Videodança autorreferente: dança-cinema em trânsitos híbridos no ciberespaço da web
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30455 |
Resumo: | Como a relação corpo-câmera tem repercutido nos experimentos em vídeo de corpos dançantes no ciberespaço da web, fora dos regimes de representação fílmica e cênica consolidados na cadeia de entretenimento? Se considerarmos a autorreferência nas audiovisualidades da cultura digital e as provocações do cinema experimental e do cinema de dispositivo, o que isso propõe em contraponto à forma cinema (PARENTE, 2007)? Se considerarmos as proposições filosóficas da dança contemporânea em seus trânsitos de linguagem e suas tensões com o paradigma cênico, o que isso nos aponta para além dos recursos de reprodução histórica da dançalidade (ROCHA, 2016)? Afinal, como os trânsitos em dança-cinema no ciberespaço da web podem adotar essas perspectivas críticas, específicas do campo do cinema e do campo da dança, para repensar o hibridismo da videodança, sem reiterar uma forma dança-cinema – algo que seja apenas a soma ou reprodução de recursos formais determinados pelo mercado artístico? Quais, então, seriam esses trânsitos híbridos apontados pela experiência de uma videodança cujas imagens autorreferentes têm se disseminado no ciberespaço da web? Muito próximas das provocações dos cinemas de autor no pós-guerra, as práticas audiovisuais autorreferentes trazem um sujeito-autor que recusa a fixidez histórica de sua identidade. A fragmentação do realizador e sua implicação nas imagens evidenciam como o cinema autorreferente se baseia por uma relação corpo-câmera não linear, apresentando-as sob a ideia de um acontecimento fílmico. Ao trazer o debate sobre a espetacularização da intimidade na internet e da multiplicação de telas com os dispositivos portáteis, interessa pensar o que a videodança absorve desse regime de imagens no século XXI, como os experimentos em dança-cinema distribuídos no ciberespaço da web confrontam a hegemonia do mercado artístico e têm adotado uma perspectiva pós-estruturalista em seus processos de criação. Essas configurações estão disponíveis tanto em experiências estéticas do cinema experimental quanto nas composições e pensamentos em dança contemporânea. Assim, os filmes feitos para a internet têm adotado a imagem autorreferente como estratégia para tensionar, de forma híbrida, recursos estruturais de representação sobre as imagens em movimento e o corpo dançante, repercutindo na experiência virtual atos de resistência política às categorias disciplinares formatadas na linguagem da videodança (a encenação de uma dança e princípios narrativos do cinema). Sob a direção do artista que dança para a câmera, as imagens em movimento ganham complexidade numa atmosfera que confunde vida e obra do artista, pois não há uma dissociação objetiva entre a ideia de “cena” e o regime do “real”, ou entre sujeito e objeto, distanciando, assim, a experiência do realizador da representação. Seriam, sobretudo, experimentos artísticos cujas provocações se opõem aos modelos causais e lineares do cinema, às formas cênicas da dança. A partir de projetos e obras que se aproximam da perspectiva autorreferente na videodança, serão analisadas algumas experiências virais de dança na internet, portfólios de artistas que dançam e dirigem seus próprios vídeos e, por fim, trabalhos experimentais em videodança na web, que se desenvolvem próximos ao debate da transbordança (AMATE, 2017). Estes últimos recusam as disciplinas históricas na relação corpo-câmera para fazê-la transbordar as interfaces utilitárias entre dança e imagens em movimento. Como artista-pesquisador desses hibridismos, apresentarei os fundamentos do projeto Aloka das Américas e suas contribuições práticas a um pensamento contemporâneo em videodança autorreferente. |
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