Por uma interpretação fenomenológica de um urbano interior
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39903 |
Resumo: | A escrita desta tese foi inspirada em existências, narrativas vividas e escuta atenta, as quais são conectadas ao meu ser-e-estar-no-mundo. Neste sentido, busquei histórias de vida inerentes a realidade geográfica. As experiências, histórias e movimentos vividos foram interpretados a partir das relações interpessoais dos (das) habitantes das cidades de Cravolândia, Jaguaquara e Santa Inês, localizadas no Vale do Jiquiriçá – Bahia. As trocas intersubjetivas construídas no contexto das relações produziram questionamentos: é possível traçar reflexões que permitam alcançar o urbano interior, através da emoção, da imaginação e da admiração? É possível delinear este urbano a partir de geograficidades performáticas? Como conduzir a investigação para a identificação de performances geográficas? Como viver, sentir e captar, reflexivamente, esse urbano? Como as ações corporais ocorridas no cotidiano expressam uma leitura fenomenológica da vida urbana? A metodologia aplicada para alcançar estas respostas, esteve relacionada às pesquisas bibliográficas, à análise de dados quantitativos, as entrevistas semiestruturadas e narrativas, conversas informais e observação das ações em campo, após escutar, viver, sentir e narrar histórias, a partir da espacialidade do meu corpo. Utilizando a narrativa memorialística como metodologia, buscou-se reconstruir lembranças, proporcionar outros sentidos a elas e, dessa forma, aguçar a escuta, sentir os relatos e entrecruzar a realidade e o discurso. Investiguei o urbano interior a partir de perspectivas fenomenológicas, orientadas, pelos estudos de Dardel, Heidegger, Merleau Ponty e Bachelard, dentre outros (as) autores (as). Associado a este processo, conectei a geograficidade, entendida aqui e expressada por Dardel, como uma categoria ontológica pautada na existência do ser -, à performance como uma possibilidade de manifestação de geograficidades. Um caminho que une a Geografia à Arte. As trilhas do vivido evidenciaram corpos em ação ocupando e produzindo o espaço urbano, por meio de uma apropriação integrada às suas próprias vivências, anseios e objetivos que em conjunto desvelam performances geográficas em coletividade. Estes contextos transbordam a ludicidade, a poesia e a luta social, uma vez que os corpos em ação podem vivenciar e sentir de forma orgânica. Ali a arte imprime um caminho para um fazer geográfico aberto às sensações, aspirações e experiências permitindo a imaginação de curvas, ciclos e estradas entrecruzadas. |
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2024-08-16T12:17:18Z2024-08-142024-08-16T12:17:18Z2024-06-05SOUZA, Flávia Silva de. Por uma interpretação fenomenológica de um urbano interior. 2024. 290 f. Tese (Doutorado em Geografia) Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Ba, 2024.https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39903A escrita desta tese foi inspirada em existências, narrativas vividas e escuta atenta, as quais são conectadas ao meu ser-e-estar-no-mundo. Neste sentido, busquei histórias de vida inerentes a realidade geográfica. As experiências, histórias e movimentos vividos foram interpretados a partir das relações interpessoais dos (das) habitantes das cidades de Cravolândia, Jaguaquara e Santa Inês, localizadas no Vale do Jiquiriçá – Bahia. As trocas intersubjetivas construídas no contexto das relações produziram questionamentos: é possível traçar reflexões que permitam alcançar o urbano interior, através da emoção, da imaginação e da admiração? É possível delinear este urbano a partir de geograficidades performáticas? Como conduzir a investigação para a identificação de performances geográficas? Como viver, sentir e captar, reflexivamente, esse urbano? Como as ações corporais ocorridas no cotidiano expressam uma leitura fenomenológica da vida urbana? A metodologia aplicada para alcançar estas respostas, esteve relacionada às pesquisas bibliográficas, à análise de dados quantitativos, as entrevistas semiestruturadas e narrativas, conversas informais e observação das ações em campo, após escutar, viver, sentir e narrar histórias, a partir da espacialidade do meu corpo. Utilizando a narrativa memorialística como metodologia, buscou-se reconstruir lembranças, proporcionar outros sentidos a elas e, dessa forma, aguçar a escuta, sentir os relatos e entrecruzar a realidade e o discurso. Investiguei o urbano interior a partir de perspectivas fenomenológicas, orientadas, pelos estudos de Dardel, Heidegger, Merleau Ponty e Bachelard, dentre outros (as) autores (as). Associado a este processo, conectei a geograficidade, entendida aqui e expressada por Dardel, como uma categoria ontológica pautada na existência do ser -, à performance como uma possibilidade de manifestação de geograficidades. Um caminho que une a Geografia à Arte. As trilhas do vivido evidenciaram corpos em ação ocupando e produzindo o espaço urbano, por meio de uma apropriação integrada às suas próprias vivências, anseios e objetivos que em conjunto desvelam performances geográficas em coletividade. Estes contextos transbordam a ludicidade, a poesia e a luta social, uma vez que os corpos em ação podem vivenciar e sentir de forma orgânica. Ali a arte imprime um caminho para um fazer geográfico aberto às sensações, aspirações e experiências permitindo a imaginação de curvas, ciclos e estradas entrecruzadas.L’écriture de cette thèse s’est inspirée des existences, des récits vécus et de l’écoute attentive, qui sont liés à mon être-et-être-au-monde. En ce sens, j'ai recherché des récits de vie inhérents à la réalité géographique. Les expériences, histoires et mouvements vécus ont été interprétés depuis des relations interpersonnelles des habitants des villes de Cravolândia, Jaguaquara et Santa Inês, situées dans la vallée de Jiquiriçá – Bahia. Les échanges intersubjectifs construits dans le contexte des relations ont produit des questions: est-il possible d'esquisser des réflexions qui permettent d'accéder à l'intérieur urbain, à travers l'émotion, l'imaginaire et l'admiration? Est-il possible de délimiter cet espace urbain depuis de géographies performatives? Comment mener des recherches pour identifier les performances géographiques? Comment vivre, ressentir et capturer de manière réflexive cet environnement urbain? Comment les actions corporelles de la vie quotidienne expriment-elles une lecture phénoménologique de la vie urbaine? La méthodologie appliquée pour obtenir ces réponses était liée à la recherche bibliographique, à l'analyse de données quantitatives, à des entretiens semi-structurés et narratifs, à des conversations informelles et à l'observation d'actions sur le terrain, après avoir écouté, vécu, ressenti et raconté des histoires, basées sur la spatialité de mon corps. En utilisant le récit mémorialiste comme méthodologie, nous avons cherché à reconstruire les souvenirs, à leur donner d’autres significations et, ainsi, à aiguiser l’écoute, a ressentir les histoires et à entrelacer réalité et discours. J'ai étudié l'intérieur urbain d'un point de vue phénoménologique, guidé par les études de Dardel, Heidegger, Merleau Ponty et Bachelard, entre autres auteurs. Associée à cette démarche, j'ai relié la géographie, comprise ici et exprimée par Dardel, comme catégorie ontologique fondée sur l'existence de l'être -, à la performance comme possibilité de manifestation des géographies. Un chemin qui unit la Géographie à l’Art. Les parcours d'expérience ont mis en lumière des corps en action, occupant et produisant l'espace urbain, à travers une appropriation intégrée de leurs propres expériences, désirs et objectifs qui, ensemble, révèlent des performances géographiques collectives. Ces contextes débordent de jeu, de poésie et de lutte sociale, puisque les corps en action peuvent expérimenter et ressentir de manière organique. Là, l'art trace le chemin d'une pratique géographique ouverte aux sensations, aspirations et expériences, permettant d'imaginer des courbes, des cycles et des routes qui se croisent.La redacción de esta tesis se inspiró en existencias, narrativas vividas y escucha atenta, que están conectadas con mi ser-y-estar-en-el-mundo. En este sentido, busqué historias de vida inherentes a la realidad geográfica. Las experiencias, historias y movimientos vividos fueron interpretados a partir de las relaciones interpersonales de los habitantes de las ciudades de Cravolândia, Jaguaquara y Santa Inês, ubicadas en el Valle de Jiquiriçá – Bahía. Los intercambios intersubjetivos construidos en el contexto de las relaciones produjeron preguntas: ¿es posible perfilar reflexiones que permitan acceder al interior urbano, a través de la emoción, la imaginación y la admiración? ¿Es posible delimitar esta área urbana a partir de geografías performativas? ¿Cómo realizar investigaciones para identificar desempeños geográficos? ¿Cómo vivir, sentir y capturar reflexivamente este entorno urbano? ¿Cómo las acciones corporales que ocurren en la vida cotidiana expresan una lectura fenomenológica de la vida urbana? La metodología aplicada para lograr estas respuestas estuvo relacionada con la investigación bibliográfica, análisis de datos cuantitativos, entrevistas semiestructuradas y narrativas, conversaciones informales y observación de acciones en el campo, luego de escuchar, vivir, sentir y narrar historias, a partir de la espacialidad de mi cuerpo. Utilizando la narrativa memorialista como metodología, buscamos reconstruir memorias, dotarlas de otros significados y, de esta manera, agudizar la escucha, sentir los relatos y entrelazar realidad y discurso. Investigué el interior urbano desde perspectivas fenomenológicas, guiado por los estudios de Dardel, Heidegger, Merleau Ponty y Bachelard, entre otros autores. Asociado a este proceso, conecté la geografía, aquí entendida y expresada por Dardel, como categoría ontológica basada en la existencia del ser -, con la performance como posibilidad de manifestación de las geografías. Un camino que une la Geografía con el Arte. Los senderos de experiencia resaltaron cuerpos en acción, ocupando y produciendo espacio urbano, a través de una apropiación integrada de sus propias experiencias, deseos y objetivos que en conjunto revelan desempeños geográficos colectivos. Estos contextos rebosan alegría, poesía y lucha social, ya que los cuerpos en acción pueden experimentar y sentir de manera orgánica. Allí, el arte imprime un caminho para una práctica geográfica abierta a sensaciones, aspiraciones y experiencias, permitiendo la imaginación de curvas, ciclos y caminos que se cruzan.porUniversidade Federal da BahiaPrograma de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO) UFBABrasilInstituto de GeociênciasGeographicityIntimacyExperienceGeographic performancesUrban interiorCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIAGeograficidadeIntimidadeExperiênciaPerformances geográficasUrbano interiorPor uma interpretação fenomenológica de um urbano interiorFor a phenomenological interpretation of an urban interiorDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionSerpa, Angelo Szaniecki Perrethttps://orcid.org/0000-0003-4071-6276http://lattes.cnpq.br/3802687148526312Serpa, Angelo Szaniecki Perrethttps://orcid.org/0000-0003-4071-6276http://lattes.cnpq.br/3802687148526312Marandola Júnior , Eduardo Joséhttps://orcid.org/0000-0001-7209-7735http://lattes.cnpq.br/3962303942126121Brito, Marcelo SousaDias, Patrícia Chamehttps://orcid.org/0009-0003-7945-045Xhttp://lattes.cnpq.br/8660796342877999Dias, Juliana Maddalena Trifiliohttps://orcid.org/0000-0002-8941-903Xhttp://lattes.cnpq.br/7794215208644937http://lattes.cnpq.br/7575765957612611Souza, Flávia Silva deALMEIDA, Luciene Santos de. 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Flavia Silva de Souza 2024.1.pdfTese de Doutoradoapplication/pdf9462661https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39903/1/TESE.%20Por%20uma%20interpreta%c3%a7%c3%a3o%20fenomenol%c3%b3gica%20de%20um%20urbano%20interior.%20Flavia%20Silva%20de%20Souza%20%202024.1.pdf57a01112fd61894f2767b47d9bf44900MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1720https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/39903/2/license.txtd9b7566281c22d808dbf8f29ff0425c8MD52open accessri/399032024-08-16 09:17:19.369open accessoai:repositorio.ufba.br:ri/39903TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtbykgbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlL291IGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBlL291IHbDrWRlby4KCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIGUvb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmHDp8OjbywgcG9kZW5kbyBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLiAKCk8gYXV0b3Igb3UgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSBjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTywgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPLCBDT01PIFRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIChzKSBzZXUocykgbm9tZSAocykgb3UgbyAocykgbm9tZSAocykgZG8gKHMpIGRldGVudG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIGFsw6ltIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322024-08-16T12:17:19Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
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A escrita desta tese foi inspirada em existências, narrativas vividas e escuta atenta, as quais são conectadas ao meu ser-e-estar-no-mundo. Neste sentido, busquei histórias de vida inerentes a realidade geográfica. As experiências, histórias e movimentos vividos foram interpretados a partir das relações interpessoais dos (das) habitantes das cidades de Cravolândia, Jaguaquara e Santa Inês, localizadas no Vale do Jiquiriçá – Bahia. As trocas intersubjetivas construídas no contexto das relações produziram questionamentos: é possível traçar reflexões que permitam alcançar o urbano interior, através da emoção, da imaginação e da admiração? É possível delinear este urbano a partir de geograficidades performáticas? Como conduzir a investigação para a identificação de performances geográficas? Como viver, sentir e captar, reflexivamente, esse urbano? Como as ações corporais ocorridas no cotidiano expressam uma leitura fenomenológica da vida urbana? A metodologia aplicada para alcançar estas respostas, esteve relacionada às pesquisas bibliográficas, à análise de dados quantitativos, as entrevistas semiestruturadas e narrativas, conversas informais e observação das ações em campo, após escutar, viver, sentir e narrar histórias, a partir da espacialidade do meu corpo. Utilizando a narrativa memorialística como metodologia, buscou-se reconstruir lembranças, proporcionar outros sentidos a elas e, dessa forma, aguçar a escuta, sentir os relatos e entrecruzar a realidade e o discurso. Investiguei o urbano interior a partir de perspectivas fenomenológicas, orientadas, pelos estudos de Dardel, Heidegger, Merleau Ponty e Bachelard, dentre outros (as) autores (as). Associado a este processo, conectei a geograficidade, entendida aqui e expressada por Dardel, como uma categoria ontológica pautada na existência do ser -, à performance como uma possibilidade de manifestação de geograficidades. Um caminho que une a Geografia à Arte. As trilhas do vivido evidenciaram corpos em ação ocupando e produzindo o espaço urbano, por meio de uma apropriação integrada às suas próprias vivências, anseios e objetivos que em conjunto desvelam performances geográficas em coletividade. Estes contextos transbordam a ludicidade, a poesia e a luta social, uma vez que os corpos em ação podem vivenciar e sentir de forma orgânica. Ali a arte imprime um caminho para um fazer geográfico aberto às sensações, aspirações e experiências permitindo a imaginação de curvas, ciclos e estradas entrecruzadas. |
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