Dias de Folia: reflexões acerca de um processo criativo em improvisação por uma atriz-criadora
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27120 |
Resumo: | Esta pesquisa tem como objeto a reflexão sobre a improvisação como procedimento criativo no espetáculo teatral Dias de Folia. O interesse em observar e construir reflexões sobre este espetáculo, que tem os atores como co-criadores, impulsionou a análise do percurso da criação, identificando as escolhas feitas para chegar à produção da obra artística. A escolha da Teoria da Formatividade, a partir dos estudos do filósofo italiano Luigi Pareyson (1997), como ponto de mirada, se dá pelo fato de que esta teoria analisa a obra de arte como a tentativa de dar forma a uma ideia, como uma invenção que se realiza enquanto é criada, e é no por-fazer que se dão as leis desse fazer. O olhar sobre o processo criativo permitiu refazer o percurso, identificando as leis que nortearam esta criação, algo que se pode ver com clareza depois que a obra é dada como pronta. Por tratar-se de um espetáculo teatral que tem como via criativa a improvisação, e que não parte de um texto dramático, mas do movimento dos corpos e sua relação com o espaço e com a musicalidade das cenas propostas, Dias de Folia constitui uma obra artística que tem em seu processo criativo um foco de interesse e uma amostra de algo que, contemporaneamente, é recorrente no teatro brasileiro: o atorcriador (também chamado de ator-compositor) e o seu trabalho realizado dia a dia, em sala de ensaio. Neste ambiente de discussão da arte como produção, onde o ator é agente dessa produção, e não apensas um intérprete das indicações de um texto dramático ou das idéias de um diretor, encontrei o pensamento de outros filósofos e artistas que vieram somar, trazendo suas contribuições na elaboração de um olhar sobre o processo criativo em artes, além de refletir, especificamente, sobre a improvisação neste contexto. Foram eles: Fayga Ostrower (1977), Suzanne Langer (2006), Edith Derdyk (2001), Matteo Bonfitto (2006 e 2009), Jean-Pierre Ryngaert (2009), Jacques Lecoq (2010), Yoshi Oida (2007), Keith Johnstone (1990), Sonia Machado de Azevedo (2009), Viola Spolin (2005), Renato Ferracini (2003), Dario Fo (2004), Josette Féral (1995) e Ariane Mnoukchine (2009). A Crítica Genética, a partir da obra Gesto Inacabado, Processo de Criação Artística (SALLES, Cecília Almeida, 2004), ofereceu um instrumental metodológico, no que tange a análise do processo criativo e as operações inerentes a ele. Nesta pesquisa, o espetáculo foi analisado do ponto de vista da atriz-pesquisadora, que também é atriz-criadora desta obra, na tentativa de identificar as leis (chamadas aqui de elementos fundamentais) que nortearam a criação, debruçando-se atentamente à improvisação como método de criação. |
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Santos, Manhã ChagasSantos, Manhã ChagasMartins, Suzana Maria CoelhoMartins, Suzana Maria CoelhoCosta, Eliene Benício Amâncio daSantos, José Antônio Saja Ramos Neves dos2018-08-28T13:36:08Z2018-08-28T13:36:08Z2018-08-282012-08-31http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27120Esta pesquisa tem como objeto a reflexão sobre a improvisação como procedimento criativo no espetáculo teatral Dias de Folia. O interesse em observar e construir reflexões sobre este espetáculo, que tem os atores como co-criadores, impulsionou a análise do percurso da criação, identificando as escolhas feitas para chegar à produção da obra artística. A escolha da Teoria da Formatividade, a partir dos estudos do filósofo italiano Luigi Pareyson (1997), como ponto de mirada, se dá pelo fato de que esta teoria analisa a obra de arte como a tentativa de dar forma a uma ideia, como uma invenção que se realiza enquanto é criada, e é no por-fazer que se dão as leis desse fazer. O olhar sobre o processo criativo permitiu refazer o percurso, identificando as leis que nortearam esta criação, algo que se pode ver com clareza depois que a obra é dada como pronta. Por tratar-se de um espetáculo teatral que tem como via criativa a improvisação, e que não parte de um texto dramático, mas do movimento dos corpos e sua relação com o espaço e com a musicalidade das cenas propostas, Dias de Folia constitui uma obra artística que tem em seu processo criativo um foco de interesse e uma amostra de algo que, contemporaneamente, é recorrente no teatro brasileiro: o atorcriador (também chamado de ator-compositor) e o seu trabalho realizado dia a dia, em sala de ensaio. Neste ambiente de discussão da arte como produção, onde o ator é agente dessa produção, e não apensas um intérprete das indicações de um texto dramático ou das idéias de um diretor, encontrei o pensamento de outros filósofos e artistas que vieram somar, trazendo suas contribuições na elaboração de um olhar sobre o processo criativo em artes, além de refletir, especificamente, sobre a improvisação neste contexto. Foram eles: Fayga Ostrower (1977), Suzanne Langer (2006), Edith Derdyk (2001), Matteo Bonfitto (2006 e 2009), Jean-Pierre Ryngaert (2009), Jacques Lecoq (2010), Yoshi Oida (2007), Keith Johnstone (1990), Sonia Machado de Azevedo (2009), Viola Spolin (2005), Renato Ferracini (2003), Dario Fo (2004), Josette Féral (1995) e Ariane Mnoukchine (2009). A Crítica Genética, a partir da obra Gesto Inacabado, Processo de Criação Artística (SALLES, Cecília Almeida, 2004), ofereceu um instrumental metodológico, no que tange a análise do processo criativo e as operações inerentes a ele. Nesta pesquisa, o espetáculo foi analisado do ponto de vista da atriz-pesquisadora, que também é atriz-criadora desta obra, na tentativa de identificar as leis (chamadas aqui de elementos fundamentais) que nortearam a criação, debruçando-se atentamente à improvisação como método de criação.This research has as its object the creative process of theatrical spectacle Dias de Folia, held in Salvador, Bahia, in 2010. The interest in observing and reflecting on this composition, which has the actors as co-creators, boosts the analysis of the creation course, identifying the choices made to reach the final result of the work. The choice of the Theory of Formativeness, from studies of the Italian philosopher Luigi Pareyson (1997), as a point of gaze, is given by the fact that it analyzes the work of art as an attempt of shaping an idea, like an invention that is realized while being made, and is in the "being done" that you find the laws of doing. The look on the creative process allows for redoing the route identifying the laws that coordinated and underpinned this creation, something that can be seen more clearly after the work is given as done. Since it is a play which has improvisation as means of creation, and which does not start from a text but from the movements of the bodies and their relationship with the space and the musicality of the proposed scenes, Dias de Folia becomes an artistic work which has in its creative process a focus of interest and a sample of something that is recurrent in contemporary Brazilian theater: the actor-creator (also referred to as actor-composer) and their their work done day by day in the rehearsal room. In this environment of discussion of art as production, where the actor is an agent of this production, and not just an interpreter of the indications of a dramatic text or the ideas of a director, I found the thought of other philosophers and artists who were added, bringing their contributions in developing a glimpse into the creative process in art, in addition to thinking, specifically, about the improvisation in this context. They were: Fayga Ostrower (1977), Suzanne Langer (2006), Edith Derdyk (2001), Matteo Bonfitto (2006 e 2009), Jean-Pierre Ryngaert (2009), Jacques Lecoq (2010), Yoshi Oida (2007), Keith Johnstone (1990), Sonia Machado de Azevedo (2009), Viola Spolin (2005), Renato Ferracini (2003), Dario Fo (2004), Josette Féral (1995) and Ariane Mnoukchine (2009). The Genetic Criticism, from the work Gesto inacabado, processo de criação artística (SALLES, Cecília Almeida, 2004), comes to offer methodological tools when it comes to the analysis of the creative process and operations inherent to it. In this research the performance is analyzed from the perspective of the researcher, who is also an actress-creator of the work, in an attempt to identify the laws that guided the creation, and will focus more closely on the most remarkable of them: improvisation as means of creation.Submitted by Glauber Assunção Moreira (glauber.a.moreira@gmail.com) on 2018-08-28T13:27:26Z No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO VERSÃO FINAL.pdf: 4279010 bytes, checksum: 9e298cb6046d5914da891aa18f5fc2ae (MD5)Approved for entry into archive by Ednaide Gondim Magalhães (ednaide@ufba.br) on 2018-08-28T13:36:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO VERSÃO FINAL.pdf: 4279010 bytes, checksum: 9e298cb6046d5914da891aa18f5fc2ae (MD5)Made available in DSpace on 2018-08-28T13:36:08Z (GMT). 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Esta pesquisa tem como objeto a reflexão sobre a improvisação como procedimento criativo no espetáculo teatral Dias de Folia. O interesse em observar e construir reflexões sobre este espetáculo, que tem os atores como co-criadores, impulsionou a análise do percurso da criação, identificando as escolhas feitas para chegar à produção da obra artística. A escolha da Teoria da Formatividade, a partir dos estudos do filósofo italiano Luigi Pareyson (1997), como ponto de mirada, se dá pelo fato de que esta teoria analisa a obra de arte como a tentativa de dar forma a uma ideia, como uma invenção que se realiza enquanto é criada, e é no por-fazer que se dão as leis desse fazer. O olhar sobre o processo criativo permitiu refazer o percurso, identificando as leis que nortearam esta criação, algo que se pode ver com clareza depois que a obra é dada como pronta. Por tratar-se de um espetáculo teatral que tem como via criativa a improvisação, e que não parte de um texto dramático, mas do movimento dos corpos e sua relação com o espaço e com a musicalidade das cenas propostas, Dias de Folia constitui uma obra artística que tem em seu processo criativo um foco de interesse e uma amostra de algo que, contemporaneamente, é recorrente no teatro brasileiro: o atorcriador (também chamado de ator-compositor) e o seu trabalho realizado dia a dia, em sala de ensaio. Neste ambiente de discussão da arte como produção, onde o ator é agente dessa produção, e não apensas um intérprete das indicações de um texto dramático ou das idéias de um diretor, encontrei o pensamento de outros filósofos e artistas que vieram somar, trazendo suas contribuições na elaboração de um olhar sobre o processo criativo em artes, além de refletir, especificamente, sobre a improvisação neste contexto. Foram eles: Fayga Ostrower (1977), Suzanne Langer (2006), Edith Derdyk (2001), Matteo Bonfitto (2006 e 2009), Jean-Pierre Ryngaert (2009), Jacques Lecoq (2010), Yoshi Oida (2007), Keith Johnstone (1990), Sonia Machado de Azevedo (2009), Viola Spolin (2005), Renato Ferracini (2003), Dario Fo (2004), Josette Féral (1995) e Ariane Mnoukchine (2009). A Crítica Genética, a partir da obra Gesto Inacabado, Processo de Criação Artística (SALLES, Cecília Almeida, 2004), ofereceu um instrumental metodológico, no que tange a análise do processo criativo e as operações inerentes a ele. Nesta pesquisa, o espetáculo foi analisado do ponto de vista da atriz-pesquisadora, que também é atriz-criadora desta obra, na tentativa de identificar as leis (chamadas aqui de elementos fundamentais) que nortearam a criação, debruçando-se atentamente à improvisação como método de criação. |
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