Aldeando sentidos: os Xucuru-Kariri e o serviço de proteção aos índios no agreste alagoano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva Júnior, Aldemir Barros da
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/10888
Resumo: Esta dissertação constitui um estudo sobre o processo de aldeamento indígena na região Nordeste através de Postos Indígenas, quando a política indigenista esteve sob a incumbência do Serviço de Proteção aos Índios. Neste caso, o aldeamento dos Xucuru-Kariri na Fazenda Canto, com a instalação do Posto Irineu dos Santos. Será utilizada documentação do órgão indigenista e arquivo oral – depoimentos dos índios – procurando uma perspectiva indígena do processo em questão. A história dos índios do Nordeste foi marcada pelo silêncio oficial: tem-se um vácuo institucional delimitado pela extinção da Direção Geral dos Índios, na década de 1870, e a criação do Serviço de Proteção aos Índios, em 1910. Durante este silêncio alguns indígenas elaboraram estratégias de sobrevivência, entre elas, a da invisibilidade. Nos primeiros anos do século XX houve uma mudança tática nesta estratégia: os grupos iniciaram um movimento em direção ao Estado, buscando reconhecimento oficial e restituição territorial. O processo de aldeamento está montado em alianças e negociações que oscilam quanto à posição política de uma aparente posição pró-índio para uma real postura anti-índio. A condição de índio afirmada pelos Xucuru-Kariri, sob a proteção do Posto Indígena deve ser entendida no contexto do confronto Índio/Estado, resultado do exercício das relações que fundam as ações indigenistas no local: o campo de ação indigenista. A presença desses campos no Nordeste, ao mesmo tempo em que, entre outros aspectos, resulta de um movimento de emergência étnica, abre espaço político para os índios continuarem seus movimentos reivindicatórios. Desta forma, a busca pelo aldeamento é um processo, uma construção.
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Durante este silêncio alguns indígenas elaboraram estratégias de sobrevivência, entre elas, a da invisibilidade. Nos primeiros anos do século XX houve uma mudança tática nesta estratégia: os grupos iniciaram um movimento em direção ao Estado, buscando reconhecimento oficial e restituição territorial. O processo de aldeamento está montado em alianças e negociações que oscilam quanto à posição política de uma aparente posição pró-índio para uma real postura anti-índio. A condição de índio afirmada pelos Xucuru-Kariri, sob a proteção do Posto Indígena deve ser entendida no contexto do confronto Índio/Estado, resultado do exercício das relações que fundam as ações indigenistas no local: o campo de ação indigenista. A presença desses campos no Nordeste, ao mesmo tempo em que, entre outros aspectos, resulta de um movimento de emergência étnica, abre espaço político para os índios continuarem seus movimentos reivindicatórios. 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