“Mulheres e tecnologia: hackeando as relações de gênero na comunidade software livre do Brasil”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paz, Mônica
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23550
Resumo: Na seara dos estudos sobre Gênero, Ciência e Tecnologia, há correntes feministas que compreendem que a tecnologia e a sociedade se constituem mutuamente. Desta forma, também consideram que relações de gênero estão implicadas na tecnologia e em toda a sua cadeia de planejamento, produção, consumo e apropriação (CASTAÑO, 2008; GARCÍA, 1999; HARAWAY, 2004; 2009; SEDEÑO, 1999; TABACK, 2007; WAJCMAN, 1991, 2006, 2009). Temos como universo desta pesquisa a comunidade das/dos entusiastas dos princípios sociotécnicos da cultura hacker e do movimento software livre, que são aqueles que acreditam que toda forma de informação, inclusive os programas computacionais, devem ser livres e difundidos entre todos (HIMANEN, 2001; LEVY, 1994; RAYMOND, 2001; SILVEIRA, 2004). Em teoria, a cultura hacker, o movimento software livre (SL) e os feminismos têm em comum o caráter ativista e questionador da ordem social, além de valores tais como a liberdade e a igualdade. Contudo, apesar desses ideais, há notáveis desigualdades e tensões de gênero no interior da comunidade software livre, evidenciado, principalmente, pelo baixo número de mulheres atuantes e pela própria existência de grupos de mulheres que discutem o tema. Sendo assim, a participação de mulheres se torna centro de debates e de atividades de empoderamento que buscam, em princípio, melhorar o convívio, o volume de uso e a qualidade da contribuição feminina ao software livre. Analisar estas organizações de mulheres na comunidade software livre com um olhar feminista é, de um modo geral, entendê-la enquanto espaço para a discussão de desigualdades, uma crítica à produção de tecnologia e à associação de ideologias masculinas hegemônicas à tecnologia. Nesta comunidade, escolhemos enquanto objeto empírico o grupo /MNT – Mulheres na Tecnologia <http://mulheresnatecnologia.org/>, que se propõe a debater o tema e fomentar a igualdade de gênero na área, também através do uso e da filosofia do software livre. O objetivo do trabalho é procurar conhecer o lugar social e ativista desse grupo de mulheres na comunidade SL do Brasil, buscando compreender como se dá a sua atuação e como as mulheres a percebem. Especificamente, buscamos 1) entender as motivações para a participação em grupos de mulheres nas TICs; 2) compreender as interações entre as mulheres do grupo e a relação com outros grupos similares; 3) investigar as tensões de gênero vivenciadas por estas mulheres; 4) conhecer as percepções destas mulheres sobre o tema gênero e tecnologias da informação e comunicação (TICs); 5) identificar as linhas de ação do grupo no sentido do empoderamento das mulheres na comunidade SL. A metodologia utilizada nesta pesquisa combina métodos qualitativos em ambiente online e presencial baseados na etnografia digital multimodal (AMARAL et al., 2008; BRAGA, 2006; ESTAELLA & ARDÈVOL, 2007; FRAGOSO et al., 2011; KOZINETS, 2009; MURTHY, 2008), ou seja, uma variação do método etnográfico adaptado ao ambiente digital. Dessa forma, confrontamos os princípios da cultura hacker e do software livre com as questões feministas a fim de interpretar como as mulheres estão modificando ou hackeando as relações de gênero nesta comunidade.
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Em teoria, a cultura hacker, o movimento software livre (SL) e os feminismos têm em comum o caráter ativista e questionador da ordem social, além de valores tais como a liberdade e a igualdade. Contudo, apesar desses ideais, há notáveis desigualdades e tensões de gênero no interior da comunidade software livre, evidenciado, principalmente, pelo baixo número de mulheres atuantes e pela própria existência de grupos de mulheres que discutem o tema. Sendo assim, a participação de mulheres se torna centro de debates e de atividades de empoderamento que buscam, em princípio, melhorar o convívio, o volume de uso e a qualidade da contribuição feminina ao software livre. Analisar estas organizações de mulheres na comunidade software livre com um olhar feminista é, de um modo geral, entendê-la enquanto espaço para a discussão de desigualdades, uma crítica à produção de tecnologia e à associação de ideologias masculinas hegemônicas à tecnologia. 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A metodologia utilizada nesta pesquisa combina métodos qualitativos em ambiente online e presencial baseados na etnografia digital multimodal (AMARAL et al., 2008; BRAGA, 2006; ESTAELLA & ARDÈVOL, 2007; FRAGOSO et al., 2011; KOZINETS, 2009; MURTHY, 2008), ou seja, uma variação do método etnográfico adaptado ao ambiente digital. Dessa forma, confrontamos os princípios da cultura hacker e do software livre com as questões feministas a fim de interpretar como as mulheres estão modificando ou hackeando as relações de gênero nesta comunidade.Submitted by Pós-Com Pós-Com (pos-com@ufba.br) on 2017-01-09T15:41:10Z No. of bitstreams: 1 tese_monicapaz_2015.pdf: 2471538 bytes, checksum: a25ac6daa7d8d6abecec35319ab4d917 (MD5)Approved for entry into archive by Uillis de Assis Santos (uillis.assis@ufba.br) on 2017-07-12T17:49:58Z (GMT) No. of bitstreams: 1 tese_monicapaz_2015.pdf: 2471538 bytes, checksum: a25ac6daa7d8d6abecec35319ab4d917 (MD5)Made available in DSpace on 2017-07-12T17:49:58Z (GMT). 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