quanto às características dos objetos de trabalho e das atividades, com alta proporção de subdimensionamento de pessoal, polivalência, intensificação do trabalho e baixos salários, resultando em precarização do trabalho. Houve diferença entre os grupos quanto aos agentes, benéfica para o grupo sob administração direta, e quanto aos instrumentos, vantajosa para o grupo sob administração indireta. Os resultados clamam pelo aumento de salários, redução das jornadas diárias e semanais, aumento do número de trabalhadoras nos hospitais públicos do SUS e viabilização da sua qualificação.Introduction: Among the causes of weakness in employment relationship and increase in the exploration of the workforce in public hospitals are the changes in the governance models. Nurses, as wage earners, have their labor process acutely affected by these changes and, therefore, the analysis of the labor process of nurses can reveal the social conditions of health production in hospitals of the National Health System (SUS). The objective of this study was to analyze the characteristics of the labor process of nurses in hospitals of the SUS state network in Bahia, under direct and indirect administration. Methods: A descriptive, explorative and quantitative study performed in hospitals of the health service state network in Bahia. There were 256 nurses interviewed during the period from March to October 2015. The data was analyzed with uni and bivariate frequencies and measures of central tendency and standard deviation. In the bivariate analysis the Pearson, Fisher Chi-square test or Linear Trend were used. The Kappa coefficient was used for evaluation of matches between selfreferred and evaluated activities. The statistical significance of 5% was adopted. Results: In the sample there was predominance for brown and black women, average age of 39 years, qualified, with remuneration between 3 and 4 minimum wages. In both groups long daily working hours (86.7% ≥ 12 hours), high proportion of dual employment relationships (58.6%),overburden of patients (56.6%), lack of time for interaction with the user (53.5%) and multitasking (54.3%). The most frequently performed activities were the systematization of care (64.1%) and technical procedures (63.3%). There was low accordance between the self-referred predominant activity and evaluated predominant activity (p=0.000), with predominance of care-administrative activities (47.8%). Nurses in hospitals with direct administration compared to those under indirect administration were older (p=0.000), more experienced (p=0.000), with less weekly working hours (p=0.000) and working in less stressful shifts (p=0.015). Nevertheless, they had less access to permanent education (p=0.000), carried out more activities for which they were not qualified (0.024), had less participation in meetings (p=0.000) and in decision making (p=0.018), used less operational protocols (p=0.000), had less availability and less adequate materials and equipment (p=0,000), performed more adaptations and improvisation (p=0.000) and had worse working conditions to attend to the severity profile of the user (p=0.000). Conclusion: The homogeneity among the groups was observed in relation to the characteristics of the working objects and activities, with a high proportion of sub-dimensioning of personnel, multi-skills, intensification of work and low wages, resulting in the precariousness of the work. There was a difference between the groups in relation to the agents, better for the group under direct administration and to the instruments, advantageous for the group under indirect administration. The results call for increase in wages, reduction in daily and weekly working hours, increase in the number of workers in public SUS hospitals and enabling their qualification.Submitted by Mendes Márcia (marciinhamendes@gmail.com) on 2017-07-11T13:10:41Z No. of bitstreams: 1 karolline_santos_macedo.pdf: 7916501 bytes, checksum: 88708676ccc6d48788f8d2fa90a72e2b (MD5)Approved for entry into archive by Delba Rosa (delba@ufba.br) on 2017-07-27T15:12:58Z (GMT) No. of bitstreams: 1 karolline_santos_macedo.pdf: 7916501 bytes, checksum: 88708676ccc6d48788f8d2fa90a72e2b (MD5)Made available in DSpace on 2017-07-27T15:12:58Z (GMT). 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