Utilização de Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) entre mulheres trabalhadoras do sexo no Brasil.
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33979 |
Resumo: | Introdução: O uso de profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP) é fundamental para as mulheres e especialmente para mulheres trabalhadoras do sexo (MTS) como um método de prevenção da transmissão do HIV. No entanto, as MTS ainda enfrentam barreiras ao acesso a PEP em muitos lugares, inclusive no Brasil. Nosso objetivo foi analisar os fatores associados ao uso de PEP entre MTS após agressão sexual no Brasil. Metodologia: Estudo transversal de 4.245 MTS recrutadas em 12 cidades brasileiras por amostra respondente (RDS) em 2016. As participantes foram entrevistadas e as associações de variáveis comportamentais, sociodemográficas, relacionadas aos serviços de saúde, apoio social e histórico de violência e discriminação com o uso da PEP após a agressão sexual foram analisadas. Para cada cidade, os indivíduos foram ponderados usando o estimador RDSII. Os dados combinados foram analisados pelo procedimento de amostra complexa do STATA 14, usando cada cidade como um estrato e cada grupo de mulheres recrutadas pela mesma TS como um cluster. Odds ratios e IC95% foram estimados por meio de regressão logística. Resultados: Das 4245 MTS 1174 relataram ter sido vítima de violência sexual alguma vez na vida (26,3%). A maioria delas apresentavam idade abaixo dos 30 anos e 19,6% não concluíram o ensino médio. 18% se autodeclararam pretas; com baixo nível socioeconômico e 8,2% afirmaram conhecer a PEP. Após a violência sexual, 7,5% afirmaram ter utilizado PEP, 18,7% procuraram um serviço de saúde, mas não tiveram acesso à PEP e 73,8% não procuraram assistência em saúde. Os fatores associados ao uso da PEP após a agressão sexual foram: conhecimento de PEP (OR: 3,71); participação em atividades educativas sobre HIV (OR: 1,53); revelar ser trabalhadora do sexo nos serviços de saúde (OR: 1,80) e o número de clientes por dia (1-9 versus 10 ou mais) (OR: 6,67). Conclusões: Apesar da política existente para vítimas de violência sexual no Brasil que inclui o serviço de PEP, o uso da tecnologia de prevenção após violência sexual foi extremamente baixo entre MTS, mesmo para aquelas que procuraram assistência de saúde, indicando iniquidade no acesso. Triagem, documentação e cuidados para vítimas de violência sexual, como aconselhamento e engajamento em cuidados adequados são essenciais para promover o acesso a serviços preventivos para HIV. Os serviços de saúde devem estar melhor qualificados para cuidar de vítimas de violência sexual. |
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