Liberalismo orgânico democrático: Nestor Duarte e sua política da média no "outro ocidente" brasileiro
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36187 |
Resumo: | A pesquisa destina-se a revisitar a linhagem do idealismo orgânico de Gildo Marçal Brandão, suscitando uma abordagem distinta em suas afinidades, com intuito de defender a existência de um viés liberal na corrente, que foi ignorado por Oliveira Vianna e não reivindicado por Brandão. Sugerimos que o núcleo centralizador do Império – os “reacionários audazes” de Vianna – que não era reacionário nem iliberal, em verdade, poderia ser chamado de liberal conservador, mais situado intelectualmente nos ideais da Europa pós-revolucionária, fosse na monarquia parlamentar britânica, fosse na monarquia de julho francesa. Essa elite imperial, voltada às questões contextuais do seu tempo histórico, atentou-se às soluções conciliatórias para a estabilidade política, embebidas em suas contradições. Isso exigiu que adaptassem as ideologias à realidade local, decorrendo um liberalismo e um conservadorismo difíceis. Esse liberal conservadorismo, foi eleito por Vianna como parte de uma tradição de idealismo orgânico que ele construiu e se autoconferiu, em contraponto ao idealismo utópico dos liberais. Brandão, embora tenha neutralizado essa dimensão ideológica de Vianna, não questionou a tradição reivindicada e adotou-a como referência para as “formas de pensar” da sua linhagem do idealismo orgânico. A proposta da pesquisa é defender um liberalismo orgânico como viés que decorre também da raiz liberal-conservadora e situa-se nessa tradição, paralelamente ao idealismo orgânico iliberal de Vianna. Sugerimos que, como parte da renovação intelectual e temporal da corrente, esse liberalismo orgânico passa pela defesa de uma representação elitista e chega em meados do século XX com uma versão pluralista representada no pensamento de Nestor Duarte. Revisitamos, portanto, essas perspectivas intelectuais paralelas, demonstrando que, de compreensões orgânicas sobre a realidade e experiência cultural brasileiras, decorreu propostas políticas distintas para o país. Falamos em soluções poliárquicas, guardiânicas e quase guardiânicas, com referência na teoria democrática de Robert Dahl. São distintas orientações quanto ao “outro Ocidente”, seja de absorção da ibéria plena, no iberismo de Vianna, seja na síntese desta com o democrático-plural de Duarte. |
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2022-10-24T17:23:17Z2022-10-24T17:23:17Z2022-07-15https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36187A pesquisa destina-se a revisitar a linhagem do idealismo orgânico de Gildo Marçal Brandão, suscitando uma abordagem distinta em suas afinidades, com intuito de defender a existência de um viés liberal na corrente, que foi ignorado por Oliveira Vianna e não reivindicado por Brandão. Sugerimos que o núcleo centralizador do Império – os “reacionários audazes” de Vianna – que não era reacionário nem iliberal, em verdade, poderia ser chamado de liberal conservador, mais situado intelectualmente nos ideais da Europa pós-revolucionária, fosse na monarquia parlamentar britânica, fosse na monarquia de julho francesa. Essa elite imperial, voltada às questões contextuais do seu tempo histórico, atentou-se às soluções conciliatórias para a estabilidade política, embebidas em suas contradições. Isso exigiu que adaptassem as ideologias à realidade local, decorrendo um liberalismo e um conservadorismo difíceis. Esse liberal conservadorismo, foi eleito por Vianna como parte de uma tradição de idealismo orgânico que ele construiu e se autoconferiu, em contraponto ao idealismo utópico dos liberais. Brandão, embora tenha neutralizado essa dimensão ideológica de Vianna, não questionou a tradição reivindicada e adotou-a como referência para as “formas de pensar” da sua linhagem do idealismo orgânico. A proposta da pesquisa é defender um liberalismo orgânico como viés que decorre também da raiz liberal-conservadora e situa-se nessa tradição, paralelamente ao idealismo orgânico iliberal de Vianna. Sugerimos que, como parte da renovação intelectual e temporal da corrente, esse liberalismo orgânico passa pela defesa de uma representação elitista e chega em meados do século XX com uma versão pluralista representada no pensamento de Nestor Duarte. Revisitamos, portanto, essas perspectivas intelectuais paralelas, demonstrando que, de compreensões orgânicas sobre a realidade e experiência cultural brasileiras, decorreu propostas políticas distintas para o país. Falamos em soluções poliárquicas, guardiânicas e quase guardiânicas, com referência na teoria democrática de Robert Dahl. São distintas orientações quanto ao “outro Ocidente”, seja de absorção da ibéria plena, no iberismo de Vianna, seja na síntese desta com o democrático-plural de Duarte.The research aims to revisit the organic idealism lineage of Gildo Marçal Brandão, raising a different approach in its affinities, in order to defend the existence of a liberal bias in the line of thought, which was ignored by Oliveira Vianna and not claimed by Brandão. We suggest that the centralizing core of the Empire – Vianna’s “audacious reactionaries” – who was neither reactionary nor illiberal, in fact, could be called conservative liberal, more intellectually situated in the ideals of post-revolutionary Europe, whether in the British parliamentary monarchy or in the French July monarchy. This imperial elite, focused on the contextual issues of its historical time, paid attention to conciliatory solutions for political stability, embedded in its contradictions. This required them to adapt ideologies to local reality, resulting in a difficult liberalism and conservatism. This liberal conservatism was chosen by Vianna as part of a tradition of organic idealism that he built and conferred on himself, in contrast to the utopian idealism of liberals. Brandão, although he neutralized this ideological dimension of Vianna, did not question the claimed tradition and adopted it as a reference for the “ways of thinking” of his lineage of organic idealism. The research proposal is to defend an organic liberalism as a bias that also stems from the liberal-conservative root and is situated in this tradition, parallel to Vianna's illiberal organic idealism. We suggest that as part of the intellectual and temporal renewal of the line of thought, this organic liberalism goes through the defense of an elitist representation and arrives in the mid-twentieth century with a pluralist version represented in the thought of Nestor Duarte. We revisit, therefore, these parallel intellectual perspectives, demonstrating that, from organic understandings of Brazilian reality and cultural experience, different policy proposals were made for the country. We talk about polyarchy, guardianship and quasi-guardianship solutions, with reference to the democratic theory of Robert Dahl. There are different orientations regarding the “other West”, whether the absorption of full Iberia, in Vianna's Iberism, or in its synthesis with the democratic-pluralism of Duarte.Submitted by Emanuelle Torres (emanuellemt@gmail.com) on 2022-10-18T00:26:51Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Emanuelle Torres.pdf: 1269305 bytes, checksum: 75d27f133bc724c89e35b1effc53f503 (MD5)Approved for entry into archive by Isaac Viana da Cunha Araújo (isaac.cunha@ufba.br) on 2022-10-24T17:23:17Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação Emanuelle Torres.pdf: 1269305 bytes, checksum: 75d27f133bc724c89e35b1effc53f503 (MD5)Made available in DSpace on 2022-10-24T17:23:17Z (GMT). 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