Cobertura vegetal e a temperatura de superfície no meio intraurbano: um estudo em Salvador

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Rossana Alcântara
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28672
Resumo: O século XXI é marcado pela expansão e adensamento das áreas urbanas, uma vez que mais da metade da população mundial passou a viver em cidades. Esta condição associada à falta de um efetivo planejamento ambiental resulta na redução da cobertura vegetal no meio urbano. As relações entre as dinâmicas de urbanização e clima urbano indicam que a supressão da vegetação tem contribuído para a elevação das temperaturas nas cidades. Este trabalho teve como objetivo analisar a distribuição da cobertura vegetal intraurbana e sua relação com as Temperaturas de Superfície Terrestre (TST) no ano de 2016 em Salvador, cidade tropical brasileira, com emprego dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e o Sensoriamento Remoto. Previamente foi construído um conceito orientador para o verde urbano e observadas as alterações na distribuição da vegetação intraurbana nos anos de 2007 e 2016, permitindo o cálculo do Índice de Cobertura Vegetal (ICV) e do Percentual de Cobertura Vegetal (PCV). Na extração da cobertura vegetal foram selecionadas imagens captadas pelos sensores do Sentinel-2 em 09/08/16, da European Space Agency (ESA), nas faixas do espectro visível, bandas 2, 3 e 4 e do infravermelho próximo, banda 8, todas com resolução espacial de 10 m. No processamento da classificação supervisionada dos alvos urbanos utilizou-se a segmentação 5-50 por regiões e o treinamento de coleta com a seleção de 2.350 amostras para as cinco classes/alvos. Na obtenção da TST foram identificadas imagens do Landsat-8, da U.S. Geological Survey (USGS), resultando nos Mapas Termais gerados a partir da banda 10, sensor imageador da faixa espectral do infravermelho termal (TIRS), com resolução espacial de 30m. Empregou-se os softwares SPRING 5.4.2 (INPE, 2016) para extração da cobertura vegetal e o QGIS 2.8.1 (OSGEO, 2016) na obtenção da TST. Verificou-se a comparação entre os dados de distribuição da vegetação intraurbana e a variação da TST na cidade nos meses de Março, Julho, Setembro e Outubro de 2016, conforme imagens selecionadas no período estudado apresentando nebulosidade abaixo de 10%. Foram levantados 47 pontos amostrais de observação em uma análise exploratória de padrões de uso e cobertura do solo, observando-se que nos pontos identificados com 100% de vegetação (parques urbanos) a TST variou entre 26 e 30°C, enquanto nos pontos com 0% (ocupação precária sem vegetação) a variação se manteve entre 29 e 39°C, no intervalo do período estudado entre os meses de Julho (inverno) e Outubro (primavera) de 2016. Desse modo, observou-se que a distribuição da vegetação intraurbana interfere no comportamento da TST, sugerindo uma relação inversamente proporcional, ou seja, o decréscimo no valor do PCV implica na elevação do valor da TST, bem como na amplitude térmica. Espera-se que esta pesquisa possa contribuir na definição de políticas urbanas que possam subsidiar a adoção de ações locais para a ampliação, revitalização e manutenção da vegetação na cidade de Salvador, bem como na definição de medidas para preservar a qualidade térmica urbano-ambiental dentro de limites aceitáveis e compatíveis com as características de uma cidade tropical e litorânea.
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Foram levantados 47 pontos amostrais de observação em uma análise exploratória de padrões de uso e cobertura do solo, observando-se que nos pontos identificados com 100% de vegetação (parques urbanos) a TST variou entre 26 e 30°C, enquanto nos pontos com 0% (ocupação precária sem vegetação) a variação se manteve entre 29 e 39°C, no intervalo do período estudado entre os meses de Julho (inverno) e Outubro (primavera) de 2016. Desse modo, observou-se que a distribuição da vegetação intraurbana interfere no comportamento da TST, sugerindo uma relação inversamente proporcional, ou seja, o decréscimo no valor do PCV implica na elevação do valor da TST, bem como na amplitude térmica. 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