O conflito da intersubjetividade na obra o ser e o nada

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borges, Luciene Braga Ramos
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39479
Resumo: Sartre aborda sobre a intersubjetividade, na obra O Ser e o Nada (2014 [1943]), levando em consideração a perspectiva de que o homem, descrito por ele como realidade humana, se relaciona com outros homens de maneira conflituosa no que se refere ao modo mais fundamental. Optamos, seguindo o próprio Sartre, por usar na Dissertação o termo “realidade humana”, a maioria das vezes que nos referimos ao homem.1 Outras vezes, dependendo do contexto, podemos utilizar o termo sujeito, subjetividade, para-si (ontologicamente), consciência, mas cada um dos termos será colocado no momento oportuno e totalmente relacionado ao contexto explicitado no tópico ou capítulo em que estará sendo abordado. Dito isso, ao que parece, a maneira conflituosa sobre a qual falávamos acima, resultante do encontro entre realidades humanas, se concentra na forma como encontramos, de modo mais fundamental, o outro, como constitutivo do nosso ser-no-mundo e no fato de que esta constituição se reflete no mundo concreto das nossas ações. Isto implicaria, em todo caso, no encontro entre liberdades, em constante processo de transcendência das suas situações originárias. A radicalidade da liberdade estaria no cerne do conflito. A pergunta sobre como cada realidade humana existe no mundo, na presença do outro e como Sartre explica esta constante tensão, que se segue ao encontro, deve nos acompanhar como fio condutor em todo o processo de construção desta Dissertação. Já que buscamos entender se esta tensão nas relações humanas, para Sartre, significa isolamento e desumanização. Levamos em consideração, primeiro, que, Sartre fala, sobretudo, do homem como ser-no-mundo, consciência entendida como liberdade; segundo, do encontro com o outro como contingente; terceiro, das ações humanas como livres e, consequentemente, como responsáveis, portanto, éticas; e, quarto, que é alicerçado na característica mais própria de superação, ou seja, de transcendência destas contingências, que se pode esperar a realização de um humanismo, conforme Sartre defende no Existencialismo é um humanismo (2010 [1946]), sua conferência mais famosa. Nas considerações finais, dialogaremos com Franklin Leopoldo e Silva apresentando sua análise do humanismo sartreano, descrito por ele como humanismo difícil.
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Dito isso, ao que parece, a maneira conflituosa sobre a qual falávamos acima, resultante do encontro entre realidades humanas, se concentra na forma como encontramos, de modo mais fundamental, o outro, como constitutivo do nosso ser-no-mundo e no fato de que esta constituição se reflete no mundo concreto das nossas ações. Isto implicaria, em todo caso, no encontro entre liberdades, em constante processo de transcendência das suas situações originárias. A radicalidade da liberdade estaria no cerne do conflito. A pergunta sobre como cada realidade humana existe no mundo, na presença do outro e como Sartre explica esta constante tensão, que se segue ao encontro, deve nos acompanhar como fio condutor em todo o processo de construção desta Dissertação. Já que buscamos entender se esta tensão nas relações humanas, para Sartre, significa isolamento e desumanização. Levamos em consideração, primeiro, que, Sartre fala, sobretudo, do homem como ser-no-mundo, consciência entendida como liberdade; segundo, do encontro com o outro como contingente; terceiro, das ações humanas como livres e, consequentemente, como responsáveis, portanto, éticas; e, quarto, que é alicerçado na característica mais própria de superação, ou seja, de transcendência destas contingências, que se pode esperar a realização de um humanismo, conforme Sartre defende no Existencialismo é um humanismo (2010 [1946]), sua conferência mais famosa. Nas considerações finais, dialogaremos com Franklin Leopoldo e Silva apresentando sua análise do humanismo sartreano, descrito por ele como humanismo difícil.Sartre approaches intersubjectivity, in his work Being and Nothingness (2014 [1943]), taking into consideration the perspective that man, described by him as human reality, relates to other men in a fundamentally conflictive way. We opt, following Sartre himself, to use in the Dissertation the term “human reality” in most of the times that we refer to man.2 Other times, depending on the context, we use the terms subject, subjectivity, being-for-itself (ontologically) or conscience, but each of the terms will be placed in due time and fully related to the context mentioned in the topic or chapter in which it will be approached. That said, as it appears, the conflictive way we talked about above, a result of the encounter between human realities, concentrates in the manner we encounter, fundamentally, the other, as constitutive of our being-in-the-world, and in the fact that this constitution reflects itself on the concrete world of our actions. This would imply, in any case, in the encounter between freedoms, in a constant process of transcendence of their original situations. The radicality of freedom would be in the core of the conflict. The question about how each human reality exists in the world, in the presence of the other, and how Sartre explains this constant tension, that follows the encounter, must accompany us as a guiding thread in the process of writing this Dissertation, since we strive to understand if this tension, in human relations, for Sartre, means isolation and dehumanization. We consider, first, that, Sartre addresses, above all, man as being-in-the-world, conscience understood as freedom; second, the encounter with the other as contingent; third, human actions as free and, consequently, as responsible, therefore ethical; and, fourth, that it is based on overcoming, that is, of transcendence of these contingencies, that it can be expected the accomplishment of humanism, as Sartre defends in Existencialism is a Humanism (2010 [1946]), his most famous lecture. In the final considerations, we will have a dialog with Franklin Leopoldo e Silva, presenting his analysis of the sartrean humanism, described by him as hard humanism.porUniversidade Federal da BahiaPrograma de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF) UFBABrasilFaculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)ConscienceHumanismIntersubjectivityFreedomOtherCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAConsciênciaHumanismoIntersubjetividadeLiberdadeOutroO conflito da intersubjetividade na obra o ser e o nadaMestrado Acadêmicoinfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionRodrigues, Malcom Guimarãeshttp://lattes.cnpq.br/8316619833936970Rodrigues, Malcom Guimarãeshttp://lattes.cnpq.br/8316619833936970Santos, Vinícius doshttp://lattes.cnpq.br/1422927411438060Souza, Thana Mara dehttp://lattes.cnpq.br/1586702620708183http://lattes.cnpq.br/0035354183279064Borges, Luciene Braga Ramosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALO_conflito_da_intersubjetividade_na_obra_O_ser_e_o_nada_-_verso__repositrio_uf.pdfO_conflito_da_intersubjetividade_na_obra_O_ser_e_o_nada_-_verso__repositrio_uf.pdfO CONFLITO DA INTERSUBJETIVIDADE NA OBRA O SER E O NADAapplication/pdf1263015https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39479/1/O_conflito_da_intersubjetividade_na_obra_O_ser_e_o_nada_-_verso__repositrio_uf.pdfea7ebd360fff9666edb496c7f3059096MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1720https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39479/2/license.txtd9b7566281c22d808dbf8f29ff0425c8MD52open accessri/394792024-07-03 12:32:53.642open accessoai:repositorio.ufba.br:ri/39479TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtbykgbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlL291IGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBlL291IHbDrWRlby4KCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIGUvb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHDp8OjbywgcG9kZW5kbyBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLiAKCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTywgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPLCBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIChzKSBzZXUocykgbm9tZSAocykgb3UgbyAocykgbm9tZSAocykgZG8gKHMpIGRldGVudG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIGFsw6ltIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322024-07-03T15:32:53Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
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