Cena e sentimento: um estudo sobre estratégias de produção de efeitos emocionais no cinema
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/5540 |
Resumo: | Esta dissertação analisa estratégias de produção de efeitos emocionais no cinema narrativo de ficção e, em especial os modos de relação entre a expressão das emoções do personagem e a convocação pelo texto fílmico da disposição emocional do espectador. O estudo se baseia nos pressupostos da perspectiva teórico-metodológica Poética do Cinema, adotada pelo Laboratório de Análise Fílmica do Programa de Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Esta perspectiva compreende o filme como uma obra expressiva cuja composição visa à realização de efeitos em um apreciador. Nesse contexto, a apreciação é entendida como uma experiência que envolve a subjetividade humana nas suas dimensões cognitiva, sensorial e emocional. Ao longo da história no cinema, a dimensão afetiva da apreciação foi desvalorizada por movimentos artísticos e estudiosos. No entanto, a partir dos anos 90, vários autores cognitivistas começaram a se dedicar ao estudo sistematizado do tópico cinema e emoções. Algumas de suas contribuições são examinadas ao longo deste trabalho. O documento apresenta resumos de modelos teóricos elaborados por Noël Carrol, Ed Tan, Torben Grodal, Greg Smith, Murray Smith e Carl Plantinga. Além disso, são estudadas abordagens cognitivistas sobre o modo como a música induz respostas afetivas e sobre as relações entre emoções e determinados gêneros ou categorias narrativas. A investigação teórica resultou em diretrizes para um exercício de análise centrado na compreensão do modo como os filmes prevêem reações afetivas de um apreciador. Estas diretrizes ressaltam fatores como os tipos de emoção evocados pelo filme, os modos de construção da disposição em relação ao personagem e os pontos de contato entre a dimensão emocional da apreciação e os efeitos cognitivos (a retórica do filme) e entre esta mesma dimensão e os efeitos sensoriais produzidos pela manipulação de recursos estilísticos. As orientações foram empregadas na análise de duas obras: Dançando no Escuro (Dancer in the Dark, 2000), de Lars von Trier, e A Liberdade é Azul (Bleu, 1993), de Krzysztof Kieslowski. A atividade interpretativa permitiu confirmar a rentabilidade de algumas formulações cognitivistas, como os conceitos de alinhamento de Murray Smith ou a noção de uma retórica das emoções proposta por Plantinga. Ao mesmo tempo, também expôs fragilidades da abordagem, como o fato de que os autores concentram excessivamente seus estudos em filmes enquadrados em categorias como cinema clássico hollywoodiano ou cinema mainstream. Por outro lado, as análises ajudaram a demonstrar na prática o funcionamento de procedimentos que refletem diferentes perspectivas a cerca do potencial criativo e dos limites éticos do cinema em seu ofício de manejar emoções. |
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Ao longo da história no cinema, a dimensão afetiva da apreciação foi desvalorizada por movimentos artísticos e estudiosos. No entanto, a partir dos anos 90, vários autores cognitivistas começaram a se dedicar ao estudo sistematizado do tópico cinema e emoções. Algumas de suas contribuições são examinadas ao longo deste trabalho. O documento apresenta resumos de modelos teóricos elaborados por Noël Carrol, Ed Tan, Torben Grodal, Greg Smith, Murray Smith e Carl Plantinga. Além disso, são estudadas abordagens cognitivistas sobre o modo como a música induz respostas afetivas e sobre as relações entre emoções e determinados gêneros ou categorias narrativas. A investigação teórica resultou em diretrizes para um exercício de análise centrado na compreensão do modo como os filmes prevêem reações afetivas de um apreciador. Estas diretrizes ressaltam fatores como os tipos de emoção evocados pelo filme, os modos de construção da disposição em relação ao personagem e os pontos de contato entre a dimensão emocional da apreciação e os efeitos cognitivos (a retórica do filme) e entre esta mesma dimensão e os efeitos sensoriais produzidos pela manipulação de recursos estilísticos. As orientações foram empregadas na análise de duas obras: Dançando no Escuro (Dancer in the Dark, 2000), de Lars von Trier, e A Liberdade é Azul (Bleu, 1993), de Krzysztof Kieslowski. A atividade interpretativa permitiu confirmar a rentabilidade de algumas formulações cognitivistas, como os conceitos de alinhamento de Murray Smith ou a noção de uma retórica das emoções proposta por Plantinga. Ao mesmo tempo, também expôs fragilidades da abordagem, como o fato de que os autores concentram excessivamente seus estudos em filmes enquadrados em categorias como cinema clássico hollywoodiano ou cinema mainstream. 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