“Orgulhosamente feministas, necessariamente inconvenientes”: os discursos político-poéticos-musicais recentes das feministas jovens em Salvador

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freire, Rebeca Sobral
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26017
Resumo: Essa tese traz um olhar sobre as expressões marginais do movimento feminista soteropolitano transnacional, a partir de uma etnografia musical, no circuito contracultural do Centro Antigo da cidade de Salvador, Brasil. A saber, se há uma música feminista, através da investigação sobre como a música tem sido utilizada pelas mulheres jovens adultas artevistas em suas expressões de ‘discursos de ação’ (ALVAREZ, 2003) contraculturais, a partir do que cantam as feministas de hoje. Os anos dentre 2011 e 2015 marcaram a revisita a esse campo, anteriormente interessado em um Hip Hop feminista, agora se amplia ao campo ao mapear em uma observação participante militante, três expressões feministas musicais recentes, Festival Vulva La Vida, Marcha das Vadias e Angoleiras Libertárias. Essa investigação também contou com a realização de uma roda de conversa e de uma oficina conversatório com roteiros semi-estruturados, em parceria com pesquisadoras feministas transnacionais, contando com a participação das interlocutoras da pesquisa. Entre elas estão mulheres queers, cisgênero, transmulheres, heterossexuais, bissexuais e lésbicas que integram esse universo pesquisado. São elas, hip hoppers, anarco-punks, transfeministas, vadias, angoleiras, veganas, ciclistas, tatuadas e outras. Entre os achados da pesquisa, foram levantados fanzines, fotografias de manifestações e de performances, cartazes e material audiovisual, entre outros, reunidos em um portfóleo de imagens, entre registros de diários de campo. Essas três expressões compõem um acervo da tese com dezenove letras divididas em um repertório principal e um secundário, de autoria coletiva, ou de grupo ou banda, a partir de diferentes estilos de gêneros musicais entre o hardcore do festival anarco-punk feminista, os gritos de guerra das vadias soteropolitanas transnacionais e as músicas angoleiras da capoeira feminista libertária entre as releituras de músicas tradicionais de capoeira, além de versões angoleiras para o repertório da Marcha das Vadias pelas angoleiras libertárias. À luz das perspectivas globais da diáspora africana e da teoria queer negra, foram destacadas questões em torno das políticas do corpo, antiespecismo, autodefesa, sexualidades e solidariedades entre mulheres em uma militância anticapitalista e antirracista, ao reunir referências cruzadas que vinculam afetos e artevismos em Salvador/Bahia, dentre as experiências na América Latina e Caribe. Assim, as feministas soteropolitanas jovens cantam uma música feminista em discursos político-poéticos-musicais que compõem, em reafirmação e atualização, as pautas de uma agenda transnacional dos movimentos feministas e de mulheres. Sob uma perspectiva decolonial diaspórica das margens, das Américas e do Sul, essa música feminista cria ‘espaços seguros para mulheres’ em uma contracultura soteropolitana que reafirma a pluralidade do movimento feminista, ao que amplia os contornos para a ação política feminista transnacional e antirracista.
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Os anos dentre 2011 e 2015 marcaram a revisita a esse campo, anteriormente interessado em um Hip Hop feminista, agora se amplia ao campo ao mapear em uma observação participante militante, três expressões feministas musicais recentes, Festival Vulva La Vida, Marcha das Vadias e Angoleiras Libertárias. Essa investigação também contou com a realização de uma roda de conversa e de uma oficina conversatório com roteiros semi-estruturados, em parceria com pesquisadoras feministas transnacionais, contando com a participação das interlocutoras da pesquisa. Entre elas estão mulheres queers, cisgênero, transmulheres, heterossexuais, bissexuais e lésbicas que integram esse universo pesquisado. São elas, hip hoppers, anarco-punks, transfeministas, vadias, angoleiras, veganas, ciclistas, tatuadas e outras. Entre os achados da pesquisa, foram levantados fanzines, fotografias de manifestações e de performances, cartazes e material audiovisual, entre outros, reunidos em um portfóleo de imagens, entre registros de diários de campo. Essas três expressões compõem um acervo da tese com dezenove letras divididas em um repertório principal e um secundário, de autoria coletiva, ou de grupo ou banda, a partir de diferentes estilos de gêneros musicais entre o hardcore do festival anarco-punk feminista, os gritos de guerra das vadias soteropolitanas transnacionais e as músicas angoleiras da capoeira feminista libertária entre as releituras de músicas tradicionais de capoeira, além de versões angoleiras para o repertório da Marcha das Vadias pelas angoleiras libertárias. 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Sob uma perspectiva decolonial diaspórica das margens, das Américas e do Sul, essa música feminista cria ‘espaços seguros para mulheres’ em uma contracultura soteropolitana que reafirma a pluralidade do movimento feminista, ao que amplia os contornos para a ação política feminista transnacional e antirracista.This dissertation takes a look at the marginal expressions of the transnational Soteropolitan feminist movement, based on a musical ethnography, in the countercultural circuit of the Old Center of the city of Salvador, Brazil. Namely, if, there is a feminist song, through the investigation of how music has been used by the young female artisans in their expressions of countercultural 'discourses of action' (ALVAREZ, 2003), from what feminists today. The years between 2011 and 2015 marked the revisit to this field, previously interested in a feminist Hip Hop, now broadens its field by mapping in a militant participant observation, three recent feminist musical expressions, Vulva La Vida Festival, Slut Walk and Libertarians Angoleiras. This research also involved the holding of a discussion thread and a workshop with semi-structured scripts, in partnership with transnational feminist researchers, with the participation of the research interlocutors. Among them are queers, cisgenic, transmissive, heterosexual, bisexual and lesbian women who are part of this researched universe. They are, hip hoppers, anarchy-punks, transfeminists, sluts, angoleiras, vegans, cyclists, tattooed and others. Among the findings of the research, fanzines, photographs of demonstrations and performances, posters, and audiovisual material were collected, among others, gathered in a portfolio of images, among logs of field journals. These three expressions compose a collection of the thesis with nineteen letters divided into a main and a secondary repertoire, of collective authorship, or of group or band, from different styles of musical genres between the hardcore of the feminist anarco-punk festival, the cries of war the transnational soteropolitan sluts and the Angolan songs of libertarian feminist capoeira among the re-readings of traditional capoeira songs, as well as the Angolan versions for the repertoire of the slaves' march by libertarian angoleiras. In light of the global perspectives of the African diaspora and the queer black theory, questions were raised about body politics, antiterrorism, self-defense, sexuality, and solidarity among women in anti-capitalist and antiracist militancy, by bringing together cross-references linking affections and Salvador / Bahia, among the experiences in Latin America and the Caribbean. Thus, young Soteropolitan feminists sing a feminist song in political-poetic-musical discourses that compose, in reaffirmation and update, the guidelines of a transnational agenda of the feminist and women's movements. From a diasporic decolonial perspective of the margins, the Americas and the South, this feminist music creates 'safe spaces for women' in a soteropolitan counterculture that reaffirms the plurality of the feminist movement, which broadens the contours for transnational and antiracist feminist political action.Submitted by Rebeca Freire (rebeca.sobral@gmail.com) on 2018-05-16T21:00:05Z No. of bitstreams: 1 FREIRE, Rebeca. Orgulhosamente feministas, necessariamente inconvenientes. 2017.pdf: 6103908 bytes, checksum: 15e294c999860bc72d6a9cd34efd1128 (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca Isaías Alves (reposiufbat@hotmail.com) on 2018-05-17T17:42:30Z (GMT) No. of bitstreams: 1 FREIRE, Rebeca. 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Orgulhosamente feministas, necessariamente inconvenientes. 2017.pdf: 6103908 bytes, checksum: 15e294c999860bc72d6a9cd34efd1128 (MD5)Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível SuperiorCiências HumanasMúsicaResistênciaFeminismos transnacionaisSujeitos políticosArtevismoMulheres aspectos (antropológicos) políticosFeminismoPolítica“Orgulhosamente feministas, necessariamente inconvenientes”: os discursos político-poéticos-musicais recentes das feministas jovens em Salvadorinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisFaculdade de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e FeminismoUFBABrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALFREIRE, Rebeca. Orgulhosamente feministas, necessariamente inconvenientes. 2017.pdfFREIRE, Rebeca. 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