Genes, informação e semiose: do conhecimento de referência ao ensino de Biologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Vanessa Carvalho dos
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/15813
Resumo: Na era pós-genômica, co-existe uma diversidade de conceitos e modelos de gene. Frente à demanda de se assimilar a complexidade e a diversidade da arquitetura genética, as quais dificultam as individuações moleculares de gene, tem se argumentado a favor do abandono da busca por um conceito unificado de gene para adotarmos um pluralismo científico e uma visão instrumentalista dos mesmos. Em suma, podemos inferir que a necessidade de acomodar os novos resultados empíricos à idéia do gene como unidade força os programas de pesquisa a enfatizarem diferentes características em situações variadas ou para distintos propósitos. Opiniões como estas foram emitidas por muitos cientistas e filósofos da biologia, para os quais é desnecessária a adoção de um conceito de gene único e abrangente, que inclua toda a diversidade de significados e funções epistêmicas conectada a esse termo e que, contanto que os contextos de aplicação sejam bem definidos, esta diversidade será frutífera em termos explicativos e heurísticos. O status quo na genética e na biologia molecular torna patente a subordinação dos padrões de expressão genética ao complexo e dinâmico aparato regulatório celular. Nesta conjuntura, a depender dos propósitos de um domínio de investigação, é necessário prescindir não apenas da concepção de gene como unidade de estrutura, função e informação, mas ainda das propriedades de permanência entre gerações e de estabilidade tradicionalmente atribuídas a ele. Decerto que estas duas últimas propriedades são salvaguardadas quando conferidas ao DNA. Todavia, há muito se sabe que esta molécula não é um agente autônomo que encerra em si mesmo a decisão de quando e onde se expressar e duplicar, muito menos é a sua estabilidade um atributo inabalável. Assim, não há nada de contra-intuitivo em atentar que ser estável e permanente não é algo peculiar do DNA em si mesmo, que estas são características inapropriadamente imputáveis a ele, se não como propriedades relacionais. Se esta ressalva for estendível ao geral das propriedades biológicas significantes atribuídas convencionalmente aos ácidos nucléicos (DNA ou RNA), torna-se premente a necessidade de se ressaltar a relevância de suas interações dinâmicas com a miríade de processadores enzimáticos que convergem sobre eles, subordinados ao contexto sistêmico em que estão imersos. A semiótica do lógico pragmatista Charles Sanders Peirce constitui uma ferramenta analítica heuristicamente poderosa para acomodar os desafios atuais aos conceitos de gene e de informação na biologia. No modelo semiótico que empregamos, as maquinarias de transcrição (e.g., RNA polimerase), de tradução (e.g., o ribossomo), da emenda alternativa (e.g., o spliceossomo) e, na sinalização celular, um receptor de membrana que reconhece um dado sinal extracelular são considerados como sistemas interpretativos subordinados ao intérprete global, a célula. Cremos que, dentro desta perspectiva, podemos refutar de maneira contundente as visões genocêntricas que atribuem aos genes um papel privilegiado na hereditariedade e no desenvolvimento com base na suposição de que os mesmos, e apenas eles, carregariam informação – mais precisamente, em sua seqüência de bases. Nossos resultados sugerem que há, nos livros didáticos de ensino médio, um equivalente à chamada ‘semiotização espontânea’ da biologia, que se encontra, porém, intrinsecamente associada à controversa concepção seqüencial da informação biológica. Será interessante averiguar, em trabalhos futuros, se a transposição do modelo alternativo semiótico que aqui aplicamos para compreensão dos sistemas genéticos de informação pode ser conduzida em termos de uma ‘semiotização estimulada’ no ensino médio, dentro das possibilidades de transposição didática da própria semiótica.
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Opiniões como estas foram emitidas por muitos cientistas e filósofos da biologia, para os quais é desnecessária a adoção de um conceito de gene único e abrangente, que inclua toda a diversidade de significados e funções epistêmicas conectada a esse termo e que, contanto que os contextos de aplicação sejam bem definidos, esta diversidade será frutífera em termos explicativos e heurísticos. O status quo na genética e na biologia molecular torna patente a subordinação dos padrões de expressão genética ao complexo e dinâmico aparato regulatório celular. Nesta conjuntura, a depender dos propósitos de um domínio de investigação, é necessário prescindir não apenas da concepção de gene como unidade de estrutura, função e informação, mas ainda das propriedades de permanência entre gerações e de estabilidade tradicionalmente atribuídas a ele. Decerto que estas duas últimas propriedades são salvaguardadas quando conferidas ao DNA. Todavia, há muito se sabe que esta molécula não é um agente autônomo que encerra em si mesmo a decisão de quando e onde se expressar e duplicar, muito menos é a sua estabilidade um atributo inabalável. Assim, não há nada de contra-intuitivo em atentar que ser estável e permanente não é algo peculiar do DNA em si mesmo, que estas são características inapropriadamente imputáveis a ele, se não como propriedades relacionais. Se esta ressalva for estendível ao geral das propriedades biológicas significantes atribuídas convencionalmente aos ácidos nucléicos (DNA ou RNA), torna-se premente a necessidade de se ressaltar a relevância de suas interações dinâmicas com a miríade de processadores enzimáticos que convergem sobre eles, subordinados ao contexto sistêmico em que estão imersos. A semiótica do lógico pragmatista Charles Sanders Peirce constitui uma ferramenta analítica heuristicamente poderosa para acomodar os desafios atuais aos conceitos de gene e de informação na biologia. No modelo semiótico que empregamos, as maquinarias de transcrição (e.g., RNA polimerase), de tradução (e.g., o ribossomo), da emenda alternativa (e.g., o spliceossomo) e, na sinalização celular, um receptor de membrana que reconhece um dado sinal extracelular são considerados como sistemas interpretativos subordinados ao intérprete global, a célula. Cremos que, dentro desta perspectiva, podemos refutar de maneira contundente as visões genocêntricas que atribuem aos genes um papel privilegiado na hereditariedade e no desenvolvimento com base na suposição de que os mesmos, e apenas eles, carregariam informação – mais precisamente, em sua seqüência de bases. Nossos resultados sugerem que há, nos livros didáticos de ensino médio, um equivalente à chamada ‘semiotização espontânea’ da biologia, que se encontra, porém, intrinsecamente associada à controversa concepção seqüencial da informação biológica. Será interessante averiguar, em trabalhos futuros, se a transposição do modelo alternativo semiótico que aqui aplicamos para compreensão dos sistemas genéticos de informação pode ser conduzida em termos de uma ‘semiotização estimulada’ no ensino médio, dentro das possibilidades de transposição didática da própria semiótica.Submitted by Edileide Reis (leyde-landy@hotmail.com) on 2014-09-08T12:54:40Z No. of bitstreams: 1 Vanessa Carvalho dos Santos.pdf: 5806370 bytes, checksum: 837d72bc433797835d85d4c468bdfd27 (MD5)Approved for entry into archive by Fatima Cleômenis Botelho Maria (botelho@ufba.br) on 2014-09-08T15:40:52Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Vanessa Carvalho dos Santos.pdf: 5806370 bytes, checksum: 837d72bc433797835d85d4c468bdfd27 (MD5)Made available in DSpace on 2014-09-08T15:40:53Z (GMT). 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