Fatores individuais, da habitação e da atenção à saúde relacionados à incidência e desfechos de tratamento da hanseníase Salvador – Ba.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37765 |
Resumo: | Introdução: Apesar do grande progresso em direção à eliminação global, a hanseníase continua sendo um desafio para a saúde pública em países de baixa e média renda. Evidências atuais sugerem que, nesses países, os contatos domiciliares de pacientes com hanseníase estão sob alto risco de desenvolver hanseníase. O tratamento oportuno é crucial para interrupção da transmissão, mas fatores de vulnerabilidade socioeconômica e de atenção à saúde podem influenciar a adesão e conclusão do tratamento da hanseníase, dificultado ainda mais o alcance dos objetivos de eliminação da hanseníase. Além disso, pesquisas apontam que componentes da inadequação habitacional se associam à maior carga da hanseníase. Contudo, não existem evidencias da associação entre um programa social de habitação e hanseníase; o que justifica aprofundamento do tema. Objetivo geral: Estudar os fatores de risco para incidência e adesão ao tratamento da hanseníase, e o efeito de um programa social de habitação para pessoas de baixa renda na sua detecção. Objetivos específicos: i) Estimar as taxas de detecção de novos casos de hanseníase entre contatos domiciliares de pacientes previamente diagnosticados com hanseníase e investigar seus fatores associados; ii) Investigar a associação entre as características sociodemográficas, geográficas e clínicas, e a chance do paciente de completar o tratamento em unidades de saúde da atenção primária e especializada; iii) Estimar as chances de detecção da hanseníase entre indivíduos que se tornaram beneficiários do MCMV em comparação com suas contrapartes que não se beneficiaram do programa MCMV. Métodos: A tese foi apresentada em 3 artigos segundo cada objetivo específico. Para execução do primeiro objetivo acompanhamos contatos domiciliares de pacientes com hanseníase (2007-2014), usando dados do baseline da Coorte de 100 Milhões de Brasileiros vinculadas ao Sistema de Informação para Doenças Notificáveis (SINAN). A incidência de hanseníase foi estimada como a taxa de detecção de casos novos (TDCN) de hanseníase por 100.000 contatos domiciliares em risco (pessoas/ano em risco - par). Foram utilizadas regressões logísticas multiníveis de efeitos mistos, com efeitos aleatórios específicos do estado e da família; no segundo objetivo, avaliamos todos os novos casos de hanseníase registrados SINAN no Brasil (2006-2017), vinculados aos dados da unidade de saúde de diagnóstico do paciente com informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). As análises bivariada e multivariada foram realizadas por meio de modelos de regressão logística. Todas as análises foram estratificadas de acordo com o nível de atenção à saúde, como atenção primária e unidades especializadas e hospitalares; e no terceiro objetivo, conduzimos um estudo de caso-controle aninhado à Coorte de 100 Milhões de Brasileiros (2010-2015). Os casos foram selecionados entre os indivíduos dessa coorte que foram detectados como um novo caso de hanseníase. Os controles foram selecionados aleatoriamente com base em uma amostragem dos conjuntos de risco e de acordo com variáveis de correspondência (2:1). Usamos regressão logística condicional para estimar a associação. Resultados referentes ao primeiro objetivo: Entre 42.725 contatos domiciliares de 17.876 casos primários, a TDCN foi 636,3/100.000 par no total e 521,9/100.000 par nos contatos <15 anos. Contatos domiciliares de casos multibacilares tinham maior chance de se tornarem casos subsequentes (ORadj 1,48; IC 95% 1,17-1,88), e as chances aumentaram entre contatos com idade ≥50 anos (ORadj 3,11; IC 95% 2,03-4,76). A detecção da hanseníase foi negativamente associada ao nível de educação pré-escolar/analfabeto (ORadj 0,59; IC 95% 0,38-0,92). Para as crianças, as chances aumentaram entre os homens (ORadj 1,70; IC 95% 1,20-2,42). Resultados referentes ao segundo objetivo: Entre 218.646 novos casos de hanseníase diagnosticados no Brasil entre 2006-2017, 196.562 (89,9%) completaram o regime de PQT. Para os tratados na atenção primária à saúde, as menores chances de conclusão do tratamento foram associadas a idades entre 15-29 anos (ORadj 0,57; IC 95% 0,52-0,61), negros (ORadj 0,86; IC 95% 0,81-0,91), raça/etnia indígena/asiática (ORadj 0,85; IC 95% 0,74-0,97) e educação de escola primária ou inferior (ORadj 0,81; IC 95% 0,78-0,87). A hanseníase multibacilar com ≤10 lesões (ORadj 0,92; IC 95% 0,88-0,96) e deficiências físicas grau 1 ou 2 (ORadj 0,91; IC 95% 0,88-0,95 e ORadj 0,86; IC 95% 0,81-0,93, respectivamente) reduziram as chances de conclusão do tratamento. Residir em áreas urbanas (ORadj 1,12; IC 95% 1,08-1,17) e nas regiões Sudeste/Sul (ORadj 1,17; IC 95% 1,10-1,24) ou Centro-Oeste (ORadj 1,13; IC 95% 1,07-1,19) aumentaram as chances de conclusão do tratamento. Na região Nordeste, as chances de conclusão do tratamento foram reduzidas (ORadj 0,86; IC 95% 0,82-0,90). Tanto a assistência especializada quanto a hospitalar apresentaram estimativas pontuais semelhantes. Resultados referentes ao terceiro objetivo: A população do estudo de coorte (2010-2015) incluiu 25.259.564 indivíduos, dos quais 621.068 (2,5%) eram beneficiários do MCMV. Nesse período, foram diagnosticados 9.036 novos pacientes com hanseníase e foi estimada uma TDCN em 11,70/100.000 par (IC95% 11,46-11,94). A TDCN foi maior entre os beneficiários do MCMV (13,27/100.000 par; IC95% 11,41-15,43) em comparação com os não beneficiários (11,59/100.000 par; IC95% 11,35-11,84). As chances de se tornar um caso de hanseníase foram 26% maiores entre os indivíduos expostos ao recebimento do MCMV (OR 1,25, IC95% 1.01 a 1.53, p <0.038) em comparação aos não expostos ao programa MCMV. Conclusões: Os resultados deste estudo destacam a necessidade urgente de intervenções em saúde pública, como a triagem de contatos, que visem especificamente essa população exclusivamente vulnerável. Além disso, foi possível observar que as ações de controle da hanseníase ainda não são realizadas de maneira uniforme em todo o Brasil. Portanto, é necessária uma abordagem integrada a partir de ações de diagnóstico precoce, monitoramento, avaliação das deficiências e fortalecimento do manejo da hanseníase na atenção básica, para o controle da hanseníase de acordo com as Estratégias Globais da Hanseníase. Por fim, os nossos resultados evidenciaram maior chance de detecção de hanseníase entre pessoas beneficiárias de habitação social, o que demonstra que o tempo de exposição à nova habitação pode não ter sido suficiente ainda para superar os problemas sociais e de saúde enfrentados por estas famílias pobres e extremamente pobres. Ressalta-se que políticas sociais como o MCMV devem ser aprimoradas e estendidas ao maior número possível de famílias carentes, pois o desenvolvimento social é uma prioridade fundamental para reduzir a incidência e a carga da hanseníase entre as pessoas de baixa renda. Pesquisas futuras devem estudar o efeito do programa social de habitação MCMV sobre a hanseníase e explorar se os resultados deste trabalho se manterão por um período mais longo. |
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2023-09-05T09:09:41Z2023-09-05T09:09:41Z2021-03-22https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37765Introdução: Apesar do grande progresso em direção à eliminação global, a hanseníase continua sendo um desafio para a saúde pública em países de baixa e média renda. Evidências atuais sugerem que, nesses países, os contatos domiciliares de pacientes com hanseníase estão sob alto risco de desenvolver hanseníase. O tratamento oportuno é crucial para interrupção da transmissão, mas fatores de vulnerabilidade socioeconômica e de atenção à saúde podem influenciar a adesão e conclusão do tratamento da hanseníase, dificultado ainda mais o alcance dos objetivos de eliminação da hanseníase. Além disso, pesquisas apontam que componentes da inadequação habitacional se associam à maior carga da hanseníase. Contudo, não existem evidencias da associação entre um programa social de habitação e hanseníase; o que justifica aprofundamento do tema. Objetivo geral: Estudar os fatores de risco para incidência e adesão ao tratamento da hanseníase, e o efeito de um programa social de habitação para pessoas de baixa renda na sua detecção. Objetivos específicos: i) Estimar as taxas de detecção de novos casos de hanseníase entre contatos domiciliares de pacientes previamente diagnosticados com hanseníase e investigar seus fatores associados; ii) Investigar a associação entre as características sociodemográficas, geográficas e clínicas, e a chance do paciente de completar o tratamento em unidades de saúde da atenção primária e especializada; iii) Estimar as chances de detecção da hanseníase entre indivíduos que se tornaram beneficiários do MCMV em comparação com suas contrapartes que não se beneficiaram do programa MCMV. Métodos: A tese foi apresentada em 3 artigos segundo cada objetivo específico. Para execução do primeiro objetivo acompanhamos contatos domiciliares de pacientes com hanseníase (2007-2014), usando dados do baseline da Coorte de 100 Milhões de Brasileiros vinculadas ao Sistema de Informação para Doenças Notificáveis (SINAN). A incidência de hanseníase foi estimada como a taxa de detecção de casos novos (TDCN) de hanseníase por 100.000 contatos domiciliares em risco (pessoas/ano em risco - par). Foram utilizadas regressões logísticas multiníveis de efeitos mistos, com efeitos aleatórios específicos do estado e da família; no segundo objetivo, avaliamos todos os novos casos de hanseníase registrados SINAN no Brasil (2006-2017), vinculados aos dados da unidade de saúde de diagnóstico do paciente com informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). As análises bivariada e multivariada foram realizadas por meio de modelos de regressão logística. Todas as análises foram estratificadas de acordo com o nível de atenção à saúde, como atenção primária e unidades especializadas e hospitalares; e no terceiro objetivo, conduzimos um estudo de caso-controle aninhado à Coorte de 100 Milhões de Brasileiros (2010-2015). Os casos foram selecionados entre os indivíduos dessa coorte que foram detectados como um novo caso de hanseníase. Os controles foram selecionados aleatoriamente com base em uma amostragem dos conjuntos de risco e de acordo com variáveis de correspondência (2:1). Usamos regressão logística condicional para estimar a associação. Resultados referentes ao primeiro objetivo: Entre 42.725 contatos domiciliares de 17.876 casos primários, a TDCN foi 636,3/100.000 par no total e 521,9/100.000 par nos contatos <15 anos. Contatos domiciliares de casos multibacilares tinham maior chance de se tornarem casos subsequentes (ORadj 1,48; IC 95% 1,17-1,88), e as chances aumentaram entre contatos com idade ≥50 anos (ORadj 3,11; IC 95% 2,03-4,76). A detecção da hanseníase foi negativamente associada ao nível de educação pré-escolar/analfabeto (ORadj 0,59; IC 95% 0,38-0,92). Para as crianças, as chances aumentaram entre os homens (ORadj 1,70; IC 95% 1,20-2,42). Resultados referentes ao segundo objetivo: Entre 218.646 novos casos de hanseníase diagnosticados no Brasil entre 2006-2017, 196.562 (89,9%) completaram o regime de PQT. Para os tratados na atenção primária à saúde, as menores chances de conclusão do tratamento foram associadas a idades entre 15-29 anos (ORadj 0,57; IC 95% 0,52-0,61), negros (ORadj 0,86; IC 95% 0,81-0,91), raça/etnia indígena/asiática (ORadj 0,85; IC 95% 0,74-0,97) e educação de escola primária ou inferior (ORadj 0,81; IC 95% 0,78-0,87). A hanseníase multibacilar com ≤10 lesões (ORadj 0,92; IC 95% 0,88-0,96) e deficiências físicas grau 1 ou 2 (ORadj 0,91; IC 95% 0,88-0,95 e ORadj 0,86; IC 95% 0,81-0,93, respectivamente) reduziram as chances de conclusão do tratamento. Residir em áreas urbanas (ORadj 1,12; IC 95% 1,08-1,17) e nas regiões Sudeste/Sul (ORadj 1,17; IC 95% 1,10-1,24) ou Centro-Oeste (ORadj 1,13; IC 95% 1,07-1,19) aumentaram as chances de conclusão do tratamento. Na região Nordeste, as chances de conclusão do tratamento foram reduzidas (ORadj 0,86; IC 95% 0,82-0,90). Tanto a assistência especializada quanto a hospitalar apresentaram estimativas pontuais semelhantes. Resultados referentes ao terceiro objetivo: A população do estudo de coorte (2010-2015) incluiu 25.259.564 indivíduos, dos quais 621.068 (2,5%) eram beneficiários do MCMV. Nesse período, foram diagnosticados 9.036 novos pacientes com hanseníase e foi estimada uma TDCN em 11,70/100.000 par (IC95% 11,46-11,94). A TDCN foi maior entre os beneficiários do MCMV (13,27/100.000 par; IC95% 11,41-15,43) em comparação com os não beneficiários (11,59/100.000 par; IC95% 11,35-11,84). As chances de se tornar um caso de hanseníase foram 26% maiores entre os indivíduos expostos ao recebimento do MCMV (OR 1,25, IC95% 1.01 a 1.53, p <0.038) em comparação aos não expostos ao programa MCMV. Conclusões: Os resultados deste estudo destacam a necessidade urgente de intervenções em saúde pública, como a triagem de contatos, que visem especificamente essa população exclusivamente vulnerável. Além disso, foi possível observar que as ações de controle da hanseníase ainda não são realizadas de maneira uniforme em todo o Brasil. Portanto, é necessária uma abordagem integrada a partir de ações de diagnóstico precoce, monitoramento, avaliação das deficiências e fortalecimento do manejo da hanseníase na atenção básica, para o controle da hanseníase de acordo com as Estratégias Globais da Hanseníase. Por fim, os nossos resultados evidenciaram maior chance de detecção de hanseníase entre pessoas beneficiárias de habitação social, o que demonstra que o tempo de exposição à nova habitação pode não ter sido suficiente ainda para superar os problemas sociais e de saúde enfrentados por estas famílias pobres e extremamente pobres. Ressalta-se que políticas sociais como o MCMV devem ser aprimoradas e estendidas ao maior número possível de famílias carentes, pois o desenvolvimento social é uma prioridade fundamental para reduzir a incidência e a carga da hanseníase entre as pessoas de baixa renda. Pesquisas futuras devem estudar o efeito do programa social de habitação MCMV sobre a hanseníase e explorar se os resultados deste trabalho se manterão por um período mais longo.Background: Despite great progress towards global elimination, leprosy remains a public health challenge in middle- and low-income countries. Current evidence suggests that, in these countries, home contacts of leprosy patients are at high risk for developing leprosy. Timely treatment is essential to stop transmission, but socioeconomic vulnerability factors can influence adherence and completion of leprosy treatment. In addition, research shows that components of inadequate housing are associated with a higher burden of leprosy. However, there is no evidence of an association between a social housing program and leprosy; which justifies deepening the theme. Overall objective: To study the risk factors for incidence and adherence to leprosy treatment, and the effect of a social housing program for low-income people on its detection. Specific objectives: i) To estimate the rates of detection of new cases of leprosy among household contacts of patients previously diagnosed with leprosy and investigate its associated factors; ii) to investigate MDT treatment completion in primary and specialized care units and its association with sociodemographic, geographic, and clinical characteristics; iii) To estimate the chances of leprosy detection among individuals who became MCMV recipients compared with their counterparts who did not benefit from the MCMV programme. Methods: The thesis was presented in 3 papers according to each specific objective. For the first objective, we used leprosy notification data collected between 2007-2014 and linked in the 100 Million Brazilian Cohort to investigate leprosy new case detection rates (NCDR) among household contacts of previously diagnosed leprosy patients and within sub-populations (e.g., by age, urbanicity, region, and community leprosy burden). Multilevel logistic regressions of mixed effects were used, with random effects specific to the state and family; For the second objective, we evaluated all new leprosy cases registered in Brazil (2006-2017), linked to data from the patient's diagnostic health unit with information from the National Registry of Health Facilities (CNES). Bivariate and multivariate analysis were performed using logistic regression models. All analysis were stratified according to the level of health care, such as primary care and specialized and hospital units; For the third objective, we conducted a case-control study nested in the Cohort of 100 Million Brazilians (2010-2015). Cases were selected from individuals in this cohort who were detected as a new case of leprosy. Controls were selected randomly based on a sampling of risk sets and according to correspondence variables (2:1). We use conditional logistic regression to estimate the association. Results for the first objective: Among 42,725 household contacts of 17,876 primary cases, the NCDR of leprosy was 636.3/100,000 pyr overall and 521.9/100,000 pyr in contacts <15 years. Household contacts of multibacillary cases had higher odds of becoming subsequent cases (ORadj 1.48, 95%CI 1.17-1.88), and the odds increased among contacts aged ≥50 years (ORadj 3.11, 95%CI 2.03-4.76). Leprosy detection was negatively associated with illiterate/preschool education level (ORadj 0.59, 95%CI 0.38-0.92). For children, the odds were increased among males (ORadj 1.70, 95%CI 1.20-2.42). Results for the second objective: Among 218,646 new leprosy cases diagnosed in Brazil between 2006-2017, 196,562 (89.9%) completed the MDT regimen. For those treated in primary health care, the lowest chances of completing treatment were associated with ages between 15-29 years (ORadj 0.57; 95% CI 0.52-0.61), blacks (ORadj 0.86; 95% CI 0.81-0.91), indigenous/Asian race/ethnicity (ORadj 0.85; 95% CI 0.74-0.97) and primary school education or less (ORadj 0.81; 95% CI 0.78-0.87). Multibacillary leprosy with ≤10 lesions (ORadj 0.92; 95% CI 0.88-0.96) and grade 1 or 2 physical disabilities (ORadj 0.91; 95% CI 0.88-0.95 e ORadj 0.86; 95% CI 0.81-0.93, respectively) reduced the chances of completing treatment. Living in urban areas (ORadj 1.12; 95% CI 1.08-1.17) and in the Southeast/South (ORadj 1.17; 95% CI 1.10-1.24) or Midwest (ORadj 1.13; 95% IC 1.07-1.19) regions increased the chances of completing treatment. In the Northeast, the chances of completing treatment were reduced (ORadj 0.86; 95% CI 0.82-0.90). Both specialized and hospital care had similar point estimates. Results for the third objective: The cohort study population (2010-2015) included 25,259,564 individuals, of which 621,068 (2.5%) were MCMV recipients. In this period, were diagnosed 9,036 new leprosy patients and was estimated a new case detection rate (NCDR) in 11.70/100,000 person-years (pyr) (95%CI 11.46-11.94). The NCDR were higher among MCMV recipients (13.27/100,000 pyr; 95%CI 11.41-15.43) compared to MCMV non-recipients (11.59/100,000 pyr; 95%CI 11.35-11.84). We found that the chances of become a leprosy case was 26% higher among individuals exposed to MCMV receipt (OR 1.25, 95%CI 1.01 to 1.53, p <0.038) compared to those non-exposed to MCMV programme. Conclusions: The results of this study highlight the urgent need for public health interventions, such as screening contacts, which specifically target this exclusively vulnerable population. In addition, it was possible to observe that actions to control leprosy are still not carried out uniformly throughout Brazil. Therefore, an integrated approach based on actions of early diagnosis, monitoring, assessment of deficiencies and strengthening of leprosy management in primary care is necessary, for the control of leprosy in accordance with the Global Leprosy Strategies. Finally, our results showed a greater chance of detecting leprosy among beneficiaries of social housing, which demonstrates that the time of exposure to new housing may not have been enough to overcome the social and health problems faced by these poor families. and extremely poor. It is noteworthy that social policies such as the MCMV must be improved and extended to the greatest possible number of needy families, as social development is a fundamental priority to reduce the incidence and burden of leprosy among low-income people. Future research should study the effect of the MCMV social housing program on leprosy and explore whether the results of this work will hold for a longer period.Submitted by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2023-09-05T09:08:25Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1037 bytes, checksum: 996f8b5afe3136b76594f43bfda24c5e (MD5) Tese-Camila_Silveira_Silva_Teixeira_2021.pdf: 4563753 bytes, checksum: 641c75df5724cc9dfa0327abb0ad3c77 (MD5)Approved for entry into archive by Maria Creuza Silva (mariakreuza@yahoo.com.br) on 2023-09-05T09:09:41Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1037 bytes, checksum: 996f8b5afe3136b76594f43bfda24c5e (MD5) Tese-Camila_Silveira_Silva_Teixeira_2021.pdf: 4563753 bytes, checksum: 641c75df5724cc9dfa0327abb0ad3c77 (MD5)Made available in DSpace on 2023-09-05T09:09:41Z (GMT). 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Instituto de Saúde ColetivaPrograma de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)ISC-UFBABrasilInstituto de Saúde Coletiva - ISCAttribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessLeprosyVulnerabilityHousingSocial PoliticsHealth Impact AssessmentCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVAHanseníaseVulnerabilidadeAtenção Primária à SaúdeHabitaçãoPolítica SocialFatores individuais, da habitação e da atenção à saúde relacionados à incidência e desfechos de tratamento da hanseníase Salvador – Ba.Individual, housing and health care factors related to leprosy incidence and treatment outcomes Salvador – Ba.Doutoradoinfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionSilva, Rita de Cássia RibeiroPenna, Gerson OliveiraBarreto, Maurício LimaNery, Joilda SilvaPescarini, Júlia MoreiraSanchez, Mauro NiskierSilva, Rita de Cássia Ribeirohttp://lattes.cnpq.br/2667454953827031Teixeira, Camila Silveira Silvareponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBATEXTTese-Camila_Silveira_Silva_Teixeira_2021.pdf.txtTese-Camila_Silveira_Silva_Teixeira_2021.pdf.txtExtracted texttext/plain514746https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37765/4/Tese-Camila_Silveira_Silva_Teixeira_2021.pdf.txte0c19099c8319a2df12401784e2f5da3MD54ORIGINALTese-Camila_Silveira_Silva_Teixeira_2021.pdfTese-Camila_Silveira_Silva_Teixeira_2021.pdfapplication/pdf4563753https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37765/1/Tese-Camila_Silveira_Silva_Teixeira_2021.pdf641c75df5724cc9dfa0327abb0ad3c77MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81037https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37765/2/license_rdf996f8b5afe3136b76594f43bfda24c5eMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1715https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37765/3/license.txt67bf4f75790b0d8d38d8f112a48ad90bMD53ri/377652023-09-09 02:04:29.462oai:repositorio.ufba.br:ri/37765TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZS9vdSBlbGV0csO0bmljbyBlIGVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyAKZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gZS9vdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLCBwb2RlbmRvIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIG9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IG5vIGNvbnRlw7pkbyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gb3JhIGRlcG9zaXRhZGEuCgpDQVNPIEEgUFVCTElDQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBICBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSAgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08sIENPTU8gVEFNQsOJTSBBUyBERU1BSVMgT0JSSUdBw4fDlUVTIApFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIHNldSBub21lIChzKSBvdSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyBjb25jZWRpZGFzIHBvciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322023-09-09T05:04:29Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false |
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Introdução: Apesar do grande progresso em direção à eliminação global, a hanseníase continua sendo um desafio para a saúde pública em países de baixa e média renda. Evidências atuais sugerem que, nesses países, os contatos domiciliares de pacientes com hanseníase estão sob alto risco de desenvolver hanseníase. O tratamento oportuno é crucial para interrupção da transmissão, mas fatores de vulnerabilidade socioeconômica e de atenção à saúde podem influenciar a adesão e conclusão do tratamento da hanseníase, dificultado ainda mais o alcance dos objetivos de eliminação da hanseníase. Além disso, pesquisas apontam que componentes da inadequação habitacional se associam à maior carga da hanseníase. Contudo, não existem evidencias da associação entre um programa social de habitação e hanseníase; o que justifica aprofundamento do tema. Objetivo geral: Estudar os fatores de risco para incidência e adesão ao tratamento da hanseníase, e o efeito de um programa social de habitação para pessoas de baixa renda na sua detecção. Objetivos específicos: i) Estimar as taxas de detecção de novos casos de hanseníase entre contatos domiciliares de pacientes previamente diagnosticados com hanseníase e investigar seus fatores associados; ii) Investigar a associação entre as características sociodemográficas, geográficas e clínicas, e a chance do paciente de completar o tratamento em unidades de saúde da atenção primária e especializada; iii) Estimar as chances de detecção da hanseníase entre indivíduos que se tornaram beneficiários do MCMV em comparação com suas contrapartes que não se beneficiaram do programa MCMV. Métodos: A tese foi apresentada em 3 artigos segundo cada objetivo específico. Para execução do primeiro objetivo acompanhamos contatos domiciliares de pacientes com hanseníase (2007-2014), usando dados do baseline da Coorte de 100 Milhões de Brasileiros vinculadas ao Sistema de Informação para Doenças Notificáveis (SINAN). A incidência de hanseníase foi estimada como a taxa de detecção de casos novos (TDCN) de hanseníase por 100.000 contatos domiciliares em risco (pessoas/ano em risco - par). Foram utilizadas regressões logísticas multiníveis de efeitos mistos, com efeitos aleatórios específicos do estado e da família; no segundo objetivo, avaliamos todos os novos casos de hanseníase registrados SINAN no Brasil (2006-2017), vinculados aos dados da unidade de saúde de diagnóstico do paciente com informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). As análises bivariada e multivariada foram realizadas por meio de modelos de regressão logística. Todas as análises foram estratificadas de acordo com o nível de atenção à saúde, como atenção primária e unidades especializadas e hospitalares; e no terceiro objetivo, conduzimos um estudo de caso-controle aninhado à Coorte de 100 Milhões de Brasileiros (2010-2015). Os casos foram selecionados entre os indivíduos dessa coorte que foram detectados como um novo caso de hanseníase. Os controles foram selecionados aleatoriamente com base em uma amostragem dos conjuntos de risco e de acordo com variáveis de correspondência (2:1). Usamos regressão logística condicional para estimar a associação. Resultados referentes ao primeiro objetivo: Entre 42.725 contatos domiciliares de 17.876 casos primários, a TDCN foi 636,3/100.000 par no total e 521,9/100.000 par nos contatos <15 anos. Contatos domiciliares de casos multibacilares tinham maior chance de se tornarem casos subsequentes (ORadj 1,48; IC 95% 1,17-1,88), e as chances aumentaram entre contatos com idade ≥50 anos (ORadj 3,11; IC 95% 2,03-4,76). A detecção da hanseníase foi negativamente associada ao nível de educação pré-escolar/analfabeto (ORadj 0,59; IC 95% 0,38-0,92). Para as crianças, as chances aumentaram entre os homens (ORadj 1,70; IC 95% 1,20-2,42). Resultados referentes ao segundo objetivo: Entre 218.646 novos casos de hanseníase diagnosticados no Brasil entre 2006-2017, 196.562 (89,9%) completaram o regime de PQT. Para os tratados na atenção primária à saúde, as menores chances de conclusão do tratamento foram associadas a idades entre 15-29 anos (ORadj 0,57; IC 95% 0,52-0,61), negros (ORadj 0,86; IC 95% 0,81-0,91), raça/etnia indígena/asiática (ORadj 0,85; IC 95% 0,74-0,97) e educação de escola primária ou inferior (ORadj 0,81; IC 95% 0,78-0,87). A hanseníase multibacilar com ≤10 lesões (ORadj 0,92; IC 95% 0,88-0,96) e deficiências físicas grau 1 ou 2 (ORadj 0,91; IC 95% 0,88-0,95 e ORadj 0,86; IC 95% 0,81-0,93, respectivamente) reduziram as chances de conclusão do tratamento. Residir em áreas urbanas (ORadj 1,12; IC 95% 1,08-1,17) e nas regiões Sudeste/Sul (ORadj 1,17; IC 95% 1,10-1,24) ou Centro-Oeste (ORadj 1,13; IC 95% 1,07-1,19) aumentaram as chances de conclusão do tratamento. Na região Nordeste, as chances de conclusão do tratamento foram reduzidas (ORadj 0,86; IC 95% 0,82-0,90). Tanto a assistência especializada quanto a hospitalar apresentaram estimativas pontuais semelhantes. Resultados referentes ao terceiro objetivo: A população do estudo de coorte (2010-2015) incluiu 25.259.564 indivíduos, dos quais 621.068 (2,5%) eram beneficiários do MCMV. Nesse período, foram diagnosticados 9.036 novos pacientes com hanseníase e foi estimada uma TDCN em 11,70/100.000 par (IC95% 11,46-11,94). A TDCN foi maior entre os beneficiários do MCMV (13,27/100.000 par; IC95% 11,41-15,43) em comparação com os não beneficiários (11,59/100.000 par; IC95% 11,35-11,84). As chances de se tornar um caso de hanseníase foram 26% maiores entre os indivíduos expostos ao recebimento do MCMV (OR 1,25, IC95% 1.01 a 1.53, p <0.038) em comparação aos não expostos ao programa MCMV. Conclusões: Os resultados deste estudo destacam a necessidade urgente de intervenções em saúde pública, como a triagem de contatos, que visem especificamente essa população exclusivamente vulnerável. Além disso, foi possível observar que as ações de controle da hanseníase ainda não são realizadas de maneira uniforme em todo o Brasil. Portanto, é necessária uma abordagem integrada a partir de ações de diagnóstico precoce, monitoramento, avaliação das deficiências e fortalecimento do manejo da hanseníase na atenção básica, para o controle da hanseníase de acordo com as Estratégias Globais da Hanseníase. Por fim, os nossos resultados evidenciaram maior chance de detecção de hanseníase entre pessoas beneficiárias de habitação social, o que demonstra que o tempo de exposição à nova habitação pode não ter sido suficiente ainda para superar os problemas sociais e de saúde enfrentados por estas famílias pobres e extremamente pobres. Ressalta-se que políticas sociais como o MCMV devem ser aprimoradas e estendidas ao maior número possível de famílias carentes, pois o desenvolvimento social é uma prioridade fundamental para reduzir a incidência e a carga da hanseníase entre as pessoas de baixa renda. Pesquisas futuras devem estudar o efeito do programa social de habitação MCMV sobre a hanseníase e explorar se os resultados deste trabalho se manterão por um período mais longo. |
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