Toponímia dos municípios baianos: descrição, história e mudanças

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramos, Ricardo Tupiniquim
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31683
Resumo: O topônimo ou nome geográfico é objeto de estudo da Toponímia, ciência lexical e interdisciplinar, pois dependente de dados geográficos, históricos, antropológicos, sociológicos, etc. Dotado de significante, significado etimológico (com transparência associada ao grau de conhecimento especializado do falante), de função identificadora quanto ao local referente e identitária quanto a seu habitante, o topônimo é um signo linguístico especial. Como nome comum, toponímia se refere a um conjunto de topônimos. Até hoje, nunca houve estudo sistemático, sincrônico ou diacrônico, da toponímia municipal baiana. Essa lacuna gerou a necessidade de um trabalho descritivo e interpretativo dos atuais (ano 2000) 417 nomes e reconstitutivo de sua cadeia anterior em alguns períodos (1824, 1889, 1940 e 1970), com vistas a: identificar a natureza, estrutura e origem dos nomes; a motivação e tendências na definição e escolha dos nomes; a relação, possível, entre esses e o povoamento das áreas; os padrões de mudança toponímica (aspecto teórico inédito, no Brasil); indicar áreas de saliente influência portuguesa, africana e indígena, concentrando-se nesta, com destaque para a de procedência tupi; e, ainda, a apresentar a situação da toponímia nas sincronias apontadas. Inicialmente, houve o levantamento e registro dos dados geográfico-históricos e socioculturais de cada município em fichas padronizadas, base para a elaboração de glossário, fonte, por sua vez, dos quadros com dados toponímico-históricos, que evidenciam duas grandes áreas de marcante presença tupi: a Serra Geral e o Planalto da Conquista; e a Faixa Litorânea. Zona de colonização antiga, esta reflete uma autentica influência de antigos falantes do tupi-antigo, fossem índios ou colonizadores; graças à sua integração tardia do resto do Estado, aquela reflete os modismos da época. A exiguidade de dados da grande matriz etnolinguística africana não permite afirmar a existência de áreas de influência africana. Contudo, uma ampla área descontínua concentra os topônimos dessa procedência, inclusive o hibrido, atuais (Litoral Sul, Serra Geral, Sudoeste). Ademais, dados históricos complementares mostram maior incidência de topônimos africanos na nomenclatura de vilas e povoados do fim do século XIX, possibilitando a identificação futura de outras áreas congêneres. Não se pode indicar área de maior influência portuguesa na macrotoponímia baiana por ser geral a presença de nomes dessa origem no Estado. Os dados mostram a oposição descrição X homenagem como os mais recorrentes processos de nomeação, verdadeiros arquétipos toponímicos. Entre 1824 e 1890, não houve mudança significativa nesses mecanismos. A partir de 1940, houve um crescimento de referências ao poder político e um decréscimo significativo de referências ao poder sobrenatural, movimento estabilizado a partir de 1970, embora alguns dados mostrem o avanço de homenagens ao poder secular. Composição e formação simples são os processos morfológicos mais recorrentes, embora derivação e flexão estejam presentes em todo o corpus, que também registra a passagem de nomes de acidentes naturais para acidentes humanos. Na formação da macrotoponímia baiana, são recorrentes alguns lexemas, sobretudo, entre nomes tupis, a maioria descritiva, alguns de baixa incidência ou isolados; há também gramemas muito recorrentes. Entre aqueles, uns funcionam como elemento determinado ocupando, no sintagma toponímico, as posições inicial ou final (com adjetivo determinante) e medial (em relação genitiva pura ou com construção locativa). Não há fósseis linguísticos só entre os municípios mais antigos, porque alguns mais recentes também os contêm. Do pós-Independência até meados da década de 1950, foi comum a substituição de formas portuguesas por tupis. O corpus baiano não confirma totalmente o padrão descontínuo de mudança toponímica, impossibilitando afirmar a existência de unidirecionalidade descontínua nessas mudanças, para as quais foi possível identificar 10 categorias, pareadas a partir de 5 critérios cumuláveis: fator condicionante (mudanças espontâneas ou naturais X planejadas ou sistemáticas); conservação/inovação de categoria (mudanças parciais, de forma ou formais X totais, de forma e conteúdo ou categoriais); relação entre o tamanho dos topônimos antigo e novo (mudanças por ampliação X por redução); conservação linguística (mudanças internas X externas ou traduções); presença de formantes de nome anterior (mudanças por conservação lexical X regressão).
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Essa lacuna gerou a necessidade de um trabalho descritivo e interpretativo dos atuais (ano 2000) 417 nomes e reconstitutivo de sua cadeia anterior em alguns períodos (1824, 1889, 1940 e 1970), com vistas a: identificar a natureza, estrutura e origem dos nomes; a motivação e tendências na definição e escolha dos nomes; a relação, possível, entre esses e o povoamento das áreas; os padrões de mudança toponímica (aspecto teórico inédito, no Brasil); indicar áreas de saliente influência portuguesa, africana e indígena, concentrando-se nesta, com destaque para a de procedência tupi; e, ainda, a apresentar a situação da toponímia nas sincronias apontadas. Inicialmente, houve o levantamento e registro dos dados geográfico-históricos e socioculturais de cada município em fichas padronizadas, base para a elaboração de glossário, fonte, por sua vez, dos quadros com dados toponímico-históricos, que evidenciam duas grandes áreas de marcante presença tupi: a Serra Geral e o Planalto da Conquista; e a Faixa Litorânea. Zona de colonização antiga, esta reflete uma autentica influência de antigos falantes do tupi-antigo, fossem índios ou colonizadores; graças à sua integração tardia do resto do Estado, aquela reflete os modismos da época. A exiguidade de dados da grande matriz etnolinguística africana não permite afirmar a existência de áreas de influência africana. Contudo, uma ampla área descontínua concentra os topônimos dessa procedência, inclusive o hibrido, atuais (Litoral Sul, Serra Geral, Sudoeste). Ademais, dados históricos complementares mostram maior incidência de topônimos africanos na nomenclatura de vilas e povoados do fim do século XIX, possibilitando a identificação futura de outras áreas congêneres. Não se pode indicar área de maior influência portuguesa na macrotoponímia baiana por ser geral a presença de nomes dessa origem no Estado. Os dados mostram a oposição descrição X homenagem como os mais recorrentes processos de nomeação, verdadeiros arquétipos toponímicos. Entre 1824 e 1890, não houve mudança significativa nesses mecanismos. A partir de 1940, houve um crescimento de referências ao poder político e um decréscimo significativo de referências ao poder sobrenatural, movimento estabilizado a partir de 1970, embora alguns dados mostrem o avanço de homenagens ao poder secular. Composição e formação simples são os processos morfológicos mais recorrentes, embora derivação e flexão estejam presentes em todo o corpus, que também registra a passagem de nomes de acidentes naturais para acidentes humanos. Na formação da macrotoponímia baiana, são recorrentes alguns lexemas, sobretudo, entre nomes tupis, a maioria descritiva, alguns de baixa incidência ou isolados; há também gramemas muito recorrentes. Entre aqueles, uns funcionam como elemento determinado ocupando, no sintagma toponímico, as posições inicial ou final (com adjetivo determinante) e medial (em relação genitiva pura ou com construção locativa). Não há fósseis linguísticos só entre os municípios mais antigos, porque alguns mais recentes também os contêm. Do pós-Independência até meados da década de 1950, foi comum a substituição de formas portuguesas por tupis. O corpus baiano não confirma totalmente o padrão descontínuo de mudança toponímica, impossibilitando afirmar a existência de unidirecionalidade descontínua nessas mudanças, para as quais foi possível identificar 10 categorias, pareadas a partir de 5 critérios cumuláveis: fator condicionante (mudanças espontâneas ou naturais X planejadas ou sistemáticas); conservação/inovação de categoria (mudanças parciais, de forma ou formais X totais, de forma e conteúdo ou categoriais); relação entre o tamanho dos topônimos antigo e novo (mudanças por ampliação X por redução); conservação linguística (mudanças internas X externas ou traduções); presença de formantes de nome anterior (mudanças por conservação lexical X regressão).Toponym or geographical- (or place-) name is the object of Toponymy, a lexical and interdisciplinary science, based on geographic, historical, anthropological, sociological, etc. data. It’s a special linguistic sign, formed by significant, etymological meaning (whose transparency is associated to speaker's specialized knowledge), an identifying function to the referent place and an identity-attribution function to its inhabitant. As a common name, toponymy means a set of place-names. Until now, there has never been a systematic study of Bahia municipal place-names. It demanded a descriptive and interpretative work of current (year 2000) 417 names and a reconstitutive one of their previous chain in some periods (1824, 1889, 1940, 1970), in order to identify: the nature, structure and origin of names; motivation and trends on the definition and choice of names; the possible relationship between them and the settlement of areas; the patterns of toponymic change (unexplored theoretical theme in Brazil); areas of salient Portuguese, African and Indigenous influence, focusing on this last one and emphasizing Tupi origin; the disposition of names at those pointed years. First, there was the survey and registration of geographic-historical and socio-cultural data of each municipality on standard formularies, base for the elaboration of a glossary, source, in turn, for tables of toponymic-historical data, which show the existence of two large areas of Tupi presence: Serra Geral ‘the Large Montain Range’ and Planalto da Conquista ‘the Conquest Plateau’ area; the Coastal Strip. Zone of ancient colonization, this one reflects an authentic influence of old ancient Tupi speakers, whether Indians or colonizers; those, cause of their latest integration to other regions of Bahia, reflects time fads. Limited data from the large African ethnolinguistic matrix don’t allow affirming the existence of African influence areas. However, there is a large discontinuous area that concentrates African five current toponyms and a hybrid form (the South Coast, the Serra Geral, the Southwest). In addition, complementary historical data show a higher incidence of African toponyms in the late 19th-century Bahian village nomenclature, enabling future identification of other African-influenced areas. It wasn’t possible, either, to identify an area of greatest Portuguese influence on Bahian macrotoponymy, because Portuguese names are general. The data point to an opposition between description and homage as the most recurrent naming processes and as true toponym archetypes. Between 1824 and 1890, there was no significant change in these mechanisms. From 1940 on, there was a growth in references to political power and a significant decrease in references to supernatural power, a movement stabilized from 1970 on, although some data show the advance of homage to secular power. Simple formation and composition are the most recurrent morphological processes in the corpus, although derivation and flexion are present throughout history. In all Bahia, there is the passage of natural-reference names to cultural-reference ones. On Bahian macrotoponimy formation, some lexemes and grammar morphemes are recurrent, especially Tupi ones (mostly descriptive, some with low or isolated incidence). Among them, some work as a determined element, occupying, inside toponymic phrase, initial or final position (accompanied by a determining adjective) and medial position (on pure genitive relation or added by locative construction). There’s no concentration of linguistic fossils only among the oldest municipalities, because some of the newest cities also contain them. From post-independence until the mid-1950s, it was common the replacement of Portuguese forms by Tupis ones. Bahian corpora doesn’t fully confirm the discontinuous pattern of toponymic change; so, the existence of discontinuous non-directionality of these changes is not affirmable. It was possible to identify 10 categories of toponymic change, paired from 5 cumulative criteria: conditioning factor (spontaneous or natural changes vs. planned or systematic ones); category conservation / innovation (partial or formal changes vs. total or categorical ones); relationship between the size of old and new name (magnification changes vs. reduction ones); linguistic conservation (internal changes vs. translations or external ones); presence of formants from the old name (lexical conservation changes vs. regression).Submitted by navarro ramos (navarroramos@ufba.br) on 2020-03-13T18:46:29Z No. of bitstreams: 1 TESE.pdf: 14240327 bytes, checksum: af8362618649f48d3ec434079b131174 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2020-03-16T11:51:44Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TESE.pdf: 14240327 bytes, checksum: af8362618649f48d3ec434079b131174 (MD5)Made available in DSpace on 2020-03-16T11:51:44Z (GMT). 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